HARLEY
Todos nós temos algo sobre nós mesmos que gostaríamos de mudar. No meu caso é o meu passado e ele me deixa com medo. Medo de perder o controle, de ser julgada, e que as pessoas que eu amo se afastem de mim se souberem quem eu realmente sou.
Sentada na cadeira em frente ao espelho depois do meu pai ter me tirado arrastada daquela festa, eu olhava para a rosa que Scott me deu lembrando da nossa dança e de tudo que ele me fez sentir. Foi tudo muito intenso e por mais que eu concorde com o fato de que eu devo me afastar, eu gostei de me sentir daquele jeito. Pela primeira vez eu me senti mulher e que tem alguém que me vê como uma. Quero muito que aconteça de novo. Mas fico preocupada pensando que meu pai pode tê-lo espantado depois do que fez.
Parei de divagar quando ouvi batidas na porta.
_ Entra!_ Fiquei surpresa por Sarah ter chegado tarde. Pensei que fosse ser expulsa por Linda depois de ter armado pra filha dela.
_ Soube do escândalo que seu pai fez por causa do Scott._ Se sentou na minha cama._ Você está bem?
_ Estou!_ Me virei para ela._ A festa já acabou?
_ Acabou e foi um desastre!_ Seu olhar ficou perdido por alguns segundos._Violet ficou fora de si. Parece que ela não gostou de saber sobre você e Scott e enlouqueceu._ Meu coração balançou ao ouvi-la dizer o nome dele.
_ Você o viu depois que eu vim embora? Como ele estava? Me senti envergonhada com a forma como o meu pai reagiu ao nos ver juntos. Ele falou alguma coisa sobre?
_ Scott é um gentleman. Me fez companhia o tempo todo e se ofereceu para me trazer para casa já que meu marido descontrolado saiu de lá arrastando a filha e esqueceu-se de mim._ Levantei a cabeça curiosa.
_ Scott te trouxe pra casa?_ Senti a mesma energia que me consumiu quando dançamos começar a aparecer outra vez.
_ Veja você mesma._ Apontou para a janela. Desconfiada eu abri a cortina e vi Scott escorado no capô do carro._ Seu pai ainda não chamou os seguranças de volta,então..._ Deu de ombros e eu entendi a mensagem._ Eu vou para o meu quarto me certificar de que seu pai não saia de lá antes do sol nascer. Tenha juízo!_ Piscou pra mim e fechou a porta.
Nunca pensei que aquela árvore atrás do meu quarto seria útil pra mais alguma coisa além de bater os galhos na parede. Mesmo achando aquela aventura divertida, eu não queria ter que subir tudo de novo quando voltasse para casa, então combinei com Sarah dela deixar uma chave escondida em um dos vasos de flores da entrada.
Corri até o outro lado da rua e pulei nos braços de Scott como uma criança.
_ Quem diria que um dia a Harley Nathalíe Edwards iria fugir pela janela para se encontrar com um garoto._ Me afastei sorrindo.
_ E quem diria que esse garoto seria Scott Sanders Gray.
_ Touché!_ Segurou meu rosto com uma das mãos e se aproximou para me beijar, mas eu desviei.
Até meu fígado queria aquele beijo, mas o que meu pai disse ainda estava bem fixo na minha mente e eu não podia deixar aquilo ir mais longe.
_ Vamos mais de vagar._ Disse quase num sussurro.
_ Como você quiser!_ Beijou minha testa e abriu a porta pra eu entrar no carro.
Queria que a noite continuasse sendo um conto de fadas, mas não demorou para o meu "Era uma vez", se transformar em um conto dos irmãos Grimm. Nunca quis que alguém me visse tendo uma crise de ansiedade. Eu sempre fui tão forte e nunca perdi o controle na frente de ninguém. E como se eu não tivesse passado por coisas demais naquela noite, o universo ainda tinha me reservado a cereja do bolo.
Scott me levou pro Bronx. Estava com um pouco de medo por nunca ter ido para aquele lado da cidade e também porque eu não fazia ideia do que estava me esperando. "Um churrasco no quintal" não me dizia muita coisa a não ser que teria carne e comeríamos no quintal. Mas e quanto as pessoas que estariam lá? E quantas seriam? Todas elas são de confiança? E se ninguém gostar de mim? E se eu dizer algo errado e acabar ofendendo alguém?
_ Você está tensa._ Disse e pegou minha mão entrelaçando nossos dedos._ Você vai gostar. Eu prometo!
_ Me desculpe! Eu só não estou acostumada a vir pra esse lado da cidade.
_ Não tem monstros aqui, Harley._ Soltou minha mão para trocar de marcha._ As pessoas falam do Bronx como se fosse o lugar mais violento do mundo, mas quem vive aqui são pessoas maravilhosas. Você vai ver._ Ele morou no Bronx durante anos, então sabe do que está falando._ Além do mais, você está comigo. Não precisa se preocupar._ Sorriu pra mim e novamente segurou minha mão.
Ele parou o carro na frente de uma casa branca com cerca de madeira da mesma cor e um gramado bem cuidado. Havia algumas flores debaixo das janelas e ao lado do caminho que levava até a varanda. Eu podia ouvir a música tocando nos fundos e fiquei curiosa pra saber o que era.
Fomos recebidos muito bem por uma mulher magra com marcas de expressão no rosto. Apesar de sua aparência cansada, seu olhar brilhava e seu sorriso me fazia sentir bem. Se apresentou como Naomi, me deu um abraço caloroso e nos convidou para entrar. Foi minha vez de segurar a mão de Scott que não a soltou mais.
Havia muita gente ali. Umas estavam dançando, outras conversando e as crianças que corriam pelo gramado ainda molhado pela chuva, deixavam o ambiente mais alegre.
_ Vamos!_ Passou o braço pela minha cintura._ Quero te apresentar a alguém._ Atravessamos o quintal e antes de chegarmos até um grupo de meninos que estavam sentados perto da churrasqueira e do aparelho de som, fomos parados por um garoto magro, das sobrancelhas grossas e aparelho nos dentes, não devia ter mais do que a minha idade,
_ Scott! Que bom que veio, já estávamos preocupados._ Se cumprimentaram com um abraço rápido._ Essa é a garota de quem você tanto falou ontem?_ Veio na minha direção e como um gentleman, segurou minha mão e a beijou._ Mademoiselle. Je suis enchanté de faire votre connaissance! ( Senhorita! Estou feliz em conhecê-la!)._ A pronúncia do seu francês era perfeita.
_ Tu parles français? (Você fala francês?)_ Perguntei curiosa.
_ Não! Eu só aprendi aquela parte. Me desculpe!_ Achei fofo.
_ Não se preocupe, ficou perfeito.
_ Você é americana?_ Parecia surpreso.
_ Nascida e criada em Nova York._ Respondi desconfiada.
_ Você me fez treinar o dia todo para nada?_ Lançou um olhar ameaçador para Scott que saiu correndo para dentro da casa._ Eu estou com câimbra nos lábios de tanto fazer aquele biquinho._ O garoto foi atrás dele aos berros.
Olhei em volta e estava tudo bem ficar alguns segundos sozinha, mas pra mim o tempo não passava e sem Scott por perto eu começava a me sentir desconfortável. Não conhecia ninguém ali e as meninas me olhavam de canto me deixando intimidada. Me perguntava por que cargas d'água eu fugi de casa. Poderia estar confortável na minha cama assistindo a um filme em vez de estar passando vergonha num lugar completamente diferente do que eu estava acostumada. Até na festa da Violet eu estava menos tensa.
Arrumei meu cabelo pensando que estivessem me olhando porque poderia estar desarrumado. Olhei meu rosto pela câmera do celular para saber se não estava sujo, mas eram só as minhas sardas. Quem sabe acharam graça no meu tamanho ou na minha falta de curvas. Não seria a primeira vez que eu entrava em um lugar onde todos criticavam minha aparência.
_ Você deve ser a Harley._ Desta vez um menino mais velho, moreno, lábios cheios e sorriso perfeito veio falar comigo._ Eu sou o Mark!_ Estendeu a mão para me cumprimentar e eu retribui o gesto.
