O que (NÃO) fazer com o crush da sua crush | 2Son

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Se Richarlison um dia pensou que Son Heung-Min não podia ser mais irritante do que já era, ele estava completamente iludido. Pois o coreano conseguia — em disparada — ser o bastardo mais irritante e insistente que ele já teve o desprazer de conhecer.

O camisa 7 de alguma forma(que só a mente dele deve funcionar) pegou para si o papel de "mãe" e continuo dia após outro lhe tratando como se ele tivesse a porra de 10 anos!

Sempre o cutucando e tocando; lhe trazendo sanduíches, sucos e chás no refeitório ou depois dos treinos mesmo que Richarlison já tivesse rosnado que o coreano pare de fazer isso(contudo, o brasileiro acaba sempre comendo agradecido, pois foi ensinado que não se deve desperdiçar comida) e principalmente, não deixando passar nenhuma maldita oportunidade de lhe provocar, apertando todos os seus botões.

Mas hoje parecia… Diferente.

Claro, o coreano ainda lhe levou um copo térmico de suco no refeitório com um "Beba tudo antes do treino, Jagi" na ponta da língua. Ainda esbarrou de propósito em seu ombro quando passou pelo brasileiro no vestiário, só para fazê-lo lhe xingar irritado. E tentou morder o seu pescoço quando agarrou-se de brincadeira às costas de Richarlison durante o treino de pênaltis.

Porém, se você notasse bem…

Era fácil perceber que o atacante estava um pouco mais calado que o normal; não estava dando mais aquele sorriso estúpido que o deixava com olhos minúsculos e também parecia um pouco mais aéreo. O que, de longe, era o mais fácil de notar pois Son era sempre muito focado em campo.

Não que Richarlison se importasse com um riquinho idiota que só estava brincando consigo para o levar para a cama.

Mas…

Ele não pode evitar a pontada de preocupação que surge em sua mente, quando mesmo depois de ter terminado seu banho e praticamente todo time já tinha ido embora. Ele ainda podia assistir Son no campo, agora treinando sozinho como se não fosse parar por mais um longo tempo.

Richarlison para no meio do seu caminho e franze o rosto perguntando-se qual era o problema do mais velho, quando sente outra pessoa parar ao seu lado e suspirar.

— Odeio quando ele faz isso. — Kane fala baixo. — Ele continua sorrindo e dizendo que está tudo bem, que não tem nada demais acontecendo. Mas do nada começa a treinar feito doido até a exaustão.

Richarlison cantarola ainda com a sua atenção na figura de Son, ao longe.

— Ele não te falou nada do porque ele está assim? — O brasileiro pergunta, apenas levemente mais preocupado.

Kane nega.

— Ele não me disse nadinha. Mas imagino que deve ter algo haver com a família estranha dele. — O outro atacante diz. — Ele nunca fala muito sobre eles.

A confusão do brasileiro apenas aprofunda-se mais, já que parando para notar, ele realmente nunca tinha visto Son falar sobre sua família. Apesar de todos em Tottenham saberem que o pai do coreano é um ex-jogador, rico e famoso na Coreia.

Son sempre fala algumas coisas aleatórias de quando ainda morava na Coreia. Sobre a comida; um ou outro amigo do tempo do ensino médio; sobre como a primavera é bonita lá por causa das cerejeiras e que gostaria de levar o brasileiro para ver o 1° dia de neve com ele em Seul.

Porém, nunca algo sobre sua própria família.

— Você devia ir lá tentar botar um pouco de juízo na cabeça dele. Você pode ter mais sorte... — O britânico volta a falar. — Talvez beijinhos sejam mais eficientes que a racionalidade. Não sei… Nunca tentei isso nele.

Kane termina rindo antes de empurrar seu ombro de brincadeira no do brasileiro e ir embora.

— Você não vai embora agora? — Lucas soa perto de Richarlison não muito depois.

— Não… Vocês podem ir na frente. Eu chego no dormitório mais tarde. — Richarlison responde aos amigos em suspiro, e então começa a ir em direção ao coreano.

Pelo visto, seu plano de botar suas séries em dia ou dormir mais cedo, será adiado.

— Tá tentando bater algum recorde? — Ele questiona irritado a Son, depois de largar sua mochila no chão e chegar mais perto.

— Hm? — Son pisca em sua direção. Suor pingando por seu pescoço vermelho e ofegante como o inferno.

— Perguntei se você está tentando bater algum recorde de morte mais rápida por burrice. — O brasileiro voltou a falar. — O treino já acabou. O que porra você ainda tá fazendo aqui?

Son ri ofegante finalmente parando para dar atenção ao outro.

— Nossa… Meu Jagi está preocupado comigo? Eu devo ter feito algo muito errado mesmo. — O coreano fala não perdendo a oportunidade de lhe tirar do sério.

Richarlison estala a língua em aborrecimento.

— Não estou preocupado com você e sim irritado que tem um idiota tentando desmaiar de exaustão no gramado do campo.

O coreano resmunga em concordância mesmo que tenha um sorriso no rosto. Puxando mais algumas respirações, Son logo aproxima-se mais do brasileiro.

— Você tá tão cheiroso. — Son choraminga depois de enfiar seu rosto no pescoço de Richarlison, em um ato que já estava tornando-se corriqueiro do mais velho, de forma que o brasileiro, automaticamente, ergue mais seu queixo liberando espaço para que ele possa se acomodar.

— Eu sei. Mas você não tá! — Richarlison rosna nos cabelos negros do coreano ao sentir o rosto suado dele molhando sua pele. — Se você vai ficar se esfregando em mim, pelo menos faça isso depois de tomar um banho, nojento!

— Com você falando assim, fica difícil negar fazer o que você quer. — Son ri fingindo morder seu pescoço, fazendo Richarlison quase pular no susto e puxá-lo para longe da sua pele pelos cabelos, irritado. — Você vai me esperar tomar banho e fechar tudo?

Son pergunta suave apesar do aperto firme em seus cabelos, ignorando as sobrancelhas franzida em raiva do brasileiro.

— Claro que sim! Não vou negar uma carona no seu carro chique. — Richarlison responde, finalmente, largando o mais velho.

O coreano morde mas um sorriso que cresce em seus lábios antes de pegar o que estava usando no treinar para guardar, no seu caminho para o vestiário.

E Richarlison suspira olhando para o céu, imaginando que Kane é outro doido que está vendo coisas onde não há.

Pois se Son está com humor suficiente para continuar lhe irritando, então não pode haver nada de errado com ele, além de pura manha.