Assassinos de Sangue

Capítulo 10 - Pietro

Pietro Barone Moretti

Senti o gosto metálico do sangue preencher minha boca quando Lucca acertou um chute em meu rosto.

Meu corpo foi ao chão do ringue e meus músculos arderam de dor.

— Levante. — falou meu irmão, pela terceira vez nos últimos 15 minutos.

Me coloquei de pé outra vez e posicionei minhas mãos em guarda para me defender, sentindo tudo ao meu redor girar.

Lucca veio para cima de mim possesso de raiva e eu não consegui fazer nada além de me esquivar, impedindo que ele me acertasse com um golpe definitivo.

Desviei de uma sequência de socos desferidos contra meu rosto, no entanto, não consegui evitar a joelhada contra meu estômago que me jogou ao chão outra vez.

Arfei com dificuldade, sentindo o ar ser tomado dos meus pulmões.

— Levante — Ordenou Lucca, outra vez.

Senti meu corpo ser possuído pelo cansaço e pela dor, mas não ousei ficar no chão. Mesmo com dificuldade, me levantei outra vez. No entanto, meu irmão não me deu oportunidade de assumir uma posição antes de atacar, porque quando fiquei de pé, ele me acertou com um soco no olho.

— Você é um desgraçado! — grunhiu ele.

— Eu sei — falei, sentindo meu olho queimar de dor.

— Se soubesse não faria tantas merdas!

Eu deveria me levantar e acabar com meu irmão, no entanto, isso não seria nada gentil da minha parte, já que foi eu que fiz besteira, e não ele.

Quando cheguei a academia para treinar, me deparei com Lucca e Oliver, que não disseram uma palavra sequer, e não precisaram dizer porque eu sabia o que iria acontecer.

É um costume antigo nosso, sempre que um de nós faz uma merda muito grande, resolvemos no ringue. Essa foi a melhor forma que encontramos de resolver nossos problemas ao longo dos anos e nos mantermos unidos. E para a surpresa de zero pessoas, geralmente sou eu que estou apanhando.

Lucca se preparou para me chutar outra vez quando a voz de Oliver interveio.

— Já chega. Isso foi o suficiente.

— Tem certeza? — questionou meu irmão — Eu ainda acho que foi pouco.

— Você já descontou toda sua raiva.

— Mas não descontei a de Katherina. Posso continuar e resolver os dois problemas de uma única vez.

— Os problemas da Subchefe inglesa com Pietro são apenas dela. Se ela quiser fazer o mesmo que você, então ótimo, terei prazer em ver. Entretanto, para você já chega, Lucca.

Sem contestar mais as palavras de Oliver, meu irmão veio até mim e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Eu aceitei.

— Você é mio fratello, Pietro, e eu o amo, mas da próxima vez que eu tentar ajudá-lo e você me atacar, vou mandá-lo para o hospital. Com ou sem a autorização de Oliver — disse ele, me abraçando com força.

— Me desculpe, Lucca. — Pedi sinceramente — Eu sinto muito.

— Eu sei que sente, mas somos uma família, e nada está acima da famiglia. Enfie isso nessa sua cabeça dura e pare de agir como um imbecil.

— Prometo que vou tentar — Afirmei.

Lucca me deu um meio sorriso e olhou para Oliver, que parecia satisfeito, entretanto, ainda um pouco quieto.