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Enquanto marília ajudava maiara a descer
do táxi e se sentar na cadeira de rodas, almira foi na frente para abrir a porta e levar as coisas que maiara havia ganhado de Marilia, tais como a flor e a cesta de chocolates.

A casa era a típica tradicional americana:
Um belo jardim na frente, um gramado
estendido por todo o local, que só se perdía na trilha de calçada que se formava até a entrada da casa. Mais ao lado havia a
calçada que dava para a enorme garagem,
de porta branca de aço.

- Mãe, eu dormi por quatorze anos, não foi? - maiara elevou sua voz, fazerndo-a alcançar os ouvidos de sua mãe.

- Sim, meu amor.

- Então por que ainda está tudo tão. - Seus
olhos percorreram toda a extensão. - Igual?
-almira sorriu antes de replicar:

- Eu sonhava com o dia em que seu pai
voltaria para esta casa, mas infelizmente
ele não voltou. - Ela disse tristemente,
porém trazia consigo um sorriso inabalável.

-Depois fui deixando igual, somente
renovando a pintura e mantendo tudo assim, apenas para que quando você voltasse não se assutasse com a mudança. - Confessou.

- Demorou quatorze anos, filha, mas você
voltou.

Maiara sorriu, sem barreiras, sem pudor.
Sorriu de uma forma tão pura que atingiu
cada canto da alma de almira e, é claro, de
Marília, que assistia tudo.

- Eu te amo, mamäe. - maiara disse. - Mas
se eu jamais tivesse acordado eu realmente
gostaria que você enfeitasse a casa de um
jeito que não te lembrasse de dias ruins.

Sem ao menos perceber almira estava
chorando. Não um choro triste, muito pelo
contrário, eram apenas lágrimas de alegria, de alívio, de paz. Sua filha estava bem, no final das contas.

- Ora, não me faça chorar na frente de
Marília, meu amor. - almira pediu, levando
o dorso de seus dedos até o canto de seus
olhos para livrar-se das lágrimas. - Vamos,
nao iquem paradas a, venham.

Marília assentiu e começou a empurrar
a cadeira na direção da casa. Seus olhos
curiosos analisaram tudo, porque ao
contrario do exterior, o lado interior da
casa não se assemelhava em nada com o
tradicional. Qualquer um notaria que uma
família de classe alta vivia ali.

Todos os móveis de madeira maciça davam
destaque dentre as paredes amarelas e
brancas. Os enormes quadros abstratos
que enfeitavam as paredes, com suas
molduras douradas, entregavam o amor
pela arte. No sala, que era o cômodo onde se encontravam, o enorme tapete preto felpudo cobria o chão, contrastando com o lustre de luzes brancas no centro do cômodo.

- Mamãe, posso mostrar meu quarto para
a lila?maiara perguntou animada,
lembrando-se da quantidade de brinquedos que costumava ter.

- Vamos ter que deixar isso para a próxima.
Seu quarto fica em cima e não quero que
Marília tenha que tentar te subir. Dei folga
para os empregados, então hoje terá que
dormir em um dos quartos daqui debaixo.

- E quando eles voltam?

-Amanhā. - almira informou.

-Então a próxima vez que a lila vier posso mostrar a ela? - Perguntou esperançosa, vendo almira assentir.

- Sim, querida. - Disse gentilmente.
- Marília, sente-se, por favor. Fique à
vontade.- Pediu. - Vou preparar algo para
comermos.

-Obrigada, senhora Pereira.

- almira, querida. Me chame de almira. - Pediu sorrindo.

- Certo, dona almira.

-Sem o dona. - Disse, fazendo Marília rir.

- Tudo bem, almira.- Disse, vendo a mulher
desaparecer do cômodo.

- lila, temos uma piscina grandona. Você
acha que as minhas pernas vão ficar boas
até o verão?- Perguntou. Marilia caminhou
até o sofá e deixou a cadeira de frente para
ele, sentando-se diretamente de frente para maiara.

- Eu acho que até a primavera elas já
estarão boas, maiara. - Respondeu. - Suas
pernas estão perfeitas, só precisam aprendera se adaptar ao seu novo tamanho e peso e recuperarem a força.

- E você vai vir nadar comigo?

- Se você quiser que eu venha, virei.

-De maiô? - Perguntou arquearndo uma
sobrancelha, - Não se deve entrar na piscina de roupa.

- De maiô ou de biquini, tanto faz. - Deu de
ombros.- Sua casa é muito bonita.

-Você também. - maiara respondeu dando
um sorriso suave.

- Obrigada. - Respondeu naturalmente;
ela já estava acostumando-se aos elogios
de maiara, eram puros e genuínos, algo
que enchia o coração de marília de um
sentimento bom.

-Posso me sentar aí no sofå com vocé?
- Perguntou, vendo Marília assentir e
se inclinar, puxando maiara para o sofá
com toda a delicadeza que havia em si. -
Obrigada. Acho que estou cansada.

-Quer descansar um pouco?- Marília
perguntou, vendo maiara assentir.- Então
deite-se que eu ficarei ao seu lado até que
pegue no sono.

- Deita comigo? - Pediu, coçando um de
seus olhos.

- Claro.- Ela disse, se deitando no sofá e
trazendo maiara para cima de si.

- lila, o Leo também quer um abraço
seu.- maiara disse, prendendo a visão no
ursinho que estava na cesta sobre a mesinha de centro. Marilia riu e esticou o braço, pegando o ursinho eo colando sobre o outro lado de seu peito.

- Assim está bom? - Marília perguntou e
sentiu maiara assentir antes de afundar seubrosto na curva do seu pescoço.

-A carol  me disse ontem que depois que
ela cresceu ela parou de ouvir estórias. -
Maiara informou com a voz mais baixa,
fechando os olhos ao sentir o carinho de
Marília em seus cabelos. - Então eu decidi
que como estou ficando grandinha não vou
mais ouvir também.

- Tem certeza? - Marília perguntou,
surpresa demais, afinal maiara adorava
ouvir contos e estórias, principalmente as
românticas.-- maiara, não precisa parar com as estórias.

- Eu já me decidi, - Ela disse com
veemência, levando seu braço esquerdo
até o Leo, abraçando assim ele e marília ao
mesmo tempo.

- Tudo bem, então.- Marília disse,
mantendo suas carícias em maiara.

- lila?--A voz rouca voltou a soar.

- Sim, meu amor?- Perguntou com a voz
repleta de doçura e paciência.

- Será que você poderia contar uma estória
para o Leo?-Marília riu graciosamente,
desfrutando do calor do corpo de maiara
sobre o seu.

- Contar uma estória para ele? Acha que ele
gostaria? - Sim. Ele ainda é neném. - Respondeu.

-Suponho que ele queira ouvir romance,
hm?- Marília perguntou em tom divertido.

- Sim. Ele adora romance, - maiara disse e
Marília assentiu.

-Bom, era uma vez uma garota que se
chamava Bela..

- Não, lila. Essa não!- maiara a
interrompeu. - Conta uma onde a garota se
chama . - Marília riu alto, pois todas
as estórias que contara à maiara ela havia
substituído os nomes dos protagonistas por
Marília e  e, aparentemente,
havia gostado disso.

-Certo. Era uma vez, uma garota que se
chamava Marília...- E assim foi, contou sua
estória até o sono chegar. Ela não soube
dizer quem dormiu primeiro, mas quando
Almira apareceu na sala não resistir em rir
baixinho diante da cena que vira:

Marília abraçava com possessão o corpo
de maiara com um braço, enquanto com
outro fazia o mesmo com o ursinho de
pelúcia. Já maiara, com apenas uma braço
abraçava os dois ao mesmo tempo. A mulher suspirou bobamente, aquela definivamente fora as coisa mais fofa que ja presenciara em toda a sua vida.

Em Um Piscar de olhos....[mailila]Onde histórias criam vida. Descubra agora