Capítulo 18 - Pietro

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Pietro Barone Moretti

Infernos incandescentes!

Porque as mulheres da família Bennett tem que ser tão teimosas e descuidadas com a própria vida?! Será que Katherina está ouvindo a si mesma?

Cinquenta milhões de euros, o preço que exigiram por sua vida, ela está literalmente em perigo de ser morta a qualquer momento e ainda assim quer se arriscar para saber onde está Ivan Smirnov? Ela é suicida?!

— Kate, por favor, me escute. Eu sei que me acha um desgraçado insolente, mas precisamos usar a cabeça. É uma questão de lógica — falei, tentando manter a voz calma e não deixar o pânico transparecer.

— Eu sei o que estou fazendo — insistiu ela.

— Não, não sabe. O que está fazendo é tentando se matar.

— Não preciso que me diga o que fazer, e caso tenha esquecido, eu lidero esta missão. Portanto, não tente me impedir.

Senti um tremor de raiva percorrer minha espinha e por um momento eu tive vontade de jogá-la por cima dos ombros e tirá-la daqui, no entanto, sei que provavelmente levaria outro tiro se tentasse fazer isso.

Eu compreendo que essa é a missão dela e que ela precisa colocar um fim nisso por conta própria, entretanto, não significa que permitirei que ela se machuque no processo, não outra vez, não comigo aqui.

— O que está tentando provar a si mesma? — sussurrei pausadamente — que pode conseguir dar um fim a tudo sozinha? Que não precisa de ninguém? Você jogou verdades duras na minha cara, no entanto, agora é a minha vez. Não pode simplesmente achar que é invencível e sair em missões suicidas que podem matá-la. E se não se importa com sua vida, o problema é seu, mas é bom se lembrar que suas irmãs esperam que você volte para casa viva, e não dentro de um caixão.

Algo como arrependimento estampou a face de Katherina e seus olhos pareceram perder o brilho de uma forma repentina, dando lugar a uma frieza mortífera que faria qualquer pessoa sair correndo de perto dela.

Comprimi os lábios e proibi a mim mesmo de proferir o restante das palavras que ainda estavam presas em minha garganta. Se tem algo que não preciso agora é que ela me odeie mais ainda, ou pior, que me dê outro tiro.

De repente, eu não pude mais ver seus olhos nem nada ao meu redor porque todas as luzes se apagaram.

Um alvoroço instantâneo deu início e rapidamente as pessoas pareceram começar a correr de um lado para o outro, provavelmente temendo por suas próprias vidas, afinal, nada de bom pode sair de uma festa como essa.

Peguei a arma no cós da calça por instinto e a mantive nas mãos enquanto tentava segurar o braço de Kate, que pareceu se arrepiar ao sentir meu toque em sua mão. Ela rapidamente se desvencilhou de mim, mas não saiu do meu ponto de sentido, porque eu ainda sentia sua respiração curta soprar contra meu pescoço.

— Que merda está acontecendo? — perguntou ela, falando alto por conta da multidão agitada que tentava encontrar a saída.

— Seja lá o que for, cortaram a energia da propriedade inteira — constatei, vendo também que não havia luz do lado de fora — temos que dar um jeito de sair daqui. Sinto que em breve as coisas poderão ficar bastante complicadas.

— Precisamos de Ivan — disse Kate.

— Per Dio, você ainda está obcecada com isso? Essa missão está dando todos os sinais de que devemos voltar para casa. Será que tudo o que você ouviu aqui e agora esse apagão não provam que eu estou certo?

Tentei agarrar Katherina pelo braço para tirá-la daqui e me dei conta de que estava falando sozinho, porque quando tive a intenção de fazê-lo, me deparei com o ar.

Assassinos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora