• Perigo, perigo •

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Fiquei estática, sem conseguir mexer nenhum músculo sequer.
Os olhos da minha amiga passaram por mim e focaram em quem estava atrás, e a reação dela só concretizou que era, de fato, ele.
Não consegui controlar a minha respiração, tampouco o meu coração. Tudo em mim gritava perigo, perigo, perigo. Como um alarme incessante, que apitava dentro de mim. Um pii eterno e infernal.

*****: Olá, Temari.

Quando a sua voz rouca chegou nos meus ouvidos, meu corpo inteiro se arrepiou. Mas, a sensação no meu peito de que algo estava errado não me deixou por nada.
Me afastei, virando para ele devagar. Sua mão deixou de tocar a minha cintura e ele cruzou os braços.
Nossos olhos se encontraram, e agora, de perto, pude ver mais alguns detalhes sobre ele. O provável anônimo tinha um piercing na boca e o cabelo num preto profundo, seus olhos eram penetrantes demais. Incômodos demais. Me causava um desconforto que eu não sei explicar.
A sua camisa vermelha combinava com a pele bronzeada. Claro, o cara que estava parado na minha frente era sim, bonito. Mas eu não conseguia me sentir a vontade.
Respirei fundo após toda a minha análise.

Temari: Oi. Como sabe o meu nome?

Ele deu um sorriso sarcástico.
Ele sabe. Sabe que eu sei quem ele é, sabe que eu estou me fazendo de sonsa. E principalmente, sabe que eu estou com medo.
Porque de fato, eu estava. Era difícil fingir que as minhas mãos não estavam tremendo.
Mas eu não conseguia associar o cara parado a minha frente com o remetente das cartas. Apesar de não querer, eu imaginava o anônimo como uma pessoa um pouco diferente. Um cara romântico, com uma áurea mais leve e simplória, como as suas palavras nas cartas.
Agora... A pessoa parada na minha frente não me passava nenhuma dessas características.

*****: Não me conhece mesmo, ou só está fingindo?

Meu coração deu um pulo, achei que já estava acelerado o suficiente.
Como eu deveria interpretar as suas palavras? Ele está dizendo que eu estou fingindo não saber que ele é o anônimo?

Temari: Não te conheço. -Um sorriso maior surgiu em seus lábios enquanto ele desviava o olhar por alguns momentos.- E então, quem é você?

Os olhos dele voltaram aos meus, e o mesmo mordeu o lábio inferior de leve.

*****: Bastante formalidade... Que tal uma bebida primeiro? -Seus braços se esticaram na direção da porta, e meu corpo estremeceu. Apesar de tudo, eu ainda estava na casa do Uzumaki, e ele não poderia fazer nada. Olhei para Tenten que assentiu de leve, me dizendo que poderia ir.

Temari: Certo.

Ele sorriu e continuou com os braços estendidos quando passei por ele, indo na direção das escadas. O suposto anônimo caminhou ao meu lado até chegarmos na cozinha.
Observei-o abrir a geladeira e pegar uma garrafa de vodka, com bastante causalidade. Parecia estar acostumado ao ambiente, era estranho.

*****: Tenho certeza que não gosta de vodka pura, né? -Franzi o cenho.- ninguém gosta.

Temari: Na verdade, eu não bebo, então não quero.

Ele estreitou os olhos levemente, apoiando ambas as mãos no balcão.

*****: Por que você está tão assustada, minha flor?

Minha... Flor?
Fala sério? Ele está brincando comigo? Está usando uma camisa vermelha, agiu como se eu estivesse fingindo saber quem ele é, e agora me chama de flor?
Por que é que ele está brincando comigo dessa forma?
Esse idiota não parece o cara das cartas, não mesmo. Cadê os "eu sei que você finge ser forte" blá blá blá? Algo não está certo.
Eu sabia que isso era uma brincadeira de mal gosto.

Ass: anônimo -Shika•TemaOnde histórias criam vida. Descubra agora