Capítulo 23

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CASTIEL: (2 dias atrás)
📌Lincoln - Illinois

Eu estava em um bar, parado em pé de forma invisível, bem ao lado da Madeline que estava jogando poker com um bruxo chamado Patrick.

- Royal Flush. - ela disse colocando suas cartas na mesa.

- Muito bom. Sabe, em todos os meus longos anos de vida, eu nunca vi ninguém jogar assim. Estamos aqui há menos de 30 minutos e você já me ganhou. - o bruxo a olhou surpreso enquanto mastigava um palito de dente na boca.

- Prática. - ela disse simples e puxou uma pilha de fichas para si.

- Não, não, querida. O nome disse é talento. - ele corrigiu sorrindo. - Mas me diga uma coisa, porque você quer tanto rejuvenescer? Não gosta das espinhas?

- Tenho meus motivos. - disse séria.

- Ah sim claro, mas... você ganhou 25 anos e eu não posso deixar de notar, que sua aparência é de alguém bem mais jovem.

- Como eu disse, tenho meus motivos.

- Tudo bem, não está mais aqui quem falou. - ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

Madeline se levantou frustrada e foi em direção a saída. Eu a segui, mas assim que ela passou pela porta, deu de cara com Dean. Eles começaram a discutir, até que ela rejuvenesceu na frente dele.

- Qual o seu problema, afinal? Nós já não decidimos que vamos te ajudar com isso?

- Eu só queria acabar com esse caos de uma vez por todas! - ela disse baixando a cabeça e Dean respirou fundo.

- Tudo bem, vamos resolver isso agora mesmo!

Madeline estava se sentindo muito culpada e arrependida por ter jogado. Ela acreditava que desta forma, poderia evitar o apocalipse e salvar milhões de pessoas, mesmo que para isso, ela tivesse que se sacrificar.
Algum tempo depois, eu estava parado ao lado da Madeline, no quarto do motel onde eles se hospedaram. Dean havia conseguido ajudá-la, mas agora parecia um idoso de 80 anos. Judy estava muito brava e elas discutiram.

- O que deu na sua cabeça Madeline? Ele é um bruxo! Ele joga poker desde a idade média! - Judy falou irritada com ela.

- Você não entende.

- Entendo sim Madeline! Você viu a chance de voltar o relógio e nunca ter nascido! Assim impediria o apocalipse não é? Genial esse seu plano!

- Não me culpe por tentar.

- Eh, e agora o Dean tá ferrado por sua causa!

- Ah, que isso meninas! Olha pra mim, eu tô mais enferrujado que todos vocês juntos, e por acaso eu tô reclamando? - Dean entrou no meio.

Mais uma vez, o sentimento de culpa que a Madeline sentia era tão intenso, que poderia ser tocado. Ela estava arrependida por ter agido de forma impulsiva e só queria poder voltar no tempo e consertar as coisas.
Mais tarde de volta ao motel, todos se reuniram no quarto dos meninos para conversar sobre como salvar o Dean. A maioria queria a minha ajuda, mas Madeline foi totalmente contra.

- Porque não podemos chamar o Castiel? - Judy questionou.

- Porque não! - ela rebateu.

- Isso não é resposta! - Dean falou bravo.

- Verdade e além do mais, ele pode ajudar. - Sam concordou.

- Já falei que não! - ela exclamou com raiva.

- Afinal de contas, qual o seu problema com o Castiel? Eu achei que vocês estavam se dando bem! - Judy falou irritada a olhando.

- Achou errado! Agora chega desse assunto! Boa noite! - ela disse saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

A princípio, eu pensei ter feito algo que a irritou ou assustou, por isso ela não queria me ver. Mas depois eu entendi, ela não queria pedir ajuda. Madeline nunca gostou de ter que pedir ajuda, nem mesmo a Judy. Ela sempre teve essa característica bem marcante, prefere segurar o peso do mundo nos ombros, do que pedir ajuda. Por este motivo e também por seu temperamento explosivo, eu vi tanta semelhança entre ela e o Dean, já que ele também tem essa característica. O que explica eles brigarem tanto.
No outro dia, Dean quase morreu outra vez, mas o Sam conseguiu ganhar do bruxo no poker. Ele e Madeline estavam se abraçando, enquanto eu os observava atentamente.

- Me desculpa... me desculpa... - ela pediu em súplica.

- Ei, relaxa. Tá tudo bem Mad.

- Eu sou uma grande idiota!

- Nisso você tem razão. Mas todo mundo comete erros, e eles servem pra nos deixar mais fortes. Então você tem duas opções: pode ficar se lamentando, ou pode virar a próxima página e seguir em frente. - Dean explicou a acalmando.

Eu admiro muito esse lado do Dean, que mesmo com todos os problemas, ainda consegue forças para motivar as outras pessoas. Madeline não é muito diferente dele neste ponto, já que faz o possível e até o impossível, para consertar seus erros e ajudar os outros. Mesmo que não ganhe nada em troca. Esta é outra característica muito louvável que ela tem.
No dia seguinte, enquanto todos guardavam suas coisas em seus carros, Madeline os chamou.

- Galera, junta aqui. Eu sei que eu vacilei feio com todos vocês e nem posso imaginar o quanto estão putos comigo. E pra piorar eu também não sou boa com as palavras mas... eu só quero que saibam que eu realmente sinto muito por tudo.

- Nós sabemos Mad, e tá tudo bem. - Judy disse.

- Pois é, não temos raiva de você. - Sam falou.

- Mesmo eu quase tendo matado o seu irmão?

- Lembra do que eu falei ontem? - Dean chamou a atenção dela. - Sobre os erros?

- Eles servem pra nos deixar mais fortes. - ela repetiu sua frase.

Não pude conter um sorriso de canto, eu estava sentindo muito orgulho e admiração, por ela ter aprendido uma lição tão valiosa. Por mais que ela seja filha de Lúcifer, Madeline ainda tinha seu lado humano, que era forte e puro como um cristal recém lapidado.
Mesmo que o seu temperamento indicasse o contrário, não havia maldade em seu coração, nem mesmo um resquício. Ela estava sempre pronta para se sacrificar, em prol de vidas inocentes. Madeline ainda tinha uma longa jornada pela frente, mas eu estava disposto a caminhar ao seu lado pelo resto da eternidade.

CONTINUA...

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