6. animada

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- mas aí, não sei como e nem por quê, mas você ficou desconfiado de mim e depois vieram os agentes, as vigias, eu tô me matando pra estudar, trabalhar e pensar com calma nas coisas sem algum pensamento doentio ou acusador vinda na minha cabeça, eu não consigo respirar desse jeito, eu tô sufocada, eu já tenho que aguentar cada maldito pensamento negativo dos idiotas da escola desde que soquei a cara do Damian no primeiro dia de aula! - as lágrimas não paravam de descer e os soluços vinham com mais frequência, os batimentos aumentavam a cada palavra. - eu não consigo ter raiva dele, mesmo que ele fosse um idiota durante anos, mas eu tenho medo, muito medo de perder o meu pai e a minha mãe, eu não tenho nada além de vocês...

O choro parou com o susto de um abraço repentino de Loid, que não estava mais aguentando ver o desespero da filha. Ele se sentou na cama ainda agarrado à rosada, fez a mesma se aconchegar em seu peito, ouvindo os batimentos do pai.

- Anya, tá ouvindo? - ela fechou os olhos e começou a prestar atenção, calmamente. - eu não te abandonaria nunca, me preocupa com você, tenho carinho de pai por você. E também tem a Yor, que sei que iria se sentir culpada se acontecesse, e eu prefiro morrer a te deixar sofrendo com essa dor por mais um dia, sinto muito se te magoei ou te fiz pensar que iria te abandonar. - eles se separam do abraço e Loid segura sua bochecha a fazendo apoiar o rosto em sua mão. - tinha minhas suspeitas e até achava que você poderia ser uma inimiga, mas temia que fosse verdade, sinto muito, você se esforçou por anos pra me ajudar, na maioria das vezes eu nunca entendia os motivos dos seus comportamentos, que pra mim eram estranhos. Eu quero te pedir desculpas, filha...

- papi - e as lágrimas voltam aos olhos vermelhos e inchados. - , não precisa pedir desculpas, eu te amo, só não quero sair de perto de você e nem da mami... mas... - ela segura na mão do pai. - eu também não quero mais ficar ouvindo os pensamentos dos agentes, tira eles de perto de mim por favor.

- Anya, ouve, não tem ninguém além da gente, me pediram pra cuidar de você sozinho, mas não sei o que vou dizer pra minha chefe, não posso mentir.

- pode contar... desde que só ela saiba, eu não ligo, eu não quero que pensem que eu sou uma aberração... - ela foi interrompida por um pensamento um pouco distante, mas que se passava muito preocupado devido a um certo serviço noturno que não sabia se faria. - pai... acha que a mamãe iria surtar com isso?

Ela começou a pensar se sua mãe teria medo de ficar perto dela, imaginava se a mãe por acaso fosse embora pensando se seria seguro deixar seu segredo com Anya.

- não conta pra ela! Me promete que não vai contar!

Loid não pensava em contar mesmo, mas esse pânico todo não era só medo de ser afastada, Anya escondia alguma coisa, algum segredo de Yor, seus sentidos de espião não falhavam.

- prometo. - ele abraça a filha mais uma vez, feliz por suas suspeitas estarem erradas.

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Mais tarde, ele conta a verdade para sua chefe e pede sigilo extremo para a mulher de cabelos avermelhados.

No dia seguinte, Anya sai do hospital ainda abalada devido ao fato de que agora seu pai sabia da verdade, chegando em casa, ela é recebida por ninguém menos que Bond, seu melhor amigo no mundo que no momento não tem nenhuma visão para mostrar a mesma, além da anterior, de Loid e Yor se abraçando com sorrisos no rosto.

- bom saber que essa visão não mudou, amigão - ela faz carinho no cachorro de pelagem branca. - , obrigada por me esperar.

O mesmo latiu animado e começou a lamber sua bochecha animadamente.

meu antigo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora