CAPÍTULO 50

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"Espionando Sheer e Missy?" Ele perguntou e sorriu. Eu me lembrei de que vi os dois, eu não estava espionando, eu estava andando pela Zona Selvagem e senti o cheiro do que eles fizeram. Eu ia me afastando quando ouvi Missy dizer o nome de Sheer com uma certa urgência, então, eu subi numa árvore e os vi. Sheer estava deitado, nu, com os olhos fechados, seu rosto todo sujo de sangue e Missy o sacudia. Eu ia descer da árvore e correr até eles quando ela fechou os olhos e depois os abriu, mas não parecia estar vendo em volta. Eu desci da árvore de um salto e fui até eles, Missy não me viu. Ela tinha os olhos abertos e estavam mais claros, estranhos. Ela balançava a cabeça como se procurasse se nortear, eu a chamei, a sacudi, ela não me viu nem me escutou. Mas ela sorriu. E depois riu.
Eu então me escondi atrás de uma árvore, ela piscou e ainda sorrindo se ajeitou sobre o corpo dele e fechou os olhos, seu rostinho lindo em paz. Eu fui embora, agradecido por ela não ter me visto.
"O que foi?" Simple deve ter visto meu rosto confuso, pois me libertou do que tinha feito comigo.
Eu mexi minhas mãos, ele sorriu, eu o soquei bem na cara. Ele rosnou e me devolveu o soco, nós fazíamos muito isso, eu o soquei mais forte, ele rugiu e se jogou sobre mim. Ele ainda estava se despedindo, eu senti no próximo soco.
"Pare! Eu tenho de te falar uma coisa!" Eu ergui as mãos, ele saiu de cima de mim.
"Missy é filhote de Adriel, não é?" Ele sorriu triste.
"Isso não ajuda em..." Eu o cortei:
"Mas eu a vi fazer uma coisa estranha! E se ela entrar na mente dele?" Eu perguntei, ele balançou a cabeça.
"Você não entendeu meu plano. Adriel está preso em sua mente numa sugestão em loop. Ele revive momentos de sua vida várias vezes até entender que aquilo não é real e destruir todo o cenário indo para outro momento e recomeçando tudo de novo. Isso deixa a mente dele presa nesses momentos, mas a mente dele está dividida em várias partes. Uma delas tem uma função de defesa muito definida que não dá para enganar, só evitar se aproximar muito, é por isso que ele está totalmente isolado. Só eu e Cam podemos nos aproximar, há outros, mas mesmo para nós é um risco. Se essa parte se conectar a outra mente, ele pode levar essa mente para a dele e as regras serão as dele. Esse é o meu plano, conectar uma parte de minha mente, ser puxado para a mente dele e obrigá-lo a desfazer o que ele fez com Hon. Ele destruiu os neurônios dele e eu acredito que pode reconstruí-los. Que só ele pode." Ele explicou, eu abri a boca, ele ergueu a mão, eu fechei minha boca.
"Missy pode até ter algum poder mental, eu te dou isso, mas ela não pode entrar numa mente daquelas. Ninguém pode." Eu ia falar de novo, ele me impediu.
"Nem Livie. Eu sei que eu te contei que ela disse que fez isso, mas eu não acredito. Adriel a enganou, tanto que se ele não estivesse ocupado enganando ela, eu não poderia tê-lo preso. E ela não me contou tudo, ela escondeu alguma informação, algo muito pesado. É como eu te disse, Adriel, Livie, Lily ou meu tio, podem levar pessoas para as mentes deles de tal forma que as pessoas pensam que eles invadiram suas mentes, mas não passa de uma ilusão, o controle sempre está no dono da mente." Eu pisquei.
"Está dizendo que Livie não lê mentes? Ou o Rom?" Eu perguntei, Simple se sentou.
