Capítulo 20

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SAM:

Saí de lá o mais rápido possível, decidido a encontrar o tal bruxo e recuperar os anos de vida do Dean. Eu não estou com raiva dele e nem da Mad por terem jogado. Na verdade, eu entendo perfeitamente a atitude dela, pois já estive no mesmo lugar, em circunstâncias um pouco diferentes, mas estive. O seu aniversário está bem próximo e ela não quer se tornar aquilo que tanto teme. Mas eu confio nela, sei que vai conseguir superar isso e fazer a escolha certa no final. Estava entrando no bar onde tudo ocorreu, quando recebi uma ligação da Judy.

(Ligação On - Judy e Sam)
- Sam, onde você está?
- No bar onde o Dean e a Mad jogaram.
- Eu sabia que você ia estar aí.
- Olha Judy, eu só quero ajudar.
- Eu sei, agora escuta. A mulher do bruxo veio aqui e nos deu um feitiço de reversão.
- Feitiço de reversão? Pra quê?
- Pra acabar com o trabalho do Patrick e fazer o Dean voltar ao normal.
- E porque ela faria isso?
- Ela não disse, mas eu analisei o feitiço e é real. Tenho quase todos os ingredientes, só falta o osso de um assassino, que o Dean e a Mad foram pegar, e o DNA do bruxo.
- Entendi. Quer que eu jogue com ele pra pegar o DNA?
- Na verdade não, mas como não temos outra opção.
- Tudo bem, eu posso fazer isso.
- Tem certeza? Eu posso jogar se quiser.
- De jeito nenhum. Eu vou conseguir okay?
- Okay, estou indo pra aí.
(Ligação Off)

Assim que encerramos a ligação, me deparei com o bruxo sentado em uma mesa bem reservada, junto com um senhor de idade. Me aproximei e pude ouvir melhor a conversa deles.

- Aposto! - o senhor falou colocando algumas fichas na mesa.

- Eh, eu acho que nessa você conseguiu me pegar, eu passo! - o bruxo disse. - O que você ainda tem aí? 13 anos? Podemos parar por aqui.

- Obrigado, Patrick. - o senhor agradeceu recolhendo suas fichas restantes.

- O senhor ainda vai viver para ver os seus negócios dando lucros, não é verdade?

- Obrigado mesmo, Patrick.

- Shalom meu amigo. - o bruxo falou uma saudação em hebraico.

- Shalom. - o senhor repetiu e logo se retirou dali.

- Gentil da sua parte. - disse me aproximando.

- Mas eu sou gentil. - falou com um palito de dente na boca. - E o que eu posso fazer por você?

- Cartas. - disse me sentando e ele sorriu de canto.

MAD:

Tive que vir dirigindo o Impala do Dean até o cemitério, já que o vovô tava com a visão péssima. Mas não foi tão ruim, o carro dele é muito maneiro, o que estragou a viagem foi ele ficar me enchendo o saco durante o trajeto. Se não fosse crime bater num idoso, eu já teria quebrado a dentadura dele. Enfim, chegamos no cemitério e eu já peguei logo duas pás. Até parece que eu vou cavar tudo sozinha! Pensei.
Andamos por entre os túmulos até encontrar o do tal assassino, que tivemos que caçar nos registros. Comecei a cavar enquanto ele ficava de vigia, mas aparentemente, o cemitério estava bem vazio. Depois de uma longa e quase interminável escavação por camadas e mais camadas de terra, minhas mãos já estavam doendo, então troquei de lugar com o Dean. Eu já tinha cavado cerca de 70% do túmulo, então ele ficou com a parte mais fácil. Só que não demorou muito pro vovô começar a reclamar.

- Isso aqui cheira mal. - falou parando de cavar.

- É uma cova imbecil. - disse com minhas mãos apoiadas no cabo da pá.

Sangue de AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora