Dancing Queen

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Diana pov'

— É, porque esses trans só querem pegar o lugar de quem realmente deveria estar lá – Levei a mão ao rosto, respirando profundamente ao ouvir aquilo – Tanto que em um papel de mulher irão colocar um homem que mete uma peruca na cabeça e fala que é mulher.

Já estava na minha terceira reunião do mês com a equipe para o filme e em todas esse saco de bosta falava coisas absurdas que faltavam quase estourar minha cabeça e aquilo estava me tirando do sério.

— Do jeito que andam as coisas, daqui uns dias vocês irão querer colocar um cavalo pra fazer papel de cachorro – Soltou uma alta gargalhada, acompanhado do cara ao seu lado que tinha o mesmo cérebro minúsculo.

— Olha, essa porra pra mim já deu – Aumentei o tom de voz para sobrepor as risadas ridículas – Essa merda foi o ponto final pra minha paciência e se eu tiver que ouvir mais uma bosta sair da sua boca, eu vou ter que furar meus próprios tímpanos.

O silêncio foi feito naquela enorme mesa e a diretora do filme respirou fundo, olhando-me apreensiva.

— Você se acha mesmo engraçado? Acha mesmo que o caminhão de lixo que você solta pela boca é válido de alguma forma? – Ele olhou para todos ali, parecendo ter ficado sem graça – Ninguém aqui é obrigado a aturar você e seu preconceito de merda, muito menos seu jeito de ofender pessoas que são sim válidas. Pessoas que merecem ser levadas a sério, afinal, são pessoas assim como eu e você.

— Ele não foi preconceituoso, só...

O que sempre ria tentou argumentar, fazendo-me revirar os olhos antes de interromper.

— Por favor, cala a boca que você pra rir deve dividir o mesmo pedaço de merda que ele tem no lugar do cérebro.

— Diana, eu acho que estamos muito exaltados e que deveríamos encerrar por aqui. – Valerie, a moça que estava encarregada da direção se intrometeu.

— De fato devemos encerrar, tanto essa reunião, quanto o contrato dos dois – Sorri fingindo gentileza para os dois idiotas que me olharam chocados – Vocês estão demitidos.

— Mas você não pode fazer isso.

— Não só posso, como eu vou. O combinado desde o começo foi que eu participaria de tudo e tomaria todas as decisões para o meu projeto, então eu estou decidindo que os dois em minha equipe não servirão de nada.

— Diana, eles são ótimos nas áreas deles e...

— Valerie, eu não irei trabalhar com gente que pensa dessa forma nojenta – Falei séria, levantando-me e pegando minhas coisas – Eles saem ou quem sai sou eu, e então você se vira pra achar alguém pra roteirista. Você quem decide.

Sorri de forma falsa e sai daquela sala que estava me sufocando por inteira.

Odiava todo e qualquer tipo de preconceito e agora em um projeto tão grande como esse, eu de fato não poderia aceitar pessoas desse tipo em minha equipe.

Adentrei meu carro, respirando tão fundo que mais um pouco eu iria sugar o painel para dentro de minhas narinas.

Eu andava muito estressada esses dias. Meu livro que eu estou escrevendo no momento está parado na metade porque um bloqueio me tomou por inteira.

Estava estressada com a mídia que ao saber desse projeto estava quase me engolindo viva.

Mas o meu estresse central era Richard, pai de Elizabeth.

Eu odiava esse cara com todas as minúsculas partes do meu corpo. O jeito que ele a agredia fisicamente e mentalmente me deixava puta da vida.

Elizabeth não me deixava fazer nada para ajudá-la, nem mexer um pauzinho sequer para tirar esse peso dos ombros dela e aquilo me irritava, ao mesmo tempo que me destruía.

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