_ Oi, Mark!_ Senti um leve aperto no peito, mas respirei fundo e ignorei._ Deixa eu adivinhar, Scott falou de mim pra você também.
_ De você não, mas sobre você sim. Tanto que meus ouvidos quase sangraram na noite passada._ Me senti desconfortável com aquilo.
O que ele teria para falar de mim? Que fui eu quem dedurou o pai dele para as autoridades? Que por minha causa ele nunca mais vai passar o Natal com o pai? Que eu era motivo de piada entre seus amigos e ele era gentil comigo porque sentia pena?
As inseguranças voltaram a invadir meus pensamentos. Lembrei de como eu era chamada na escola e junto com meu coração acelerado veio a vontade de chorar. Me repreendi mentalmente por estar perdendo o controle na frente de alguém, e pior, que eu não conhecia. Senti medo do que iriam pensar se eu começasse a chorar. Minhas mãos ficaram trêmulas, não conseguia mais respirar normalmente e tudo em minha volta começou a girar. Me lembrei da minha primeira crise que foi na frente das minhas colegas do balé e elas começaram a dizer que eu estava querendo chamar atenção. Não queria que a primeira impressão que os amigos de Scott tivessem de mim fosse a de alguém que passa mal só para chamar atenção.
_ Você está se sentindo bem?_ Olhei para o Mark com meus olhos cheios de lágrimas sentindo meu peito queimar.
_ Já se conheceram..._ Scott chegou ofegante._ Ótimo...
_ Scott..._ Minha voz não saiu e eu tive a sensação de que desmaiaria ali mesmo.
_ Harley, o que você tem?_ Segurou meu rosto com as duas mãos.
Olhei em volta e todos estavam olhando para mim assustados. Meus batimentos ficaram mais acelerados e respirar havia se tornado impossível. Me esforçava para manter meus olhos abertos enquanto ouvia a voz de Scott chamando meu nome cada vez mais distante. Senti um formigamento tomar conta do meu corpo, então eu apaguei.
Recobrei a consciência e abri meus olhos de vagar. Olhei em volta tentando reconhecer o lugar e aos poucos eu me lembrei do que aconteceu. Estava deitada na grama com as pernas elevadas e havia muita gente em volta de mim. Meu coração voltou a acelerar e assustada eu procurei por Scott que se ajoelhou do meu lado e segurou minha mão.
_ Eu estou aqui e está tudo bem._ Tentava me tranquilizar enquanto Mark pedia para os outros se afastarem._ Você está segura._ Acariciava meu rosto enquanto secava as lágrimas que caíam dos meus olhos.
_ Me leva pra casa._ Pedi me sentindo envergonhada e com medo de que acontecesse outra vez.
_ Eu te levo, mas agora você precisa tentar se acalmar._ Eu ainda conseguia ver algumas pessoas me encarando e aquilo me deixava nervosa._ Harley, olha pra mim. Se concentra apenas em mim._ Olhei para Scott segurando minha mão no seu peito._ Agora respira fundo junto comigo._ O acompanhei no exercício de respiração enquanto ele contava até 10.
Sua voz era calma e suave. Seu olhar preocupado ainda transmitia doçura e o toque delicado dos seus dedos no meu rosto me tranquilizava. Sua atitude não condizia com as batidas fortes e rápidas do seu coração.
_ Se sente melhor?_ Movimentei a cabeça afirmando._ Ótimo! Consegue se levantar?_ Fiquei em pé com a sua ajuda.
Eu me sentia bem melhor, mas ainda estava com vergonha por todos ali terem visto o que há de pior em mim antes de conhecerem o meu lado bom.
_ Minha mãe pediu pra vocês entrarem._ Olhei para o Mark e me lembrei do seu olhar assustado para mim.
_ Mark, eu sinto muito!
_ Não precisa se desculpar. Isso é mais comum por aqui do que você imagina._ Disse de uma forma mais descontraída._ Minha mãe está preparando algo pra você comer. Ela acha que esse churrasco não vai te fazer bem depois do que aconteceu. Vem comigo._ O segui para dentro da casa evitando olhar para as pessoas.
