Capítulo 4 - Pietro

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Pietro Barone Moretti

Estacionei minha Ferrari 812 em frente a fonte do jardim de entrada da mansão dos Hartmann e desci do carro sentindo o vento gelado soprar contra meu rosto.

Já passa das 09:00 da manhã e o céu ainda está nublado e escuro. Nessas horas eu sinto falta do calor da Itália, mas confesso que entre os dias tristes e frios de Munique e o sol quente de Veneza na maior parte do ano, prefiro os dias tristes e frios.

Ataquei os botões do sobretudo e me encaminhei para a entrada da casa, onde Luke já me aguardava na porta. Ele me ligara uma hora atrás dizendo que precisava me ver e que tinha algum assunto urgente para tratar comigo, quando perguntei do que se tratava ele apenas disse que só poderia me dizer pessoalmente, então interrompi meu treino, tomei um banho e vim o mais rápido que pude.

Assim que entrei, o chefe alemão fechou a porta e foi até uma das muitas mesas de bebidas espalhadas pela sua casa, servindo-se de uma dose muito generosa de Vodca e entornando-a de uma única vez.

– O que era tão importante de se falar ao ponto de você precisar me tirar do hotel para vir até aqui? – questionei diretamente.

– É assim que você fala comigo? Não vai me dar bom dia? – dramatizou o chefe alemão.

– Pare com seus chiliques de carência, Hartmann. Meu tempo é precioso.

– Alguém veio até aqui para ver você. – respondeu Luke, por fim.

Arqueei a sobrancelha e coloquei as mãos dentro dos bolsos do sobretudo preto.

– Isso por acaso é alguma piada?

– Não, Subchefe.

– Se bem me lembro, minha agenda estava vazia para hoje. – ironizei.

Luke me deu um olhar repreensivo.

– Estou falando sério, seu imbecil.

– Então por que essa pessoa está na sua casa ao invés de marcar um encontro num local decente? – perguntei rispidamente, recebendo um olhar de repreensão do chefe alemão.

– Se você calasse sua maldita boca eu já teria explicado.

Dei um suspiro longo e senti o ar gelado sair pelas minhas narinas.

– Por favor – pedi – vamos direto ao assunto. Estou sem paciência.

– Novidade seria se você estivesse com alguma paciência. – Rebateu Luke. Eu revirei os olhos. – Essa pessoa já está esperando por você lá em cima, mas antes eu preciso ter a certeza de que você vai agir civilizadamente e não como um animal enjaulado.

– E por que precisa ter certeza disso?

– Porque estamos na minha casa, onde eu moro com minha esposa e meus filhos, e sejamos honestos, Pietro, você age como um verdadeiro imbecil quando é encurralado e fazem perguntas as quais você não quer responder.

– Por acaso vai ser meu psicólogo?

– Não, eu vou ser um chefe, e como chefe, aqui vão minhas ordens, Moretti. Se você tratar mal a pessoa que veio lhe ver, pode ter certeza de que vai levar um tiro no rabo, e se fizer meus filhos chorarem, pode ter certeza de que vai levar não só um tiro no rabo, mas na cara também. Portanto, sugiro que se comporte direito, ou então apenas os seus pedaços vão voltar para casa.

– Isso é uma ameaça?

– Sim, uma ameaça muito clara e explícita. Estamos entendidos, Subchefe?

– Sim, Hartmann, estamos entendidos.

– Ótimo, agora você já pode ir até o quarto dos meus filhos.

Assassinos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora