08

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A próxima vez que acordou, Richarlison estava sozinho na grande cama de Son, sem sinal do mais velho à vista.

Sua cabeça latejava horrivelmente, lhe fazendo automaticamente prometer aos céus nunca mais botar uma gota de álcool na boca.

E talvez ele devesse mesmo nunca mais beber na vida.

Vestindo de forma rápida um conjunto de moletom que estava ao seu lado, e que provavelmente deve ser o que ele já deveria ter vestido antes de decidir dormir abraçadinho com Son ontem a noite.

Passando os olhos pelo quarto bem arrumado e localizando uma porta que ele deseja em Jesus que seja o banheiro, antes de pular da cama e correr até ela, agradecendo por realmente ser o banheiro do coreano.

E depois do que pareceu ter sido o melhor xixi da sua vida, Richarlison parou encarando a escova de dente lacrada em cima da pia. Era algo bobo(o brasileiro sabe) mas ele não pode controlar o quanto sentiu-se corar sozinho sob o ato atencioso do mais velho.

Ele escovou os dentes até não sentir mais o gosto de morte em sua língua, ponderando alguns segundos antes de simplesmente deixar a escova que lhe tinha sido oferecida, ao lado da escova do coreano.

Quando sentiu que estava apresentável o suficiente, o brasileiro abre a porta do quarto, dando de cara com uma pequena sala ocupada por estantes de livros e uma escrivaninha de estudos separada da cozinha somente por um balcão de duas cadeiras e Son(também muito mais apresentável, agora totalmente vestido) mexendo no fogão enquanto está de costas para ele.

Richarlison dá passos calmos até o balcão e senta-se em um dos bancos, encarando as costas vestidas do mais velho em silêncio.

Oh, você já acordou? — Son lhe dá um sorriso quando vira-se e nota sua presença. — Toma, vai ajudar com a dor de cabeça.

O coreano termina entregando um frasco de comprimidos em suas mãos e um copo de água, o qual, o brasileiro toma sem reclamações.

— O que você está fazendo? — Ele pergunta depois de beber um último gole de água.

— Sopa.

Son diz simples.

— Sopa a essa hora? — Richarlison questiona confuso, olhando para o horário em seu telefone(que ele havia encontrado em um dos bolsos da sua roupa da noite passada, que estava jogada em um canto do banheiro de Son) e notando que era quase hora do almoço.

— Sim, sopa. — Son ri. — Na Coreia comemos uma sopa com carne de porco para curar a ressaca. Achei que você ia precisar dela, então estou fazendo. Está quase pronta.

Richarlison pode sentir suas bochechas e pescoço queimarem em vergonha.

Eu… Eu devo ter te dado muito trabalho ontem né? Sinto muito, eu realmente não me lembro de muita coisa. — Ele tenta desculpar-se mesmo sem saber se fez algo ruim.

O coreano apenas gargalha lhe olhando e serve dois pratos da sopa fumegante para ambos, na bancada.

— Está tudo bem. Não tem o que se desculpar. — O mais velho tranquiliza. — E do jeito que você estava ontem, eu realmente duvido que você lembre mesmo.

— Eu fiz coisas muito vergonhosas, né?

Ele não resiste em perguntar, enquanto mexe a sua sopa.

Bem… Entre o que você falava em português com Emerson e tentava falar em inglês comigo, eu admito que não consegui entender muito do que você estava tentando nos contar, mas você parecia muito chateado e triste com algo. — Son fala esfriando sua própria sopa e a comendo. — Eu quase não consigo fazer você parar de beber! E Royal apenas pouca coisa menos bêbado que você não ajudou, então eu pedi pra Kane levá-lo para o dormitório de vocês. Mas você não quis ir, dizendo algo sobre não querer levar bronca do Lucas, e eu não consegui resistir a sua cara fofa de cachorrinho sem dono e te trouxe para o meu dormitório.

O que (NÃO) fazer com o crush da sua crush | 2SonOnde histórias criam vida. Descubra agora