O que (NÃO) fazer com o crush da sua crush | 2Son

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Desconhecido:
Hey
O que você vai fazer durante o fim de semana?

E quem quer saber?

Desconhecido:
E eu ainda pensei que você seria mais suave por mensagem lol
Aqui é o Sonny!
Espero que você não se importe que eu tenha pego seu número com o Royal :)

Richarlison bufa para o seu celular antes de fuzilar a cama vazia de Emerson com os olhos.

É claro que o outro brasileiro daria seu número sem quaisquer preocupações, para o coreano. Royal as vezes parecia ter o dom especial de lhe irritar profundamente.

Coreano metido a besta:
Então…
O que vocês brasileiros vão fazer neste fim de semana?

Não que seja da sua conta
Mas Emerson e Lucas foram visitar um amigo que eu não me importo em saber quem é
E eu vou passar o fim de semana todo colocando os trabalhos em dia
Estou muito atrasado em alguns

Coreano metido a besta:
Oh
Entendo
Estou te atrapalhando muito?

Sim, está
Você quer alguma coisa?
Porque eu não vou "brincar" com você de novo!
Minhas coxas ainda doem pra caralho

Coreano metido a besta:
Eu te disse que você devia começar a focar mais na sua resistência
Como você vai conseguir me acompanhar desse jeito, Richy? ;)

O brasileiro tosse e engasga com o vento, sentindo-se constrangido com como parecia muito que Son estava, de alguma maneira, flertando com ele com aquela mensagem.

Qual é a porra do problema com esse coreano??

Você tá brincando comigo porra!?

Coreano metido a besta:
Sinto muito, Andrade!
Eu não pude resistir lol
Você fica muito fofo bravo

Apenas diga logo o que quer!
Tenho certeza que você não mandou mensagem só para perguntar sobre a agenda pro final de semana dos brasileiros do Tottenham

Coreano metido a besta:
Não era nada demais
Ia apenas te chamar para dar uma corrida pelo campus
Mas já que você está tão ocupado, isso pode ficar para um outro dia
Bons estudos e não se esforce demais
XOXO

Richarlison encara a conversa aberta com o coreano por alguns longos segundos, antes de jogar a cabeça para trás na cadeira que está sentado e esfregar seus olhos.

Esse cara não pode ser normal, o brasileiro pensa consigo mesmo.

E justamente quando ele quer o coreano o mais longe possível de si, para poder ter uma desculpa para não precisar ajudar no plano de Emily. O mais velho parece um maldito carrapato tentando grudar em si a todo custo.

É como a porra do seu inferno pessoal.

━━━ ✶ ━━━

Richarlison não notaria o correr do tempo enquanto estava focado em colocar em dia seus trabalhos atrasados, se não fosse por seus olhos cansados e a batida alta que foi ouvida da sua porta. Lhe fazendo olhar desnorteado para a janela, só então notando o céu escuro lá fora antes de levantar-se para atender quem quer que fosse.

Um sorriso brilhante lhe comprimenta quando a porta foi aberta. Fazendo o brasileiro piscar um pouco mais alerta, notando que é Son quem está na sua porta, nem esperando um convite formal para entrar antes de adentrar o cômodo depois de apertar uma das bochechas do mais novo.

— O que você está fazendo aqui?

Richarlison não pode deixar de perguntar enquanto assiste o mais velho passear pelo quarto confortavelmente.

— Eu imaginei que você não iria se alimentar direito por estar tão ocupado com seus trabalhos, então te trouxe algo gostoso para comer. — Son fala balançando sua sacola e então tirar de dentro uma vasilha média amarela e uma garrafa pequena, com o que Richarlison imagina ser algum suco natural.

O brasileiro suspira para si mesmo. Massageando suas têmporas para evitar piorar o começo de uma dor de cabeça que ele está sentindo.

— Alguém já te contou que você é estranho pra caralho? — Ele finalmente diz, olhando para o mais velho. — E você não pode ficar invadindo o quarto dos outros assim.

Son ri depositando o que trouxe na escrivaninha, cheia de papéis e cadernos abertos, que pertencia obviamente a Richarlison.

— Sim, já me falaram que sou estranho antes, e eu não invadi o quarto de ninguém. Apenas bati educadamente na porta e você abriu ela pra mim. Então venha comer logo antes que esfrie.

— Não estou com fome. — Richarlison resmunga não querendo dar o braço a torcer. Mas então o coreano abre a tampa da vasilha e o cheiro delicioso que saiu dela fez o seu estômago traidor roncar audivelmente.

— Entendi. — O mais velho zomba, empurrando o brasileiro de leve em direção à escrivaninha e depois jogando-se na cama ao lado, sem preocupações.

— O que é isso?

Ele não resiste em perguntar. Sua boca já salivando depois de ter passado todo aquele tempo de estudo apenas com salgadinhos e lanches rápidos no estômago.

— Arroz frito coreano. Fiz uma vez para Royal e Lucas, eles disseram que é meio parecido com comida brasileira. Então imaginei que você também poderia gostar.

— Você sabe cozinhar!?

Richarlison pergunta surpreso depois de ceder e sentar-se de volta em sua cadeira, cutucando a comida ainda meio incerto se deveria comer ou não.

— Estou sozinho na Inglaterra a um tempo, Brazilian. — Son brinca. — Aprendi a ficar bom na cozinha.

O brasileiro apenas cantarola em resposta.

Respirando fundo antes de levar uma colher cheia a boca, cedendo ao coreano. Richarlison estava faminto e se a comida estivesse envenenada ou não, ele teria que lidar com o "morto por arroz frito de um coreano" escrito em sua lápide, do céu.

Porém o gemido de satisfação que saiu da sua garganta pegou o brasileiro de surpresa.

— Meu Deus, isso tá muito gostoso!

Ele fala em português de boca cheia, chocado enquanto mastiga mais uma colherada da comida deliciosa.

— Está gostoso? — Son pergunta baixo, lhe lembrando que ele não estava sozinho.

— Uau. Isso é muito bom! — Richarlison elogia sem nem notar, percebendo o que disse só quando as bochechas do coreano ganharam um tom avermelhado sem motivo.

— Que… Que bom que você gostou. — O mais velho gagueja antes de se recompor. — Coma tudo, você está pálido! Eu já vou indo. Nos vemos no treino!

E então Son levanta rapidamente de onde estava sentado, caminhando com pressa para fora e batendo a porta sem mais palavras.

Richarlison termina de engolir o que já estava em sua boca ainda olhando para o caminho que o outro percorreu, quando se foi.

— Que coreano doido.

Ele fala para ninguém, no quarto agora vazio.