Katherina Giavazi Bennett
— Quem é você? — perguntou a jovem mulher, olhando para mim sem desviar a mira da cabeça do italiano.
— Alguém que está interessada em sumir daqui sem deixar rastros — respondi simplesmente.
Um vislumbre de medo passou pelos olhos dela, mas mesmo diante de duas armas direcionadas para ela, a mulher não recuou.
— Meu pai enviou vocês? — questionou a mulher com um forte sotaque francês e minha sobrancelha se arqueou.
— Quem é seu pai? — indagou Pietro, quase rosnando por não ter total controle da situação.
O olhar da mulher vacilou um segundo e quando ela o desviou para mim, virando um pouco seu corpo, pude ser o sangue escorrendo de seu braço.
Pietro atirou nela?
— É sério? Nenhum de vocês vai dizer que sou idêntica a ele e que meus olhos são uma cópia perfeita da crueldade dele?
Ainda confusa, troquei um breve olhar com o Subchefe italiano, que ao voltar sua atenção para a mulher, arregalou os olhos levemente.
— Você é Marina Cartier — disse ele.
— Touche, assassino.
Por um instante engoli em seco, processando a informação.
Cartier... ela era filha de Claude Cartier, o chefe da máfia francesa. Mas que inferno! Como não percebi antes? Ela era realmente idêntica a ele.
— O que você faz aqui? — perguntei.
— Por que eu confiaria em vocês para responder essa pergunta? — rebateu ela.
— Porque fomos descobertos, e muitas pessoas nessa festa estão querendo nos matar. E você não está em condições de negociar ou exigir.
Marina soltou uma risada fria e nasalada.
— Eu não sei quem vocês são, entretanto, com certeza não tem pessoas querendo matá-los nesse momento.
— E como você poderia saber disso? — inferiu Pietro.
— Porque todo esse showzinho ocorrido lá embaixo causando pânico e morte foi orquestrado por meu querido pai em uma tentativa de me levar à força para casa — disse a francesa.
Rapidamente algumas engrenagens rodaram em minha mente.
O ataque veio de fora, e em nenhum momento eu fui perseguida enquanto procurava por algo que pudesse me levar até Ivan, os homens pareciam estar buscando outra coisa, ou melhor, alguém, nesse caso.
— Essa poça de sangue pertence a quem? — perguntei, olhando para a quantidade considerável de líquido vermelho acumulado no chão próximo ao italiano.
— Luiz Cones, um dos homens de confiança do meu pai e seu principal capanga.
— Você matou Luiz Cones? — falei com incredulidade.
Luiz era um assassino muito famoso dentro das máfias e estava no topo de uma extensa lista de potenciais ameaças futuras contra minha família depois de Ivan Smirnov, então mesmo que eu esteja surpresa, fico feliz que agora eu tenha um nome a menos com que me preocupar num futuro próximo.
— Posso ter acabado de completar dezoito anos, mas sei como atirar em alguém para matar.
— Muito bem, você tem meu respeito — afirmei, abaixando a arma.
Pietro me encarou com incredulidade e eu apenas o ignorei.
Marina, parecendo finalmente deixar sua desconfiança de lado, fez o mesmo, mas não sem antes ameaçar o italiano.
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Assassinos de Sangue
Fanfiction"Não me importo em matar. O prazer da minha vida é fazer meus inimigos sentirem dor." Pietro Moretti é o homem mais misterioso e sombrio da máfia. Ele é conhecido como o Ceifador de Veneza, e todos temem até mesmo seu olhar. Treinado desde a infânci...