"Romulus ouve e vê nossos pensamentos mas ele não entra em nossa mente para fazer isso. Invadir mentes não é possível. Não totalmente. O que Livie ou o meu tio fazem é atrair a mente de alguém para a mente deles. E lá, eles fazem o que querem com a pessoa, a fazem ver, ouvir e sentir o que eles quiserem. Mas eles não tem interesse em iludir ninguém, então só levam essa pessoa para um lugar bonito e conversam com ela lá. Por pouco tempo. Ficar muito tempo na mente de alguém pode te matar."
"Mas isso não é uma invasão ao contrário? Por exemplo, se ela me levar, não serei eu que estarei invadindo?" Eu disse, ele sorriu.
"Você é mais inteligente que isso." Simple sempre procurava nos fazer entender por nós mesmos, então eu pensei melhor.
"O controle é deles." Eu conclui, ele sorriu, seus olhos estavam cansados.
"Sim. E precisam de conexão. É isso que os impede de fazer isso comigo, com Cam, Brass e outros. Nossa mente não se conecta com a deles." Eu assenti.
"E como você vai ter o controle da mente de Adriel?" Eu perguntei, ele suspirou.
"É uma tentativa, Bravery. Eu estarei consciente quando me aproximar e buscar conexão, só espero ser forte o bastante para continuar consciente. De qualquer forma o que vou fazer não vai soltá-lo, só será mais um episódio para a mente dele reviver milhares de vezes. O episódio em que ele me mata."
Eu assenti sentindo meu coração se partir.
"Eu escrevi cartas e deixei ali. Você vai me dar dez horas e então vai contar tudo para o Cam. Ele vai fazer o que for preciso, me manter vivo ou me enterrar."
"Como ele vai saber o que fazer?" Eu perguntei, sentindo frio, tudo em mim gritava para impedir aquela loucura.
"Eu deixei instruções. Leve tudo com você. Chegou a hora, Bravery."
Eu balancei a cabeça, eu queria fazer ele falar, eu tinha de pensar em como eu chamaria Candid. Eu tinha de impedí-lo!
"É possível entrar numa mente adormecida?" Eu perguntei, ele piscou.
"Bravery..." Simple era paciente, mas eu notei que ele estava nervoso.
"Por que seu sobrinho dorme bem profundamente, quando se esgota, não é?" Eu continuei, Simple suspirou.
"Ele não dorme, ele perde os sentidos." Ele respondeu.
"E dá pra entrar na mente dele então?" Simple apertou os lábios, ele estava me ignorando, ele fazia isso, conversava com alguém, mas com a mente em outro lugar, não ligando muito para a conversa.
"Mentes não param, Bravery. Quando dormimos ou desmaiamos, ainda assim uma parte continua funcionando. E eu já disse que não dá para entrar numa mente." Ele foi até as tais cartas e as empilhou, ele estava me distraindo para me paralisar de novo, eu só tinha talvez mais uma chance.
"Tá, mas Missy entrou na mente do seu sobrinho. Ele estava desmaiado e ela entrou, eu tenho certeza." Ele me encarou e eu esperei ele pensar no que eu disse.
"Eu já disse que..." Ele disse, mas parou totalmente de respirar e ficou concentrado olhando para o nada. Ele dizia que pensava melhor quando colocava seu corpo no estresse de procurar ar.
Ele piscou, eu travei meu maxilar, eu devia ir atrás de Candid, era a oportunidade que eu precisava, mas eu fiquei lá, esperando ele sair daquele transe esquisito.
Ele abriu bem as narinas, respirou fundo e fechou os olhos.
"Telefone, Bravery." Eu peguei o celular e estendi para ele, meu coração estava disparado.
Ele discou, eu olhei implorando para ele, ele apertou o viva voz.
"Alô?" A voz do irmão ou do sobrinho dele soou, os dois tinham voz de fêmea se você me perguntasse.
"Pride? Chame Sheer, é importante." Simple disse.
"Simple? Sim, é você mesmo? Você não imagina o quan..." Simple o cortou:
"Pride! Chame Sheer, eu não tenho tempo."
"Oi, tio." Uma voz disse e era exatamente como a voz do pai dele.
