Sangue de Anjo

Prólogo

🔥...THE ROAD SO FAR...🔥

MAD: (duas semanas atrás)
📌Milwaukee - Wisconsin

Estávamos resolvendo um caso clássico de Poltergeist, particularmente, um dos que eu menos gosto, porque não dá pra descer o cacete no invisível. Pois é, deu pra perceber que o meu negócio é pancadaria, mas ainda assim, fico feliz em poder ajudar pessoas que passam por isso. Depois de concluir o caso e mandar o tal espírito pros quintos, eu e minha irmã Judy, voltamos pro hotel e começamos a organizar nossas coisas para ir embora.

- Judy, você viu onde eu coloquei minha carteira? - disse enquanto revirava minha mochila em cima da cama, ela não respondeu. - Judy?

- Já olhou na cômoda? - falou sem tirar os olhos do Notebook em seu colo. Caminhei até a cômoda que ficava entre nossas camas e abri a primeira gaveta. Lá estava a danadinha.

- Achei, valeu. - ela continuou focada na tela. - O que tanto você olha nesse Notebook?

- Procurando o próximo caso.

- Blz, vou aproveitar e comprar comida antes da gente sair. Quer alguma coisa? - disse pegando a chave do meu carro.

- Um sanduíche e um suco já tá bom.

- Anotado. - falei fechando a porta.

Sai do hotel e enquanto entrava no meu carro, notei um homem encostado na parede ao lado da porta de entrada fumando. Ele estava me olhando fixamente com um sorriso meio macabro, estranhei mas resolvi sair logo dali.
Depois que comprei os lanches na lanchonete, fui em direção ao meu carro mas, ao tocar na maçaneta, senti uma sensação estranha como se fosse um arrepio. A imagem daquele homem me veio à mente e só consegui pensar em uma coisa: Judy! Entrei no carro e acelerei de volta ao hotel, assim que cheguei ele não estava mais lá.
Subi aqueles malditos degraus o mais rápido que pude e ao chegar no 3° andar, a porta estava escancarada. Entrei no quarto e a primeira coisa que senti foi um cheiro forte de enxofre. Demônio! Pensei. Tentei pegar a água benta que trazia sempre comigo, porém fui jogada contra uma parede e fiquei presa nela. Ouvi uma risada e as luzes se acenderam.

- Ora, ora, ora. Até que você foi rápida em notar minha presença. - disse o tal homem com uma voz extremamente rouca. Ele estava segurando Judy enquanto apontava uma faca para o pescoço dela.

- O que você quer? - disse já o amaldiçoando em 30 idiomas diferentes por se atrever a tocar na minha irmã.

- O que eu quero? Você sabe muito bem o que eu quero. - falou me olhando enquanto seus olhos ficaram completamente pretos.

- Se eu soubesse não tava perguntando. - respondi fria e grossa.

- Olha só que língua afiada. Parece até com a do... - ele parou e sorriu.

- Do o quê? - silêncio - Fala seu desgraçado! - exclamei com raiva.

- Sem pressa querida, em breve você descobrirá. Agora chega de enrolação e vamos ao que interessa. - disse apertando a faca na garganta da Judy.

- Solta ela seu maldito!

- Senão o quê? Vai me matar? - perguntou sorrindo.

- Pior. Vou te torturar bem lentamente até você desejar morrer. - falei friamente.

- Ui ui, que medo! Estou ansioso pra ver você tentar. Aqui vai um estímulo. - disse fazendo um corte no braço da Judy.

- Aaii!

- Para com isso! Se é a mim que quer então deixa ela em paz! - falei sentindo meu sangue ferver.

- Calma benzinho, depois que eu acabar com ela será a sua vez. - disse sorrindo e tentou fazer outro corte nela, mas Judy foi mais rápida e lhe deu uma cabeçada se desvencilhando dele.

- Desgraçada! - falou colocando a mão no nariz que sangrava. Judy tentou correr até a cama e pegar uma arma, mas ele a agarrou por trás e a jogou contra a parede, fazendo ela bater a cabeça. - Isso vai ser muito divertido! - disse dando uma risada macabra e indo até ela com a faca na mão. Eu senti tanta raiva que meu corpo começou a esquentar muito, parecia que eu estava com uns 40° graus de febre. Apenas desejei que ele saísse de perto dela.

- Deixa. Ela. Em. PAZ! - gritei sentindo as veias do meu pescoço se expandirem e foi como se uma força o jogasse pro outro lado do quarto, onde ele bateu contra a parede e caiu em cima da cama que quebrou com a força do impacto. Caí no chão de joelhos e corri até minha irmã.

- Judy você tá bem? - perguntei preocupada.

- Estou sim, rápido temos que prendê-lo em alguma coisa. - ela disse se levantando. Rapidamente, peguei uma corda e comecei a amarrá-lo enquanto Judy desenhava no chão a armadilha do diabo. Assim que terminamos, ele voltou a consciência.

- Sua vadia! Como fez isso? - perguntou com raiva tentando se soltar.

- Cala a boca! Quem faz as perguntas aqui sou eu. - disse com autoridade na voz. - Quem te mandou aqui e porquê?

- Não é da sua conta! - ele resmungou e eu olhei pra Judy, que já estava com o livro de exorcismo na mão. Me abaixei perto dele.

- Escuta aqui seu merdinha, podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil. - falei o encarando.

- Vai pro inferno!

- Blz, você pediu. Judy?

- Exorcizamos te, omnis immunde spiritus, omnis satanic potestas, omnis infernalis adversarii, omnis legio, omnis congregatio et secta diabolica. - ela começou e pude ver ele se manifestar de forma mais forte.

- PARA!

- Eu ainda estou esperando minhas respostas. - disse o encarando com desdém.

- Eu nunca vou contar pra você vadia!

- Olha a boca suja. Judy?

- In nomine et virtute Domini nostri Jesu Christi, eradicare et effugare a Dei Ecclesia, ab animabus ad imaginem Dei conditis ac pretioso divini Agni sanguine redemptis.

- AAHHGG!! Tudo bem eu falo, eu falo! - se rendeu.

- Sou toda ouvidos.

- Meu mestre me mandou porque... - fez uma pausa. - O momento está próximo.

- Que momento?

- Ele quer ter certeza de que você estará pronta.

- Pronta pra quê? - ele riu como se eu tivesse contado uma piada.

- Fala de uma vez seu infeliz! - disse já sem paciência, agarrando sua camisa e o fazendo me encarar.

- Calma Mad. - pediu minha irmã.

- Ele tá esperando por você, Madeline. - falou dando ênfase no meu nome.

- Seu filho da puta! - perdi o pouco de paciência que tinha e lhe dei um soco na cara fazendo seu nariz sangrar. - Acaba com ele Judy. - disse me afastando enquanto ele me olhava com raiva.

Judy terminou o exorcismo e ajudamos o homem a se levantar e ir embora. Terminamos de arrumar nossas coisas e saímos dali o mais rápido possível. Eu não entendia o que aquele demônio estava querendo dizer, mas com certeza tinha algo haver comigo, e não era coisa boa.

CONTINUA...

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