O que (NÃO) fazer com o crush da sua crush | 2Son

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Dizer que Richarlison havia conseguido dormir mais que meia hora, seria uma mentira.

Entre sua vergonha, frustração, inquietação e ansiedade pelo próximo dia, o brasileiro passou a noite toda rolando de um lado para o outro na cama. Em uma busca falha por paz mental e sono.

Richarlison carregava consigo uma carranca muito perceptível em todas as suas malditas aulas. Que só aprofundou-se mais quando foi aproximando da hora do seu treino.

O time de Tottenham terá um amistoso com o time do Arsenal em breve, então o treinador Conte estava começando a cobrar mais atenção dos jogadores titulares, para um bom desempenho no amistoso futuro. O que — para a alegria de Richarlison — resultou em um treino pacífico sem interações com o coreano camisa 7,  que estava muito ocupado estudando os novos lances para os atacantes, que o treinador queria experimentar até lá.

Mas como nem tudo são flores e Son já tinha provado mais de uma dúzia de vezes que é um bastardo irritante de primeira.

Richarlison acaba encontrando-se de frente ao coreano, antes mesmo de sair do gramado.

— Você parece horrível, Brazilian. — Son diz segurando a lateral do seu pescoço, virando levemente a cabeça de Richarlison de um lado ao outro, em análise. — Sente-se doente?

O pulso do brasileiro pula três batidas, antes que ele recomponha-se e bata a mão do mais velho para longe de si.

— Você já voltou pro seu personagem bonzinho, foi? — Richarlison chiou evitando o rosto do coreano.

Son ri baixo e entra mais no espaço pessoal do brasileiro.

— Sim… Pois, infelizmente, não posso ter o prazer de ver você ajoelhado pra mim todo dia. — O coreano suspira baixo em clara provocação.

Richarlison pisca um pouco absorvendo as palavras, antes de aproximar-se mais e tampar a boca do mais velho enquanto olha para os lados, assegurando-se que nenhum dos outros jogadores estava perto o suficiente para ouvir.

— Tá doido, caralho!? — Ele exclamou para o outro, lhe olhando chocado.

Ele sente Son rir mais sob sua mão, e resiste ao impulso de dar um soco na cara do coreano ali no meio do campo mesmo. Onde o treinador poderia ver e lhe expulsar por violência contra um companheiro de time.

Son segura seu pulso em um aperto firme e puxa sua mão para longe da sua boca, porém não desfaz o contato.

— Sinto muito, mas não resisti em te provocar um pouco. — O coreano admite ainda sorrindo.

E Richarlison estala a língua em irritação.

— Você gosta disso, né? De me enlouquecer sempre que tem oportunidade! — Richarlison rosna.

Ele contorce um pouco seu pulso na mão do mais velho em inquietação. De repente, preocupado que Son possa sentir sua pele esquentando sob a dele ou seus batimentos cardíacos que também estão ficando loucos, de raiva.

— Na verdade, eu gosto sim. — Son fala alargando seu sorriso estúpido. — Você é sempre tão sério e concentrado, então eu gosto muito quando consigo fazer você corar assim, como agora.

O coreano termina usando sua mão livre para apertar uma das bochechas quentes do brasileiro.

Richarlison engasga um pouco puxando seu corpo alguns passos para longe de Son, seu pulso agora deslizando para fora do aperto já frouxo do mais velho.

Ele ocupa-se em limpar uma sujeira que ele sabe que não tem em suas bochechas, para evitar outro contato visual com Son. O que mais lhe frustra consigo mesmo, do que ajuda.

— Okay, Okay! Agora se já cansou de brincar comigo, licença. Preciso ir tomar banho. — Ele diz rápido, passando pelo coreano sem realmente esperar por uma resposta.

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— Certo… Se ninguém vai falar sobre o elefante na sala, então eu falo! — Emerson declarou depois de menos de cinco minutos de caminhada em direção ao dormitório, após o treino.

— Sabia que você não ia ficar quieto por muito mais tempo. — Lucas suspira.

Richarlison os ignora, tentando focar suas últimas forças em chegar rápido a sua cama macia para poder finalmente dormir um pouco.

— Primeiro: o que rolou ontem no encontro de vocês que te fez voltar pro quarto todo desnorteado e virando de um lado ao outro, na cama? — Emerson continua, apesar do silêncio do mais novo. — E segundo: o que foi aquela tensão sexual quilométrica de vocês lá no campo!?

— Não aconteceu nada ontem. E também não teve nenhuma tensão sexual hoje! Tu tá vendo coisa, Emerson. — Richarlison gemeu cansado.

Royal bufa desacreditado.

— Nem vem com essa, Pombo! Eu já fiquei sabendo de uns cochichos sobre o Sonny ter dado um fora daqueles na Emily que ela nem apareceu hoje nas aulas, e logo depois ele te levou pra um encontro. Fala pra nós, Pombinho… Ele se declarou pra você, né?

Richarlison fica em silêncio mais uma vez.

— O Son se declarou pra você!? — Lucas repete em um quase grito.

— Não... — Richarlison responde incerto, pois Son não tinha declarado-se para ele, e sim admitido que quer algo com ele.

— Ah, para! Impossível acreditar nisso. — Royal insiste.

— Se vocês querem tanto saber, então vão lá e perguntem pra ele! Vocês estão aqui a bem mais tempo que eu, tenho certeza que conhecem ele melhor. — Ele late aborrecido para os amigos. — Eu tô morto de cansaço. Não dormi nada, e ainda nem tive cabeça pra responder as 300 mensagens da Emily falando mal dele.

Emerson parece morder a língua, contendo-se em empatia ao amigo.

— Tu falou pra ela que o Sonny ia te levar a um encontro? — Lucas questiona.

— Claro que não! — Richarlison devolve alto. — O Son ter chamado ela pra sair era pra ter resolvido as coisas, mas parece que tudo só fez piorar desde que eu abri a porra da minha boca pra pedir isso pra ele.

Ele termina em um gemido de frustração e cansaço enquanto esfrega o rosto em busca de alívio.

— A vida é um bagulho imprevisível mesmo.

Lucas dita dando de ombros.

— Olhando pelo lado positivo, você e Son combinam bem mais juntos, do que ele com a loirinha. — Royal sorri mostrando os polegares.

— Acho que a loirinha nunca nem teve chance com o Sonny, Emerson. — Lucas declara.

— Pois é! Como ela poderia ter alguma chance quando o nosso Richei é tão lindão assim? — Emerson diz alegre, passando seu braço sobre os ombros do brasileiro mais novo e o apoiando com sua lateral. — Um cara gostoso, cheiroso e doce como um coice de mula desses! Tenho certeza que foi paixão à primeira vista pro Son.

Richarlison resmunga cansado com a fala dos amigos, mas deixa ser bem-vindo o apoio dos braços de Royal até o dormitório.