"Você e Missy. Você foi rendido pela sede? O quanto? Responda, Sheer, é importante."
"Você e Missy? É sério? Depois de ter prometido?" O irmão de Simple disse, Simple rosnou.
"Deixe ele falar, Pride. Eu já disse que é importante, porra!"
"A prisão está mudando você? Tão rápido assim?" Pride perguntou, Simple apertou os olhos com força.
"Eu fiquei totalmente apagado, tio. Totalmente." Sheer disse.
"Você sonhou?" Simple perguntou, Pride bufou.
"Não sonhamos depois da sede, mal respiramos, você sabe disso, seu presidiário boca suja." Pride disse, eu ri. Ele estava puto por Simple ter falado um palavrão com ele. Irmãos mais velhos!
"Eu não sonhei. Missy disse que minha mente estava totalmente escura, mas que ela sentiu o quanto eu amo ela. Eu a amo, tio." Simple sorriu.
"Você não tem idade para isso. Você não sabe o que é amar, filhote. Vou mandá-lo para Homeland." Pride disse, Simple ficou em silêncio.
"Eu volto de lá correndo, não vai me separar de Missy!" Simple sorriu.
"Obrigado, Pride e muito obrigado, Sheer. Eu amo vocês." Ele desligou.
"Isso ajuda?" Eu perguntei, estava tão ansioso que mudava meu peso de um pé para outro.
Simple se sentou na cama e colocou a cabeça nas mãos.
"Não dá pra invadir uma mente, não totalmente, pelo menos. Você pode ver e ouvir os pensamentos, pode até manipular os neurônios que é o que Adriel faz e ele é o único que pode fazer isso, mas não se pode invadir e tomar o controle. Não totalmente." Ele estava falando sozinho, eu me sentei no chão.
"Mas Pride e Sheer têm capacidade mental. A sugestão deles atrai a mente, a engana, eles podem mudar uma mente para sempre, o tio Francis que o diga. Missy não poderia ver o interior da mente dele enquanto ele estivesse rendido pela sede. Uma mente como a de Sheer é aberta, mas não é possível entrar." Eu o encarei.
"Como assim?" Ele inspirou ruidosamente.
"Quanto mais poderosa, mais vulnerável uma mente se torna. Mas é preciso conexão. A mente de Pride pode ser facilmente sugestionada quando ele está acordado, pode se dizer que a mente dele é aberta para qualquer um com uma pequena capacidade mental, mas a sede é um mecanismo de defesa. A sede fecha a mente deles, exatamente por causa da vulnerabilidade destas. O que Livie fez com Pride todo aquele tempo só foi possível por que a mente dela se conectou com a dele no momento em que ele se apaixonou por ela. Foi uma conexão incrível! Mas..." Ele puxou os fios de seu cabelo que tinham crescido naquela semana, fios muito curtos. Eu continuei em silêncio.
"Desde muito cedo, Sheer cortou a conexão com Livie! A mente dele é mais forte que a de Pride, ele lutou com Peace várias vezes sem deixar a sede aflorar, ele chegou a vencer Peace!" Ele disse, elevando o tom de voz, coisa que ele nunca fazia.
Peace era o filhote de Vengeance que parecia que ia ficar tão grande como Quinze. Engraçado que os filhotes de Vengeance com Marianne eram gigantes e fortes e os dele com Mariah é que tinham vidência. Talvez fosse por que Mariah era doente? Eu estava divagando quando Simple me chamou e eu o encarei.
"Sheer é muito mais forte que Pride em relação à sede. Isso nos leva a como Missy 'entrou' na mente dele. Me conte tudo, Bravery, nos mínimos detalhes."
Eu contei tudo, desde estar espionando a festa até estar andando pela Zona Selvagem e sentir o cheiro de sexo e dos dois filhotes. Contei que ouvi Missy chamar Sheer e do medo que senti na voz dela. E que tinha a sacudido e que por um tempo ela sorriu, até riu e não me viu. E que os olhos dela estavam diferentes, opacos, sem brilho.
"Eu preciso falar com..."
"Ora, ora... O que está fazendo aí dentro, Bravery?" Eu olhei para as grades e Fields nos olhava. Eu apurei os ouvidos, a cela de Simple era afastada e as paredes de Fuller tinham isolamento de som. Mas Fields, aquele filho da puta era primata, os ouvidos dele eram bons.
"O sinal de celular. É isso não é, Fields?" Simple perguntou, Fields acenou.
"Sim, os detectores detectaram." Ele disse e começou a rir.
"E o que você quer?" Simple perguntou muito calmamente, eu não entendi por que ele simplesmente não sugestionou Fields. Seria bem fácil.
"Eu não quero nada. Você não cometeu nenhum crime para estar aí e eu não te deixaria assumir a pena de outra pessoa, embora eu ache que você só está passando um tempo. Você deve ser desses machos que gostam de sofrer ou algo do tipo, não me importa. Mas é contra as regras Bravery estar aí dentro."
Ele era um cumpridor das regras, a maioria dos oficiais de Fuller era assim. Eu também era se não tivesse gostado logo de cara de Simple. E havia o laço dele com meu irmão. Thorment amava Simple, eu me senti na obrigação de honrar o amor de meu irmão.
"É importante. Eu não vou demorar a ir para o meu posto." Eu disse, Fields me encarou, os olhos dele eram castanhos, mas se você olhasse bem, veria algumas raias vermelhas perto de suas pupilas. Ele quase nunca encarava alguém por muito tempo.
"Eu sei do seu irmão. E quero ajudar. Seu irmão é o melhor entre vocês três, ele não pode morrer." Ele falou com Simple, Simple sorriu.
"Obrigado, Fields. Só deixe Bravery aqui mais um pouco, isso já ajuda muito." Simple disse, Fields assentiu, mas não foi embora.
"Quando você perguntou o que eu queria..." Simple aumentou o sorriso, eu fiz um barulho com a boca, Fields rosnou para mim.
"Diga e eu faço." Simple disse, Fields apertou os olhos.
"Não está sendo muito arrogante?" Ele perguntou, Simple acenou.
"Arrogante é o meu nome do meio, não sabia?" Ele brincou, Fields sorriu.
"Seu nome do meio é Elijah, um nome bonito, de um profeta poderoso. Enfim... Eu quero Christmas." Eu olhei para Simple, ele tinha ficado sério. Christmas era celibatária a muitos anos, ela nunca iria querer alguém como Fields.
"Por que ela?" Simple perguntou. Eu acabei gostando da interrupção de Fields. Isso podia fazer Simple desistir da loucura de conectar sua mente à de Adriel. Não definitivamente, é claro. A mente de Simple estava dividida, ele devia ainda estar considerando o que descobriu sobre Missy. Ele não tinha o olhar fixo que tinha quando estava realmente concentrado em quem falava com ele, seus olhos estavam bem distantes.
"E por que não ela?" Fields respondeu com outra pergunta, eu estava quase desmaiando ele e o jogando num armário de vassouras. Estávamos num assunto importante quando ele apareceu. Que porra!
"Eu posso te fazer falar com ela. Cam pode falar com ela, como quem não quer nada, que você quer um filhote, que fez um acordo comigo para conseguir um e que só falta a fêmea. Se ela se interessar, virá te procurar. Se não vir, você saberá o que nós já sabemos, que, como os humanos dizem, Christmas é muita areia para o seu caminhãozinho." Ele olhou para a virilha de Fields eu comecei a rir.
"Eu quero. Fale com seu irmão." Ele respondeu, Simple sorriu.
"Telefone." Ele disse, Fields ergueu as sobrancelhas.
"Agora?" Ele perguntou, mais para ganhar tempo. Os detectores pegariam a ID do telefone dele, ele estava com medo de Darkness. Nada de mais, eu morria de medo de Darkness.
