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Naquele momento Marilia havia colocado
Maiara deitada, com ambas as pernas
em cima da bola suiça. Em movimentos
circulares, ela girava as pernas de maiara
sobre a bola, ensinando-a como deveria
fazer posteriormente.

- Me diga se algo te incomodar, tudo bem?
- Marília pediu e maiara assentiu, fascinada em sentir seu corpo se movendo daquele jeito. Era uma brincadeira engraçada.

Seus olhos alternavam entre suas pernas e
Marília, que tinha uma expressão suavizada, porém concentrada em seu rosto. Maiara suspirou, marília ficava muito bonita com aquela roupa branca que costumava usar no hospital.

Seus olhos não deixaram de notar a tira
preta do maio de marília, levemente à
mostra, o que a lembrava que elas logo
entrariam na piscina. Marilia sorriu para
ela e sua mente vagou para algo que ela
precisava compartilhar urgentemente com
Marília, era algo crucial.

- A professora me ensinou um montão de
coisas e ainda me deixou escrever de caneta.

Pode acreditar? - maiara disse, animada
demais por aquele simples fato, tendo
em vista que quando tinha seus seis anos
escrevia apenas de lápis.

- Isso é realmente incrível. -- marilia disse
rindo, segurando com cuidado um pouco
abaixo do joelho da garota para continuar a girar seu corpo.

-Tive aula esta manhä também. - maiara
disse. - E dessa vez foi com três pessoas da
idade da mamae. - Marília franziu o cenho e fitou almira.

- Eles estão se alfabetizando só agora e
achei que seria legal ela se enturmar comn
pessoas mais velha. - Explicou, vendo
Marília assentir.

- A senhora melry disse para eu ver séries
adolescentes,- maiara disse sorrindo.

- Incrível, mas vamos lá. Acha que pode
fazer isso sozinha?- Marília perguntou,
vendo Maiara fazer uma careta.

- Assistir séries? - Ela perguntou confusa,
ouvindo uma doce risada sair dos lábios de
Marília.

- Não, maiara. Me referia aos movimentos.-
Explicou com um sorriso.

- Não sei. Se você está fazendo já me faz
sentir dor imagina se eu fizer sozinha?

-Você está com dor? Por que não me disse?
- Marília perguntou preocupada. - Aonde
dói?

- Minha barriga. - maiara disse, levando
uma mão até a beira de sua camisa e
subindo-a. - Bem aqui, - Colocou a mão
sobre o ventre, fazendo Marília franzir o
cenho.

- Essa dor começou quando?- Marília
indagou.

-Quando você conmeçou a me mexer assim.

- Explicou, paralisando no mesmo momento.

Ela ficou alguns segundos parada, sem dizer nada ou sequer se mover, até que seus cílios começaram o tão famoso show, tocando-se tão rápidos quanto podiam. - Mamäe!- Disse alto.

- Sim?- almira perguntou, surpresa pelo
tom desesperado na voz de sua filha.

-Eu...Eu..- Sua respiração começou a se
acelerar e então a garota caiu no choro,
fazendo ambas lhe fitarem preocupadas.

-0 que houve, querida? - almira perguntou,
se agachando ao lado da filha.

- Eu não queria. Eu juro! - Disse ainda
chorando. O que deu nela? Ela estava bem
ate alguns segundos atras, pensou almira.

- maiara, seja lá o que tenha acontecido,
está tudo bem. - Marília disse brandamente, vendo maiara negar freneticamente a cabeça.-0 que houve?

- Eu... - Um pequeno soluço foi sufocado.

-Acho que eu fiz xixi na roupa. - almira
arregalou os olhos ante à declaração e
automaticamente seus olhos desceram para a região, porém estava seco.

- Querida, você não fez xixi. Está seca. - Ela
informou, vendo maiara voltar a soluçar
e enxugar uma lágrima antes de erguer a
cabeça e ver por si própria.

- Mas eu senti. - Ela afirmou, não
convencida do que via. Sua mãos foram para o cós do short de lycra, subindo-o junto com sua calcinha, apenas para arregalar os olhos e começar um choro compulsivo.

- Filha, o que..

- Eu vou morrer, mamãe. -maiara disse
chorando ainda mais, fazendo uma força
extra para remover as pernas de cima da
bola. - Me ajuda! - Pediu, sentindo a mulher he abraçar e trazer seu corpo para seu colo.

- Eu acho que tenho uma ideia do que esteja acontecendo aqui. - Marília disse um pouco consternada.

- Tem sangue. - maiara disse entre os
soluços, fazendo almira cair em si. Um
pequeno sorriso divertido apareceu nos
lábios de almira antes de ela se levantar e ir até sua bolsa.

- Tome. -- Ela disse assim que voltou,
entregando um absorvente para almira.-
Está perto de vir para mim e por isso ando
prevenida.

Filha, você não está morrendo, meu amor.
- almira disse, porém foi em vão, o choro
continuava.

- maiara, acontece com todas as mulheres
quando ficam grandinhas.- Marília disse
se sentando ao seu lado e acariciando suas
costas.- Vai acontecer comigo em alguns
dias também. Ë algo que vem todos os meses.

- Explicou, vendo maiara se virar para ela,
focando toda sua atenção em seus olhos.

- Todos..0s meses?- Perguntou soltando
um soluço involuntariamente. Seus olhos
avermelhados fizeram Marília sentir
urgência em acalmar a garota.

- Sim.- Marília disse, segurando sua māo
elevando até seus lábios, depositando um
beijo sobre a pele.

- Então eu não vou morrer?- maiara
perguntou, vendo a outra mão de marília
enxugar suas lágrimas

- Todos nós iremos morrer um dia, mas não
por isso. -- marilia disse sorrindo, vendoo
olhar assustado de maiara se transformar
em confuso.

-Eo que eu faço agora?- Indagou.

- Eu dei um pacotinho para a sua māe e ela
te ensinará como usar. - Explicou. - Tem
chuveiros no banheiro esquerdo.

- Mas e a dor? E normal? - Perguntou.

- Se chamam cólicas e algumas de nós,
infelizmente, sofremos com isso. - Disse
fazendo uma careta. - Vá com a sua mäe
tomar unm banho e vestir a roupa que usaria depois da piscina.

Eu vou até a outra ala do
hospital pegar um remédio para sua dor e
você vai ficar bem, tudo bem?

- lila, depois você faz carinho na minha
barriga para passar? - Perguntou em uma
careta de dor e marília assentiu.

- Faço, anjinho, - Disse, envolvendo seus
braços ao redor da garota e ajudando almira a colocá-la na cadeira. - Nos vemos em alguns minutos.

- Não demora? Dói muito. - Pediu, sentindo
os lábios macios de marília tocarem a pele de seu rosto.

- Eu vou tão rápido que você nem vai
perceber que eu fui. - Disse, sentindo
Maiara entrelaçar seus dedos por alguns
segundos.

-Tudo bem. - Disse, soltando os dedos
de marília quando sua mãe começou a
empurrara cadeira para longe da garota.

-Já estou percebendo, lila. -- Ela gritou
de longe, fazendo Marília gargalhar
graciosamente antes de correr em busca do remédio que prometera à maiara.

Em Um Piscar de olhos....[mailila]Onde histórias criam vida. Descubra agora