Call me by your name • kth + jjk

the devil has blonde hair

Ato 1
"Por que eu preciso de você mesmo sabendo que vou me machucar?"
- I Need U

Afinal de contas, o que é o amor?
Em milhares de anos, nem um milhão de textos, livros, ou músicas e filmes puderam responder a essa pergunta.
Porque o amor não é comestível. Não é tocável. O amor não é o sexo. Não é andar de mãos dadas. E muito menos, é um beijo longo.

Ele jamais poderia se resumir em borboletas no estômago, nem em um coração acelerado, porque as borboletas nada mais são do que um corpo ansioso e com medo de uma sensação que ele não entende, e o coração acelerado, é a descarga de emoções que; novamente; o corpo não entende.

Então,
o que é
o amor?

Talvez, seja uma pessoa.
Aquela que você se apaixonou pela primeira vez, que fez você descobrir como era gostar de alguém. Ou talvez seja a pessoa com quem você se case em vinte ou trinta anos, tem inúmeras respostas, mas...

Em que momento, você sabe que a paixão vira o amor?
Em que momento você percebe que aquela pessoa é tudo pra você? Seu bem mais precioso e sua maior vulnerabilidade?

Quando você perde ela. Quando ela pisa em você, ou, no caso de Jeongguk; quando ela acidentalmente se vinga de uma traição que você não cometeu.

Porque isso sim era amor; ele sentia raiva, medo, culpa, todas as piores emoções possíveis. Mas nunca seria capaz de odiar Kim Taehyung.

Ele era um anjo; o seu anjo.

Ele foi a pessoa que o cativou desde o arco-íris da boate até as mensagens e emojis. Ele se apaixonou por tudo no garoto; a forma como ele andava; o sorriso; a elegância que ele tinha; a forma como ele odiava abóbora; até mesmo o jeito que ele estralava todos os dedos, e depois pedia para estralar os seus.

Ele não sabia o que era amor, ninguém sabia mas, ele sentia. Quando percebeu que amava Kim, sentiu muito, muito medo, ficou apavorado pela primeira vez em milênios, e mesmo assim, se entregou a ele. Porque o amava, e faria qualquer coisa por ele.

E ele percebeu isso no dia anterior. Mesmo com raiva, chorando e querendo sumir dali, ele o abraçou e o beijou, e deixou que seu coração falasse alto uma última vez:

"Eu te amo, meu anjinho..."

Antes de pôr um fim em algo eterno, por um sentimento passageiro: a raiva.

Quando saiu de casa, foi direto para o bar. Ele encheu a cara, riu das piadas sem graça dos homens ali e fumou cigarros de maconha até não aguentar mais, e foi apenas de manhã que voltou para casa. Quando voltou, o apartamento estava silencioso, vazio. E talvez fossem as ervas, mas ele conseguiu ver ele ali, assistindo televisão como sempre fazia, sentado com as pernas juntas do corpo, comendo panquecas que ele provavelmente teria pedido para que ele fizesse.

Ele deu um suspiro longo, e andou até a cozinha, enchendo um copo d'água. Ele olhou para o balcão, e pôde imaginar perfeitamente o garoto ali, sentado o olhando cozinhar no fogão, contando sobre os mais diversos assuntos que o interessavam com o maior ânimo possível, porque ele era um sol, que brilhava desde as seis da manhã.

Ele só percebeu que o copo tinha enchido quando a água vazou e molhou o chão.

- Caralho.

Ele praguejou, e suspirou novamente, fechando os olhos, e tentando pensar direito. Estava bêbado e chapado, talvez o melhor a se fazer naquele momento fosse dormir até que os efeitos de álcool e maconha saíssem de seu corpo. E após beber água,a primeira coisa que ele fez foi andar cambaleando até seu quarto e se jogar na cama.