Sangue de Anjo

Capítulo 10

MAD:

Chegamos na casa do Bobby já de noite, e adivinha quem ganhou o racha? Eu mesma, a rainha do racha! Saí do Mustang toda feliz fazendo uma dancinha, enquanto o Dean saia do Impala com uma cara de quem tomou dipirona.

- Qual é Dean, perder faz parte. - disse sorrindo.

- Falar é fácil pra quem rouba né? - falou me olhando de braços cruzados.

- Não tenho culpa que você errou a marcha na última curva.

- Engraçadinha. - ele pegou a carteira e tirou uma bela nota de 100 dólares, me entregando.

- Olá Benjamin Franklin! - disse dando um beijinho na nota e guardando no bolso.

- Idiota. - falou baixo entrando na casa, mas eu ouvi.

- Trouxa. - respondi passando pela porta logo atrás dele.

- Até que enfim! - Sam falou assim que nos viu.

- Onde o casal encrenca se meteu? - Judy perguntou.

- Casal encrenca? Essa é nova. - Dean comentou rindo.

- Não somos um casal. - disse cruzando os braços.

- Ainda bem, porque você é insuportável. - Dean falou se sentando no sofá.

- Olha quem fala. - o olhei com deboche.

- Tudo bem, a gente já entendeu que vocês se amam. Mas agora dá pra falar onde estavam? - Judy perguntou e pude sentir um pouco de irritação na sua voz. Ela devia estar preocupada comigo, conheço minha irmã. Abri a boca pra falar, mas ouvi um bater de asas bem atrás de mim. Essa não! Pensei.

- Eles estavam apostando um racha. - Castiel respondeu e me virei pra olhá-lo. Ele tava com aquele mesmo olhar sério, mas agora parecia preocupado.

- Tinha que ser. - minha irmã balançou a cabeça em negação. - Vocês realmente não tem medo de serem presos, né?

- Não seria a primeira vez. - Dean comentou ligando a TV.

- Creio que, serem presos pela polícia é o menor dos problemas. - Castiel falou.

- Os outros anjos já sabem? - Judy perguntou.

- Sim, e é possível que Miguel também. Então não vai demorar até eles começarem a procurá-la.

- Se já começaram. - Sam concluiu.

- Que ótimo! Miguelito y sus amigos, en busca de la hija del diablo! - disse em espanhol e o Dean quase caiu do sofá de tanto rir.

- Qual o problema de vocês dois? Isso é sério e não tem graça! - Judy repreendeu, mas eu e Dean só sabíamos rir.

- São dois idiotas, isso sim! - Bobby falou saindo da cozinha e indo em direção ao escritório.

- Madeline, precisamos conversar. Vou estar no seu quarto. - Castiel disse me olhando e em seguida sumiu em um bater de asas.

Demorei uns 2 minutos pra me recuperar, até que finalmente consegui e subi pro meu quarto pra saber o que ele queria. Assim que entrei, a primeira coisa que reparei, foram os diversos símbolos desenhados por todos os lados. Tinha símbolos nas paredes, no chão e até no teto.

- Bela arte, já pensou em ser grafiteiro? - disse observando cada um deles e reconhecendo a maioria, símbolos de proteção.

- Você corre perigo. - Castiel falou me olhando.

- Puxa, se você não avisa. - disse fingindo surpresa.

- Madeline, isso é sério. Agora não são apenas os demônios que querem o seu pescoço, os anjos também.

- Isso inclui você eu presumo. - o encarei cruzando os braços.

- Presumiu errado. Se eu quisesse matar você já teria feito. - me olhou sério.

- E o quê te fez mudar de ideia?

- Acredito que o plano do Bobby pode funcionar. E apesar de ser filha de quem é, não consigo ver maldade em você.

- Normal, eu sou adorável! - disse com um sorriso.

- Ainda assim, Miguel e os outros anjos, incluindo os demônios, estão a sua procura. Portanto não saia do quarto.

- Como é que é?

- Eu fiz diversos tipos de símbolos de proteção no seu quarto. Contanto que fique nele, não terá problemas.

- Eu não posso ficar trancada aqui pra sempre! - disse indignada.

- Não ficará trancada, apenas fique no quarto. - falou calmamente.

- Mas e o resto do pessoal?

- A casa inteira está sob proteção, eles vão ficar bem.

- Então eu também posso andar pela casa. - disse e ele me encarou se aproximando.

- Madeline, eu estou tentando proteger você.

- É mesmo? Não parece! - disse ríspida.

- O que quer dizer? - ele inclinou a cabeça pro lado.

- Que você só tá tentando manter o monstro dentro da gaiola até a hora do abate! - respondi o encarando com raiva.

- Acha que eu quero isso?

- Não, eu não acho não. Eu tenho certeza! É a única explicação pra você desistir de me matar!

- Madeline, você não entendeu.

- Eu entendi muito bem Castiel! Agora fora do meu quarto! - disse apontando pra porta.

- Madeline.

- FORA! - estremeci de raiva sentindo o meu corpo esquentar.

- Controle o seu temperamento. - falou antes de desaparecer na minha frente.

Naquele momento eu quis cometer um crime de ódio contra aquele anjo, mas me contive. Sentei na cama e fiquei respirando fundo até meu corpo esfriar de novo e a raiva passar. Não que ele não merecesse umas porradas, mas eu não sei o que teria acontecido se eu tivesse tido outra explosão. Tô parecendo uma maldita bomba relógio! Pensei. Resolvi me levantar da cama e ir até o banheiro tomar um banho pra me acalmar mais. Assim que terminei, levei um susto com a Judy sentada na minha cama.

- Porra Judy! - exclamei com a mão no peito.

- Que foi? Tá com culpa no cartório? - me olhou rindo.

- Você sabe que sim, mas isso não vem ao caso. - disse pegando a minha mochila. - O que foi?

- Só queria saber se você tá bem, eu ouvi um grito. - falou me olhando preocupada.

- Discuti com o Castiel, só isso. - disse vestindo meu pijama do Black Sabbath.

- Não gostou dos desenhos que ele fez no seu quarto, né?

- Não, não é isso. É que o idiota me proibiu de sair daqui, porque segundo ele eu corro perigo.

- Errado ele não tá. - o defendeu.

- Mas eu não posso ficar presa no quarto pra sempre! - disse irritada.

- É pra sua segurança Mad. - ela falou e eu revirei os olhos. - Você não vai ficar quieta aqui, né?

- Óbvio que não!

- Não tem medo dos demônios ou anjos aparecerem pra te matar? - ela perguntou em choque.

- Que se dane! Eu acabo com todos eles. - disse deitando na cama.

- Você não tem jeito. - falou se levantando. - Vou deixar você descansar, qualquer coisa me chama. E por favor fique no quarto. - pediu.

- Boa noite Judy. - disse me cobrindo com o lençol.

- Boa noite Mad. - falou e saiu do meu quarto apagando a luz. Demorei bastante até finalmente pegar no sono.

CONTINUA…

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