Capítulo 29

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DEAN:

Depois que Castiel e Gabriel sumiram diante dos nossos olhos, não tivemos outra alternativa a não ser vasculhar a cidade, em busca de qualquer sinal das meninas. Nos separamos mais uma vez, mas não ficamos muito longe um do outro. A qualquer momento, poderia ocorrer um ataque de demônio ou até pior. Assim que conferimos uma boa parte da cidade, nos reunimos novamente perto de uma rua cheia de lojas.

- O distrito tá vazio. - Sam falou se aproximando.

- Tudo está vazio. - Bobby completou.

- Blz, estamos na cidade há 20 minutos e já perdemos nossos anjos da guarda! E até agora nenhum sinal delas! - disse irritado.

- Então... você acha que Lúcifer pegou eles também? - Sam perguntou.

- Eu nem sei mais no que pensar. - disse e continuamos andando pelas ruas.

- Achei vocês! - uma voz feminina irritante surgiu logo atrás de nós.

- Meg? - Sam indagou.

- Não deviam ter vindo aqui. - ela falou com ar de aviso.

- Eu podia dizer o mesmo, a você! - disse com raiva apontando minha arma pra ela.

- Eu não vim sozinha, Dino! - chamou e nós começamos a ouvir rosnados de cães, que vinham do lado dela e ao nosso redor.

- Cães do inferno! - concluí.

- É Dean, seus favoritos! Venham comigo, o meu pai quer ver vocês.

- Eu dispenso, obrigado! - Sam falou incomodado.

- Você que sabe! - deu de ombros. - Pode facilitar ou dificultar, o que não vai ser nada bom. - olhei pro Bobby imaginando se ele tava pensando o mesmo que eu, e ele apenas confirmou com a cabeça.

- Quem refresca rabo de pato é lagoa. - disse e atirei no chão ao lado dela, onde um som de choro canino me deu a confirmação de que acertei um deles.

- CORRAM! - Sam gritou e nós partimos em disparada pela rua.

Os rosnados estavam ficando cada vez mais próximos e eu comecei a entrar em pânico, me lembrando de quando esses malditos vira-latas do satanás me retalharam. Por um segundo, tive uma lembrança da minha estadia no inferno, os gritos de agonia e desespero clamando por misericórdia. Acabei me distraindo e tropecei caindo no meio fio da calçada. Mesmo sem conseguir vê-los, eu podia sentir um deles se aproximando rápido em minha direção.

- DEAN! - Bobby gritou parando de correr e começou a atirar no desgraçado antes que me pegasse.

- Bobby corre! - disse me levantando, porém um deles pulou em cima do Bobby e começou a morder e rasgar sua perna direita.

- NÃO! - Sam gritou se aproximando e atirando no cão que saiu de perto dele. Rapidamente, corri até ele e o ajudei a levantar, colocando um de seus braços sob meus ombros.

- Tudo bem, vai ficar tudo bem! - disse nervoso o tirando dali o mais rápido possível, enquanto Sam atirava nos cães pra nos dar cobertura.

Fomos até um loja qualquer, onde eu arrombei a porta com apenas um chute e entrei, colocando o Bobby sentado no chão perto do balcão. Sam chegou logo em seguida, fechando a porta com correntes de ferro, enquanto eu fui até uma prateleira e peguei alguns sacos de sal grosso. Com a ajuda do Sam, colocamos o sal na porta e nas janelas, pra impedir que os cães entrassem.
No tempo em que Sam terminava de colocar o sal, eu peguei uma garrafa d'água e algumas toalhas pequenas, e fui até o Bobby pra ajudar com o ferimento na perna.

- Você é o quê? Minha enfermeira agora? - indagou com escárnio e eu apenas revirei os olhos.

- Agora não é hora pra birra Bobby! - disse colocando um pouco de água no ferimento e cobrindo com uma toalha.

- Até que você leva jeito. Já pensou em entrar pro Texas Medical Center? - perguntou com ironia e antes que eu pudesse mandar ele calar a boca, Sam apareceu do meu lado.

- As linhas de sal estão firmes. - falou.

- Por enquanto estamos seguros aqui. - confirmei.

- Eh, como ratos numa ratoeira. - Sam falou colocando as mãos na cintura.

- Você ouviu a Meg, o Lúcifer tá aqui! É nossa última chance Sammy, é pegar de qualquer jeito!

- Mas nem sabemos onde Judy e Mad estão.

- Então vão procurá-las idiotas! - Bobby falou irritado e eu o encarei.

- E deixar você virar almoço de cão do inferno? Pode esquecer!

- Não seja burro Dean! É da humanidade que estamos falando, milhares de pessoas! O mundo é mais importante do que um velho bêbado. - falou e por mais que eu quisesse socá-lo, ele tava certo. - Além do mais aqui tem propano, arame, sal grosso e pregos. Tudo o que eu preciso. - completou.

- Tudo o que precisa pra quê? - Sam indagou.

- Para fazer uma bomba Sam! Vocês vão atrás das garotas, enquanto eu mando os Totós de volta pro inferno.

- Bobby eu não acho que... - comecei, mas ele me interrompeu.

- Eu falei grego por acaso? Vão logo antes que eu quebre a cara dos dois! - olhei pro Sam em busca de apoio moral, mas nem ele é doido o bastante pra ir contra o Bobby. - Escutem, vocês são os meus garotos, os filhos que eu não tive. Não me arrependo de nada do que fiz por vocês, faria tudo de novo até mais. Agora vão até lá e salvem o mundo seus idiotas! - falou e eu sorri de canto com suas palavras.

Bobby nunca foi do tipo sentimental, então ouvir aquilo dele era algo raro, mas principalmente valioso. Ele sempre esteve do nosso lado a vida inteira, sempre podíamos contar com ele pra tudo. Pra muitos ele era só um velho bêbado, mas pra mim e pro Sam, ele era um pai. O pai que nós sempre merecemos era ele, sempre foi ele, e não o fodido do John.

- Tudo bem Bobby, nós vamos. Mas assim que pudermos voltamos pra te buscar!

- Obrigado Romeu, que tal um último beijo apaixonado? - falou com graça, mas eu apenas revirei os olhos.

Pegamos nossas armas e abrimos um buraco no forro, fugindo pelo telhado. Eu ainda não tava confortável com a ideia, de deixar o Bobby ferido pra trás com aquela matilha de mascotes infernais. Mas não podemos perder mais tempo, temos que encontrar as meninas o quanto antes. Só espero que ele aguente firme.

CONTINUA...

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