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O barulho das caixas de som junto com
a casa cheia fizeram os olhos verdes de
Maiara cintilarem. Era seu aniversário e ela voltava de seu curso, mas marilia pediu para ela se arrumar, pois faria uma festa em sua homenagem.

Eram quase nove da noite quando ela
chegou no local, alguns rostos conhecidos e
sorrisos gentís, sem embargo, o que chamou sua atenção foram os balões por todas as partes com fotos dela. Fotos que ela sequer sabia que existia.

Isso foi só no quintal a céu aberto, porque ao colocar o pé dentro de sua casa seu coração disparou: Um enorme cartaz branco com letras vermelhas dizendo: maiara carla eu te amo, feliz aniversário.

Tinha também mensagens de suas amigas,
de sua mãe ao longo do lugar, mas as de
Marilia eram as mais chamativas, como se
ela quisesse demonstrar o quão orgulhosa
ela estava de maiara.

- Você pediu uma balada, para a gente poder encher a cara e nos pegarmos no meio da pista de dança. - Avoz baixa em seu ouvido fez seu sorriso se abrir involuntariamente.

A maior se virou e encontrou marilia sorrindo genuinamente, com os olhos brilhantes e com um vestido preto colado.- Feliz aniversário, meu amor

- lila, você fez tudo isso?-maiara
perguntou olhando em volta e marilia sorriu.

-Tem mais uma coisinha, - Marília disse,
entrelaçando seus dedos nos de sua
namorada e subindo escada acima. Pararam uma ou duas vezes para maiara receber um"feliz aniversário." de alguns conhecidos e logo retomaram o caminho.

- Onde estamos indo?- maiara indagou
curiosamente, quase suspirando ao ver o
rebolar de marilia em sua frente. 0 perfume da mais velha invadia seus sentidos, lembrando-a de que sua namorada era extremamente cheirosa.

-- Para seu quarto.

- Vai me mostrar a marquinha de novo?
- maiara perguntou com a voz carregada
de malícia e marilia riu, abrindo a porta
do quarto da garota e dando espaço para
Maiara passar.

- Eu adoraria. - marilia sussurou, colando
seus lábios nos de maiara em um beijo
suave.- Mas tenho que te mostrar outra
coisa.- Ela disse ao fechar a porta.

- Não estou entendendo. - maiara disse
quando Marília não a deixou acender as
luzes, com exceção das luzes amareladas do abajur que já estavam acesas.

- Só me dê a sua mão e confie em mim.

- Marília pediu e maiara não hesitou
em entrelaçar seus dedos nos de marília
novamente, vendo a menor abrir as janelas e colocar maiara ali, colando seu corpo atrás do dela.

-Uau!-maiara exclamou assim que seus
olhos se encontraram com a figura da noite
sendo iluminada pela luz do luar. O céu
estava estrelado e lá embaixo as pessoas
dançavam e bebiam.

- Não é nada demais, só que daqui a vista é
melhor.- marilia sussurrou, acenando para
Mateo que estava lá embaixo ao lado da
piscina. Assim que o garoto viu, ele ergueu
o braço e falou algo no celular. Segundos
depois o céu escuro foi invadido por fogos de artificio, estourando no céu, sobre todos.

- Espero que goste. - marilia sussurrou e os
olhos verdes assistiam tudo com tremenda
satisfação. Luzes verdes, vermellhas,
brancas, azuis, entre outras estouravam lá
em cima, fazendo maiara bater palminhas
de excitação.

- Não acredito que fez isso por mim. -
Maiara disse, se virando para marília, com o peito repleto de alegria.

- Eu faria qualquer coisa por você. - marilia
disse suavemente, dando um demorado
selinho em maiara antes de abraçá-la por
trás e assistirem a queima de fogos.

- Vinte e um anos, lila. - maiara disse,
tendo as luzes do céu refletindo em seus
olhos verdes.

- Vinte e um anos, maiara. - marilia repetiu
sorrindo.

- Argh, eu sou muito ansiosa. - maiara
reclamou e marilia franziu o cenho em
confusão. - Eu tenho algo para voce. Eu sei
que é meu aniversárioe eu só iria te dar
quando completássemos um ano de namoro, mas quero te dar agora.

- Agora eu fiquei curiosa. - marilia disse e
Maiara sorriu nervosamente. - Não é um
presente..-maiara disse, caminhando até
a mesinha ao lado de sua cama e retirando
algo de dentro da primeira gaveta.

Conforme ela ia se aproximando marilia
pôde identificar uma caixa de vidro
transparente, com algo marrom dentro.

- E só... Algo que marca nós duas, mas
este momento, aqui e agora, também
marca, então achei apropriado. -Os olhos
castanhos focaram na parte exterior, havia
uma adesivo com uma foto antiga delas
no primeiro fim de semana que maiara foi
passar na República com marília.

Seus olhos foram mais a fundo, enxergando uma rosa seca, guardada dentro da caixinha.

- Foi a rosa que você me deu no hospital.
Maiara disse e marilia abriu a boca surpresa.
Ela sentiu lágrimas umedecerem seus olhos, enquanto uma sensação boa e nostálgica invadia seu peito. - Você pediu para eu cuidar.

- Não acredito que a guardou, maiara.
- marilia disse sorrindo comovida. Não
podia traduzir em palavras o que sentia:
Era acalentador, borbulhava, iluminava e
explodia.

Exatamente como os fogos no céu, porém em seu peito, em seu corpo, em sua alma.

-Vou guardar, exatamente como guardo
cada expressão que solta, cada sorriso que
dá. - marilia disse acariciando a pele macia
do rosto de maiara.

- Sabe do que me lembro? - maiara
perguntou e marilia negou. A maior a olhou timidamente antes de rir nervosamente.

Sua voz dizendo meu nome antes mesmo de eu abrir os olhos. Era como se eu estivesse no fundo do mar, morrendo afogada, sem ter direção para seguir, mas então você entrou naquele quarto e eu ouvi sua voz e pensei Olha, é por ali a minha salvação. Viva! Você não vai morrer afogada, maiara. - Ela disse se lembrando da sensação de se sentir presa
e uma lágrima solitária rolou de seu olho
esquerdo. -- Mas aí você disse meu nome
e eu pensei: Ë por ali mesmo que devo ir.
Preciso seguir essa voz.

- E seguiu. - marília disse e maiara assentiu

- Céus, eu sentia meu corpo inteiro vibrar
quando você dizia meu nome. Era como se
ele quisesse acordar e agradecer por ter
aparecido ali. - maiara disse, sorrindo de
canto.- E você não desistiu de mim ao me
ver morrendo no fundo daquele mar, você
se atreveu a entrar no mar e me salvar e
preciso que saiba, sua voz dizendo meu
nome naquele dia vai ecoar na minha mente até meu útimo suspiro de vida. -- marilia sentiu lágrimas quentes rolando de seus olhos e abraçou fortemente maiara.

- Não me fala essas coisas lindas porque
vai borrar meu lápis de olho. - marilia disse e maiara riu, enxugando suavemente as lágrimas do rosto de sua namorada. - Sabe de uma coisa?

-Hm?- maiara perguntou, sentindo os
lábios de marília se arrastarem suavemente sobre os seus.

- Eu me apaixonei por você assim que
abriu os olhos. -- marilia sussurrou contra
os lábios de maiara. - Você disse "Os seus
olhos também são lindos." E piscou e, nossa, se pudesse ver como meu coração acelerou, maiara. Céus...

- Te ganhei tão rápido assim? - maiara
perguntou e marilia assentiu de olhos
fechados, sentindo a brisa quente de uma
noite de verão.

- Você só precisou piscar os seus olhos. -
Sussurrou e a luminosidade das explosões,
que ainda ocorriam no céu, iluminaram
o momento onde seus lábios se tocaram
novamente, marcando o momento exato
onde dois coraçöes batiam acelerados e
descompassados, contudo, ainda assim em
pura sincronia.

Em Um Piscar de olhos....[mailila]Onde histórias criam vida. Descubra agora