Sem soltar a mão do Scott eu entrei na cozinha e vi a mãe de Mark na frente do fogão mexendo alguma coisa na panela. Olhou para nós rapidamente e tornou a cuidar da panela.
_ Mark me contou o que aconteceu!_ Pela maneira que ela me olhou parecia ter ficado chateada._ Por acaso você está grávida?_ Me assustei com a pergunta e fiquei sem respostas._É uma pergunta difícil?_ Soou irritada._ Sim ou não, menina?
_ Não!_ Respondi antes que ela me batesse com um cinto.
_ Era só o que me faltava!_ Continuou com o tom grosseiro._ Uma menina rica vir desmaiar no meu quintal._ Desejei que o chão se abrisse aos meus pés._ Por sorte você acordou. Não ia querer a polícia na minha porta outra vez._ Engoli o caroço que voltou a se formar na minha garganta.
_ Me desculpe...
_ Ora essa, não se desculpe._ Pegou um prato na prateleira e o encheu com ovos mexidos._ Senta aí e come._ Ordenou colocando o prato em cima da mesa e eu obedeci pra não deixar Naomi ainda mais nervosa._ Scott, pegue as xícaras._ Soltou minha mão e foi fazer o que ela havia pedido._ Agora me conta, por que você passou mal no meu quintal? Tem certeza que não é gravidez?
_ Tenho._ Respondi baixinho e enchi a boca com os ovos que por sinal estavam uma delícia.
_ Se eu fosse você marcaria uma consulta. Essas coisas sempre nos enganam._ Sussurrou como se estivesse fazendo uma fofoca._ Veja o Mark..._ Scott colocou as xícaras e as colheres na mesa._ Eu engravidei enquanto tomava as pílulas. A Thania é resultado de um preservativo que estourou e mesmo tomando a pílula do dia seguinte, nove meses depois saiu uma menina que é as fuças do pai dela. Mas lembre-se menina..._ Segurou minha mão e olhou profundamente em meus olhos._ Aborto nunca é uma opção. Se Deus colocou lá, é porque tem uma razão._ Concordei com a cabeça assegurando que eu havia entendido._ Você tem medo de contar pros seus pais? Porque se você tiver, eu posso te ajudar...
_ Obrigada, mas..._ Olhei rapidamente para o Scott pedindo socorro.
_ É do Scott?_ Perguntou assustada._ O que você tem na cabeça, menino?_ Foi até ele e deu-lhe um tapa na nuca. Eu estava em choque tentando acompanhar o que estava acontecendo.
_ Ai!_ Soltou a chaleira em cima do fogão._ Tia Na, eu não...
_ Você não aprendeu nada no tempo em que eu cuidei de você?_ Continuava batendo na cabeça dele mesmo ele tentando se esquivar.
_ Eu ainda sou virgem._ Esclareci antes que ela o machucasse.
_ Virgem?_ Se sentou na minha frente novamente sem tirar os olhos do garoto que tinha acabado de apanhar._ Saindo com Scott e ainda é virgem?_ Fiquei confusa e ao mesmo tempo curiosa para saber em qual sentido ela havia dito aquilo. Se era porque ele é lindo ou sem vergonha.
_ Obrigado, Naomi! Por acabar com minha reputação._ Scott colocou a chaleira na mesa e se sentou do meu lado passando a mão na cabeça. Pelo jeito, aqueles tapas doeram mesmo.
_ Que reputação, garoto? Você não tem nenhuma._ Eu começava a acreditar que o que ela falava sobre ele era serio._ Mas se você não está grávida, então o que aconteceu?_ Não sabia como responder aquela pergunta sem que ela me julgasse._ Você deve ter um desses transtornos alimentares, não é?! Bem que eu logo vi._ Recostou-se na cadeira e cruzou os braços me analisando. Me encolhi sentindo vergonha._ Magra desse jeito...
_ Foi por causa da ansiedade._ Scott percebeu meu desconforto e respondeu por mim interrompendo ela de continuar dizendo aquelas coisas. Com as mãos escondidas embaixo da mesa eu mexia os dedos e batia os pés no chão impaciente._ Mas não vamos falar disso agora!_ Segurou minhas mãos me dando segurança._ Eu trouxe a Harley aqui pra ela conhecer o grupo do Mark.
_ Vai mesmo apresentar aquele bando de malucos para essa boneca?_ Tomei aquilo como um elogio e um sorriso apareceu no meu rosto.
_ Está chamando quem de maluco, tia Na?_ O mesmo menino que falou comigo em francês entrou na cozinha.
_ Palito, não bebe água direto da garrafa._ Naomi se levantou e saiu atrás do garoto que correu da cozinha antes de apanhar com um pano de prato.
_ Palito?_ Franzi o cenho achando aquele apelido curioso.
_ O nome dele é Nolan, mas por algum motivo que eu ainda não sei, o grupo deu esse apelido para ele._ Colocou a xícara com o chá que ele preparou para mim na minha frente._ Bebe! Vai te fazer bem.
_ Obrigada!
Scott me levou até lá na intenção de me apresentar ao grupo porque depois que me viu dançando na festa da Bethany ele achou que eu não deveria desperdiçar meu talento dançando balé. As vezes eu penso a mesma coisa.
Me sentindo melhor e mais segura, nós voltamos para o quintal e desta vez Scott não saiu do meu lado. Os olhares de algumas meninas para mim ainda me incomodavam. Desconfiada eu associei aqueles olhares ao que Naomi insinuou sobre ele e começava a me arrepender de ter deixado ele mexer com meus sentimentos. Pensei que ele poderia já ter dormido com aquelas meninas e eu seria sua próxima vitima.
_ Scott disse que você dança._ Mark se sentou com a gente me tirando do devaneio._ Podemos ver o que sabe fazer?_ O nervosismo começou a tomar conta de mim outra vez.
_ Eu danço balé! Não tem muito o que mostrar._ Tentei me livrar de ter que dançar para eles.
_ Balé não é dança?_ Argumentou me deixando sem palavras.
_ Pode mostrar o que você fez ontem._ Olhei pro Scott apertando sua mão com mais força._ Você foi incrível! E se eu achasse que não tivesse talento para o hip hop, eu não teria trazido você aqui._ Ele confiava em mim e pela sua insistência eu percebi que queria que eu fizesse o mesmo.
_ Tá legal!_ Soltei um suspiro pesado tentando me acalmar e fiquei em pé._ Só não criem muita expectativa, eu estou um pouco fora de forma.
Eu estava no meio de um monte de pessoas desconhecidas, fazendo exatamente o que eu não queria fazer: sendo o centro das atenções. O que aconteceu na festa da Violet foi diferente porque ele estava comigo, mas agora eu estava sozinha.
Estavam todos olhando para mim esperando que eu começasse a fazer algum movimento. Respirei fundo e me concentrei apenas na dança fazendo de conta que eu estava no meu estúdio em frente aos espelhos e que não tinha mais ninguém comigo. Volta e meia os pensamentos negativos de que eu ia errar e todos iriam rir de mim tentavam me desconcentrar, mas eu conseguia afastá-los deixando a musica entrar em mim e meu corpo fazer o que deveria fazer. Pela expressão deles eu estava me saindo bem, mas já estava um pouco cansada e parei antes de chegar na metade da música. As meninas deram sequencia na dança e eu vi o quanto eu tinha que melhorar pra chegar ao nível delas.
_ O que está achando?_ Scott me perguntou colocando o braço sobre meus ombros me puxando pra mais perto dele.
_ Vai ter que me trazer aqui mais vezes!
Queria ter ficado mais, mas já estava bem tarde e eu precisava voltar pra casa. Foi bom eu ter passado esse tempo com ele. Há dias eu estava precisando me distrair e acredito que até meu desempenho no balé melhore. Scott tem essa coisa que me faz ter coragem e vontade de ultrapassar meus limites, o único limite que eu não posso ultrapassar é o da nossa amizade.
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Te Amo no Meu Ritmo
Teen FictionEm um mundo repleto de passos delicados e sentimentos emaranhados, adentramos a história cativante de uma jovem bailarina de cabelos ruivos, cuja dança é uma expressão de sua alma apaixonada. Em meio a sapatilhas desgastadas e sonhos cintilantes...