Prólogo

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Katherina Giavazi Bennett

O grito de ódio proferido por meu pai foi tão grande, que ao meu lado, senti Anelise enrijecer a coluna.

Observei atentamente cada olhar de medo e terror nos olhos de cada conselheiro presente no escritório do Chefe da Inglaterra, Richard Bennett.

Já passa das 21:00 da noite e os ânimos estão exaltados. Ninguém sabe o que dizer ou o que fazer, todos parecem esperar uma ordem do Capo.

– Como ele escapou?! – grunhiu meu pai, socando a mesa com força o suficiente para fazer as paredes da sala tremerem. Até mesmo o tempestuoso céu pareceu se aquietar.

– Nós não sabemos. – respondeu Adrian Foster, um dos principais associados da máfia, em um tom que não demonstrava respeito algum.

– Então acho melhor saberem muito em breve. Eu quero Deniel morto!

– Ele é um Bennett que foi criado dentro dessa organização e era também o seu Subchefe, não vai lhe dar ao menos o direito de um julgamento?

– Eu sou o Capo, e minha palavra é lei. Se digo que o quero morto, é porque o quero morto.

– Vamos encontrá-lo, senhor. – disse Harry Taylor, um dos poucos homens presentes que tem alguma honra. – E se me permitir, gostaria de sugerir um conselho.

– Seja breve. – falou meu pai.

– Seria prudente que o senhor tirasse suas filhas da cidade. Deniel é imprevisível e pode estar tramando algo. As herdeiras precisam ser protegidas.

– Eu não costumo fugir de uma luta, Taylor. – manifestou-se Anelise, com seu ímpeto de coragem aflorando em cada palavra. Dezesseis anos de pura arrogância e teimosia são o que formam toda personalidade de minha irmã.

– Não é sobre fugir, senhora. É sobre ser inteligente. Seu tio tem forças consideráveis juntas a si.

– Neste ponto eu concordo com Harry. – falou meu tio Jonh Bennett, o consegliere do meu pai e terceiro no comando da máfia inglesa. – Não é prudente que fiquemos todos no mesmo lugar. Uma escolta discreta pode tirá-las da cidade sem alardes.

Alguns sussurros de questionamento começaram a surgir e eu apenas voltei minha atenção para meu pai, que parecia estar pensando, e eu o entendo, nós nunca estivemos sob tanta ameaça antes.

Meu tio Deniel sempre fora um homem ambicioso e astucioso, mas se esperava dele que ao menos tivesse lealdade a família. Isso foi algo que ele não fez.

Desde muito nova eu sempre repudiei seus comportamentos e a forma como ele agia, minha família também compartilhava o mesmo pensamento, no entanto, jamais pudemos fazer nada a respeito porque ele é um Bennett de sangue puro, filho do meu falecido avô, Henry Bennett. E o conselho sempre gostou muito dele, talvez tenham até pensado em matar meu pai e colocá-lo em seu lugar algumas vezes, todavia, isso jamais aconteceu porque antes mesmo que tivessem a chance de tramar algo, suas cabeças já haviam sido arrancadas do corpo.

– Calem-se. – ordenou meu pai, tomando o controle da situação outra vez e me fazendo sair dos meus próprios pensamentos. – Quantos homens temos aqui na capital? – indagou ele.

– O suficiente para caçar Deniel até os confins do inferno. – respondeu Taylor.

– Dividam os homens, uma escolta levará minha mulher e minhas filhas para Liverpool. A outra parte ficará aqui. Fechem os aeroportos, as estações de trem e até mesmo as linhas de ônibus se for necessário. Cobrem nossos favores ao comissário de polícia e ao general do exército. Eu quero todos envolvidos nessa operação. Deniel não porá um pé fora de Londres, entenderam?

Assassinos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora