13. Yor Forger

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Chegando em casa, Anya vai tomar um banho quente, se quer fez carinho no cachorro de pelagem branca.

Agachada no boxe, deixando as gotas de água caírem no corpo, não chorava mais, apenas pensava na vida, pensava em tudo o que fez de lá pra cá, pensando que tudo que fez, foi no intuito de ser feliz, com uma família feliz, mas é como dizem, toda a ação tem uma reação.

Se perguntava se era melhor acabar por aqui, sofrer tanto assim machuca, dói em todos os lugares, tanto no físico quanto no mental, tanto na cabeça quanto no coração.

Na hora de sair do banheiro, se enrolou na toalha e ficou cara a cara com o espelho, seu reflexo era deprimente, demonstrando olhos inchados, cabelo desgrenhado - ainda com cheiro de ovo - , cara de quem comeu e não gostou e um grande medo do que vai encontrar do outro lado da porta.

Colocou uma calça cumprida e uma blusa leve, era um conjunto azul-bebê, prendeu o cabelo em um rabo-de-cavalo e saiu do banheiro de olho no chão, foi até a sala e se sentou no sofá, pegou o caderno e começou a fazer seu dever de casa, já fazia anos que não precisava que o pai a lembrasse dessa obrigação.

Yor se senta ao lado da rosada e aponta pro caderno, chamando sua atenção.

- tem que explicar a resposta, quer ajuda? - pergunta querendo só um tempo para conversar com a filha, mas a mesma nega com a cabeça.
 
- obrigada, mãe, mas eu posso fazer sozinha.

Virando o rosto pro loiro na cozinha, ela volta a olhar a filha, colocando a mão em suas costas e afagando como fez mais cedo para acalmá-la.

- certeza de que não quer contar o que acontceu? Vai fazer bem. Pode se abrir comigo.

- ...

- vamos, fala, como acontceu aquilo mais cedo? - Anya se ajeita no sofá, ficando de frente para Yor, agora a rosada olhava pro sofá ainda pensativa.

- eu e as meninas encontramos o Samuel, Emille e o Ewin no corredor quando a gente viu o Damian passando todo emburrado, o Samuel disse que ia falar com ele e já voltava, durante a primeira aula, eu tentava falar com o Damian, mas sempre ouvia algumas meninas falando mal de mim - na verdade eu ouvia elas pensando mal de mim. - e decidi não fazer mais nada, elas sempre implicam comigo e eu tento não ligar muito pra elas, no final da segunda aula, eu e os outros fomos pegar os livros, o Samuel foi falar com o Damian de novo e...

"A gente volto pra sala, as meninas ficaram rondando minha mesa e o professo ainda não tinha chegado, começaram a me ofender e eu tentei ignorar como sempre, mas começaram a me jogar ovos, me puxaram do meu lugar e me jogaram no chão, não deixaram nem os meninos, nem as meninas chegarem perto de mim."

"Continuaram me jogando ovos e rindo de mim, disseram que eu tinha causado isso, que era pra eu nem estar na escola porque sou da ralé, uma plebéia, disseram que foi o Damian que mando, porque ele tava com raiva de mim, disseram que eu não réstia nem pra ser capacho. Aí a Melany puxou meu cabelo e disse que era melhor eu não falar mais com o Damian, já que ele também não me queria por perto."

Ela limpa uma lágrima que estava prestes a escorrer, logo sentindo um abraço apertado vindo do outro lado do sofá, Loid beija sua nuca sem a soltar e ela continua:

- eu não queria que ele ficasse com raiva de mim, eu sei que elas estavam mentindo, mas aí eu comecei a ter dor de cabeça, papi - ela não precisava ser mais explícita para que ele soubesse que eram as dúzias de pensamentos Unidos em um só. - , doeu e eu comecei a chorar, quando eu vi o Damian... eu sabia que elas tavam mentindo, mas eu achei que tinha que pedir desculpas pra ele...

- era isso que elas queriam, meu amor, que você se humilhasse, não podia ter dado esse gostinho pra elas. - diz Yor segurando a mão esquerda da rosada.

meu antigo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora