Capítulo 21 - Katherina

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Katherina Giavazi Bennett

Um zumbido forte percorreu meus ouvidos quando Marina disse o nome do meu tio.

Deniel Bennett.

Isso não pode estar certo.

Meu coração acelerou dentro do peito e minha garganta secou.

— Você tem certeza disso? — perguntou Oliver, olhando para a francesa com espanto gélido em sua face.

— Sim, tenho. Tive o desprazer de cruzar com ele em minha casa — respondeu Marina.

— Inferno!

— Como isso pode acontecer? — questionei num sussurro.

Amélie e Anelise trocaram um olhar breve e rapidamente eu entendi que havia algo errado.

— Precisamos conversar — disse minha irmã mais velha, voltando sua atenção para mim.

Como se fosse uma deixa para sair de fininho. Lucca e Luigi falaram alguma coisa para Marina e ela os seguiu hesitantemente. Amélie, que eu imaginei que ficaria aqui, também acompanhou os italianos, mas antes um breve e sussurrado pedido de desculpas saiu de seus lábios.

Olhei de canto para Pietro, que ainda estava no mesmo lugar desde que entramos, e ele parecia decidido a não seguir os irmãos.

— O que vocês sabem que nós não sabemos? — inferiu o Subchefe.

— Prefiro ter essa conversa apenas com minha irmã — murmurou Anelise ainda comendo sua torta.

— E eu prefiro ficar.

Oliver lançou um olhar para o primo que certamente dizia "Dê um fora daqui, nós conversamos depois" no entanto, o italiano de olhos cinzentos ignorou a ordem.

Pietro caminhou tranquilamente até o sofá e sentou-se confortavelmente, ficando de frente para os Signores da máfia.

Ele me olhou por cima do ombro, esperando que eu me juntasse a ele, e eu o fiz.

Sentei-me ao seu lado no sofá e respirei fundo.

Minha irmã mais velha tinha o cenho franzido para mim e seu marido parecia exibia a mesma expressão incrédula dela. Há quatro dias, estar ao lado de Pietro significaria que eu o estava matando.

— Sem delongas — falei com mais frieza do que imaginava que as palavras sairiam — O que está acontecendo?

— Tutto bene — disse Oliver — Após sua missão em Vicenza, eu e Anelise resolvemos realizar uma breve investigação para determinar se havia alguma ameaça eminente que pudesse nos prejudicar ou atrapalhar enquanto você cuida de Ivan Smirnov. No meio disso descobrimos que Deniel Bennett tinha resolvido sair das sombras.

— Não sabíamos o motivo — prosseguiu minha irmã — Mas sabíamos que ele estava se movendo, até que o localizamos em Paris. Aproveitamos que você estava em Mônaco e enviamos Luigi em uma missão rápida de reconhecimento. Ele nos informou ontem a noite quando chegou que Deniel Bennett está se aliando com Claude Cartier, e graças a Marina, agora sabemos o motivo.

— Nossa única pergunta nesse momento é: o que aquele miserável ofereceu a Claude que fosse o suficiente para conseguir a mão de Marina? — completou Oliver.

Fechei os olhos por um segundo e tentei acalmar minha própria mente.

Isso não pode estar acontecendo. Quando penso que finalmente esse fantasma não causará problemas, ele volta para me assombrar.

— Isso não faz sentido — disse Pietro — Por que agora? Por que ele se aliou aquele desgraçado francês?

— Não sabemos — respondeu minha irmã — desde o fim da guerra com Enrico não tínhamos notícias dele. Acreditávamos que ele causaria problemas, só não imaginávamos que seria se aliando ao nosso maior inimigo.

Assassinos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora