Desire

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Abri um enorme sorriso assim que coloquei a chave na porta, virando-a cuidadosamente e fazendo o mínimo de barulho possível.

Adentrei aquela casa que mantinha um ar aconchegante. Minha casa e de Eliza.

Havíamos comprado essa casa há um mês atrás e estávamos simplesmente amando começar a construir nossas vidas, um passo de cada vez todos os dias.

Olhei em volta, percebendo que Elizabeth não estava na sala e nem na cozinha, estranhando já que hoje era dia em que ela não ia para o seu ateliê.

Estiquei os músculos de meu corpo, ouvindo-os estalarem feito garrafa. Estava morrendo de cansaço pela viagem que fiz para dar entrevista junto com o elenco do filme. Era pra eu voltar daqui a dois dias, mas consegui com que a gravação do programa fosse feita antes e então voltei mais cedo, estava morrendo de saudades de casa e amanhã era o meu aniversário de namoro com Eliza, então voltar antes foi uma boa.

Larguei a mala no canto da sala e comecei a subir as escadas, talvez Eliza estivesse no banho, dormindo na banheira como sempre acontecia.

Mordi o lábio inferior ao passar por um quadro nosso no corredor, sorrindo ao passar o indicador por ele.

Segui caminho pelo extenso corredor e parei frente a porta do nosso quarto, franzindo o cenho ao ouvir um gemido de Elizabeth. Fechei a mão em volta da maçaneta gelada e respirei fundo antes de girar.

Engoli em seco ao adentrar o nosso quarto e confirmar com os olhos o que eu estava ouvindo, sentindo meu coração apertar com aquela cena.

Elizabeth estava nua na cama, sentada por cima de um cara que também se mantinha sentado na cama. Elizabeth gemia alto ao subir e descer, enquanto o cara apertava sua bunda com vontade.

— Oh sim, cachorra. Eu vou te foder até você implorar para que eu pare.

— Isso Dave, me faça sua como ninguém nunca fez.

Observei Elizabeth rebolar com força em cima dele, gemendo tão rouco como quando gemia quando estavamos na cama também.

Senti meus olhos marejarem e pisquei algumas vezes, enquanto meu mundo parecia desabar de tantas maneiras. Limpei a garganta, engolindo o bolo que rasgou por ela quando, assustada, Elizabeth saiu de cima do rapaz. Analisei bem o cara e o reconheci, era o seu ajudante no ateliê, aquele que ela me dizia ser apenas seu companheiro de trabalho.

Como eu pude ser tão burra?

— Diana? E-eu... Não é isso o que você está pensando.

— Eu estou vendo, o que é bem diferente de pensar. – Ri sem humor.

Observei ela tentar se cobrir com o lençol, enquanto o rapaz se vestia como se estivesse vendo o pior demônio em sua frente.

— Eu pensei que você não voltaria hoje.

— E isso é motivo para você foder com outra pessoa em cima da nossa cama? Dentro da porra da nossa casa?

— Não... E-eu... Me deixa explicar.

— Vai começar por qual parte? A parte em que você está me traindo, a parte em que você provavelmente chupou ele mais de uma vez além de hoje ou a parte em que eu acabei de chegar em casa e vi você dando pro seu, "apenas companheiro de trabalho"?

O rapaz olhou para Eliza, parecendo não ter ideia do que fazer agora, voltando a observar meu rosto que eu tentava não deixar desmoronar naquele exato segundo.

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