Sangue de Anjo

Capítulo 18

JUDY:

Eu já estava cansada de tanto andar, de bar em bar à procura desse tal bruxo e nada. Eu sei que parece irônico uma bruxa caçando outro bruxo, mas eu sou do bem, nunca fiz mal a ninguém e nem pretendo. Então aqui estou eu, sentada na calçada, cansada, com fome e com frio. Liguei umas 50 vezes pra Mad, mas só cai na caixa postal. Alguma coisa ela tá aprontando! Pensei. Resolvi então ligar pro Sam e ele disse que já estava vindo me buscar.

Eu não sei exatamente como posso definir o nosso relacionamento, mas eu gosto muito dele e ele também gosta de mim. O tempo que estamos passando na casa do Bobby, nos aproximou bastante. E o fato de sermos dois nerds intelectuais, também contribuiu positivamente. Ele é um cara bacana, e eu realmente espero que a nossa relação seja duradoura, mesmo que o nosso estilo de vida prove o contrário. Alguns minutos depois, eu vejo o Impala do Dean se aproximando e me levanto. Sam está dirigindo e parou próximo a mim, para que eu entre.

- Aceita uma carona moça? - ele perguntou sorridente.

- Claro. - sorri de volta e entrei. Ele me deu um beijo calmo que eu logo retribui, acariciando seus cabelos.

- Você está linda agente federal. - falou assim que nos afastamos.

- Cuidado, eu posso prender você. - disse brincando.

- Nesse caso eu dispenso advogados. - falou entrando na brincadeira. - Pra onde quer ir?

- Vamos comer alguma coisa e depois voltar pro motel.

- Tudo bem. - concordou saindo com o carro.

Rodamos por alguns minutos, até chegar em uma lanchonete 24 horas. Entramos e fizemos nossos pedidos, e também pedimos o jantar da Mad e do Dean pra viagem. Enquanto esperávamos nossa refeição, ficamos conversando sobre várias coisas. Eu descobri que ele ia cursar a faculdade de direito, antes de caçar com o Dean. Então eu revelei que eu também estava querendo cursar faculdade, só que de história. Eu sempre adorei história, era minha matéria favorita no colégio, e eu queria ser professora. Mas como nem tudo são flores, aconteceu a tragédia envolvendo meus pais e eu precisei cuidar da Mad. Foi quando começamos a caçar também, mas eu não me arrependo de nada nem por um segundo, faria tudo de novo igualzinho.

Nós nos esforçamos muito pra que tudo seja perfeito, mas às vezes, nem tudo sai como o planejado. E tá tudo bem, existem várias trilhas por todos os lados, e se uma porta se fecha, outra abre. Ou como a Mad gosta de falar: "Se uma porta se fecha, a gente arrebenta a parede!" Definitivamente eu tenho a irmã mais doida, cabeça quente e gentil, do mundo. Porque, debaixo de toda aquela armadura e rebeldia, bate um coração amanteigado, e eu sei por quem. Terminamos nosso jantar e o Sam recebeu uma ligação do Dean, dizendo que ele e a Mad já estavam no motel esperando por nós. Sam pareceu um pouco cismado com a voz do Dean, que ele disse estar mais rouca do que o normal. Pagamos a conta e voltamos rápido pro motel. Enquanto Sam foi estacionar o Impala, eu fui direto até o meu quarto e encontrei a Mad sentada na cama, com uma cara de quem aprontou e foi descoberta.

SAM:

Depois que eu estacionei o Impala na vaga, entrei no quarto que eu divido com Dean, e coloquei o jantar dele na mesa.

- Aí Dean! Achou alguma coisa? - o chamei.

- Eh... pode se dizer que sim.

- QUEM É VOCÊ? - gritei apontando a minha arma pra um idoso de roupão, que saiu do banheiro.

- Oh, relaxa. Sou eu!

- Dean? - o olhei até que reconheci seus traços.

- Oi.

- O que foi que aconteceu? - perguntei confuso.

- Ah, eu... achei o jogo.

- Você... que isso, eu achei que você era bom no poker.

- Eu sou, cala a boca! - falou indo até a mesa e pegando o x-burguer que eu comprei. - Você ia atirar num velhinho assim é?

- Ah, olha eu não sabia que era você. Você já se olhou no espelho? Tá parecendo o...

- Do tempo... do Titanic eu sei, cala a boca!

- Eu ia dizer imperador Palpatine. - ele continuou comendo enquanto eu o olhava incrédulo. Até que a porta se abre com tudo e Judy entra junto com a Mad.

- Então já conheceu o velhote aí? - Mad perguntou cruzando os braços, enquanto Judy o encarava em choque.

- Já, algum de vocês vai me contar o que aconteceu?

- Mad é uma idiota! Foi isso que aconteceu! - Dean disparou.

- Ei, ninguém pediu pra você jogar! - Mad retrucou.

- Eh, eu devia deixar você morrer!

- Com certeza ninguém mandou você perder!

- Parecem até um casal de velhos rabugentos. - comentei com graça.

- CALA A BOCA SAM!! - os dois disseram ao mesmo tempo, me olhando zangados.

- O que deu na sua cabeça Madeline? Ele é um bruxo! Ele joga poker desde a idade média! - Judy falou irritada com a irmã.

- Você não entende.

- Entendo sim Madeline! Você viu a chance de voltar o relógio e nunca ter nascido! Assim impediria o apocalipse não é? Genial esse seu plano!

- Não me culpe por tentar.

- Eh, e agora o Dean tá ferrado por sua causa!

- Ah, que isso meninas! Olha pra mim, eu tô mais enferrujado que todos vocês juntos, e por acaso eu tô reclamando? - Dean entrou no meio.

- Na verdade está. - disse ouvindo um barulho estranho vindo da barriga dele.

- Tô tendo um infarte! - falou desesperado se sentando na cama com cara de dor.

- Não está não. - Judy revirou os olhos.

- O que é isso então?

- Refluxo ácido. Pessoas da sua idade não digerem certas comidas. Você vai ter que desistir do x-burguer. - explicou e ele olhou triste pro hambúrguer, depois o colocou de volta na mesa.

- Tudo bem, vamos resolver logo esse caso. Alguém tem alguma ideia de como ele faz? - disse chamando a atenção de todos.

- Só podem ser as fichas. - Mad falou e Dean levantou o dedo.

- Eu passei pra ele. Patrick fez um número de mágica e você entrou na puberdade depressa.

- Então, o que vocês acham? É algum tipo de ficha mágica ou sei lá? - Judy perguntou.

- Com certeza.

- Lembra do que ele falou? - Dean indagou a Mad.

- Sim, cada palavra.

- Tudo bem, então vamos ver onde ele esconde as fichas dele. - disse.

- E roubar 50! Pra fazer o Benjamin Button aqui voltar a comer hambúrguer. O que acham? - Dean concluiu.

- Eu acho melhor você vestir uma roupa. - Mad falou, o olhando de cara feia.

CONTINUA...

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