"Quer Christmas ou não?" Simple perguntou e eu vi que os olhos dele estavam mais brilhantes. Ele estava cem por cento ali.
Fields jogou o telefone, Simple o pegou e discou. Ele sorriu quando colocou o aparelho no viva voz.
"Alô. Quem quer que seja, saiba que eu acabei de sair do meu plantão no Hospital e não estou com saco para conversar. Adeus." Candid ia desligar, quando Simple o chamou:
"Cam?" O telefone ficou mudo por um tempo.
"Hon está..." Ele não terminou, meu coração doeu com o sofrimento na voz dele. Candid era sempre muito alegre.
"Vivo. Por enquanto." Simple respondeu, Candid suspirou.
"Você quase me matou, Sim, me ligando de um número desconhecido. De quem é esse telefone?"
"Não importa, preciso que faça uma coisa pra mim." Simple disse.
"Agora? Faltam quinze minutos para a meia noite, eu tenho um compromisso." Ele respondeu, eu me lembrei dele dando um papel para Gift entregar para Ann Sophie. Eu sempre começava minha ronda no hospital, Simple gostava de saber o que Candid estava fazendo. Eu vocalizei o nome dela para Simple, ele sorriu.
"Ann? Que pena, tem de desmarcar."
"Como você...? Bravery, seu pau no cu! Quando eu te pegar vou arrancar sua língua, não vai poder chupar as bolas de Simple mais." Fields riu.
"Escute, vá até a casa de Missy e a traga pra mim. Agora." Simple ordenou. Honest era o líder deles, mas ainda assim Candid obedecia a Simple. Não sem reclamar como quando era Honest que mandava, claro.
"O quê? Está louco? Como vou fazer isso? E tem de ser agora? Ela mora com Bestial, porra! E tem Rebbeca e..." Ele inspirou tão ruidosamente que ouvimos pelo telefone.
"E até Quinze está lá. É impossível. Peça outra coisa."
"Traga Missy. Por Honest. Ann pode te ajudar." Ouvimos uma leve batida na porta, eu arregalei os olhos. Ann Sophie tinha ido! Que filhote sortudo da porra!
Fields limpou a garganta, Simple suspirou.
"E mais uma coisa. Dê um jeito de Christmas se encontrar com Fields. Talvez faça alguns rumores circularem a volta dela que..."
"Fields? Aquele idiota? Eu tenho cara de agência de encontros? E ainda mais a Christmas! É mais fácil que a cobra de Bronzy crie asas que ele consiga afogar o ganso minúsculo dele nela." Candid disse, o ouvimos abrir a porta.
"Quer fazer uma coisa muito, mas muito idiota comigo?" Candid deixou o telefone ligado e falou com Ann Sophie.
"Eu tenho cara de quem faz coisas idiotas?" Ela respondeu.
"É por mim, Ann. É um favor." Simple disse, ela deve ter pegado o telefone, pois sua voz soou muito alta.
"Simple! Como você está?" Eu cobri meus ouvidos, Fields fez o mesmo.
"Estou bem, Ann. E vou ficar melhor se você ajudar."
"O que for preciso eu faço." Ela disse, Candid tomou o telefone dela.
"Certo. Sequestrar Missy e ajudar o perdedor do Fields com Christmas. Mais alguma coisa?" Candid perguntou, Simple só disse que o amava e desligou. Ann Sophie fez um som de espanto quando Candid disse a palavra 'sequestrar', mas como Simple desligou eu só pude imaginar a reação dela.
"E agora?" Fields perguntou quando Simple devolveu o telefone para ele.
"Agora você esquece tudo, Fields, volta para seu posto e só se lembre de que tem de ser agradável com Christmas se ela procurar você." Simple disse, a fisionomia de Fields ficou vazia e ele foi embora virando a esquina.
"E eu?" Eu perguntei, Simple suspirou.
"Você e eu vamos dormir. Eu tenho de descansar, acho que podemos ter uma chance, mas será só uma."

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