meu antigo amor

23. circo dos horrores

- onde essa passagem vai dar? - o loiro pergunta, já meio cansado de se rastejar.

- como é uma casa bem velha, deve dar em alguma saída, eu não cheguava a usar esses túneis com muita frequência, apenas pra me esconder com o meu irmão as vezes.

- Yor, e aquela senhora?

Ela para de se mover quando chega a uma encruzilhada, provavelmente Yuri saberia dizer para onde iria dar cada um desses caminhos, mas no momento estavam por conta própria. ela se senta desajeitada devido ao espaço limitado e o loiro faz o mesmo.

- bom... até onde eu sei, ela era mãe do meu pai e mãe do meu tio, mas o meu tio é... ele.

Twiligth solta uma risada nasal e volta sua atenção pra morena, fazia um tempo que eles não ficavam realmente sozinhos um com o outro, aquela atenção estava sendo gostosa.

- acho que ela queria ficar perto da gente, então pediu pro meu tio. Quando eu trouxe o Yuri pela primeira vez, ele disse que tinha contratado uma mulher pra cuidar dos ensinamentos do meu irmão, quando eu conseguia ir ver o meu irmão, ela puxava uma cadeira e me fazia sentar pra ler com ela, comer alguma coisa gostosa, e quando eu não trazia o Yuri e ficava cansada de treinar ou de trabalhar, ela me fazia um lanche gostoso e me contava histórias da infância dela.

"Ela nunca teve orgulho do filho dela, pelo menos não pelo trabalho atual dele, mas tenta se manter próxima dele. Eu entendo ela, ela é mãe, né?"

Ele faz que sim com a cabeça, claro que ele entendia, Anya era sua filha também, ele sentiu ciúmes da filha quando sentiu que a rosada era muito próxima de Damian e Samuel. Também se sentiu inseguro quando pensou que poderia ter de
abandonar a menina. E Claro, como ama muito Anya, não a abandonou quando mais precisou, por isso não negou a menina quando descobriu de seu dom incomum.

Twiligth põe sua não sobre a da morena, durante muitos anos, ele se manteve com uma vida completamente falsa, um nome falso, um casamento falso, uma personalidadd falsa, uma família falsa, mas com o tempo, o que ele sabia quer era real era o carinho que passou a sentir pelos membros da sua família de mentira.

- também entendo ela. - diz ele sabendo que Yor sentia o mesmo.

- como vai ser depois que saírmos daqui? - pergunta mudando de assunto, ela puxa sua mão de volta. - a agência vai me prender, não é?

- acho que sim... mas... - ele para quando vê a mesma soltar uma lágrima. - Yor.

- eu não me importo de ir pra alguma prisão, afinal, eu matei tanta gente, não é? - mais uma lágrima desce, seguida de mais outra. - A única coisa que me incomôda é ficar longe...

- tenho certeza de que o Yuri, o Bond e a Anya também sentiriam saudades de você, Yor.

- não é só deles que eu sentiria saudades! - ela limpa às lágrimas que escorriam pelas bochechas até o queixo. - Mesmo depois daquela decepção, aquela dor que eu senti e ainda sinto, o sentimento que eu tenho ainda é o mesmo de quando aquele loiro super simpático me defendeu naquela festa... infelizmente, ele nunca existiu, provavelmente era só coisa da minha imaginação.

- Yor, eu posso ter mentido sobre muitas coisas, minha personalidade, minha identidade, até o meu nome, sim, eu não sou o pai de verdade da Anya, sim, ainda têm alguns segredos entre eu, você, a Anya e até o Bond - a morena não se afasta quando ele se aproxima colocando a mão em seu rosto. - , mas eu te garanto, que o sentimento que você tem, não é por uma pessoa que não existe, eu só mostrava o meu melhor lado com vocês.

"Eu dei pra Anya o que eu não recebi na infância, eu segui durante anos com você, porque ninguém era tão perfeita como você pra me ajudar a cuidar da nossa filha, a me ajudar a entender como uma família funciona. E eu sou tão burro por só notar agora que os seus sentimentos e os meus iam além de uma família de mentira e... de um casamento de mentira, quando o que eu queria nesse momento, fosse estar na nossa casa, com você, a nossa filha, o nosso cachorro deitado no pé da Anya, enquanto estamos em volta da mesa, comendo o que você sempre se esforça pra fazer de melhor."