Capítulo 5 - Katherina

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Katherina Giavazi Bennett

Eu podia ver, o ódio nos olhos de Pietro era nítido demais e seu peito se estufava para fora por conta de sua respiração acelerada enquanto ele apontava a pistola para minha cabeça.

Fiquei estática, parada no mesmo lugar que outrora e apenas mantive o contato visual com ele, tentando acalmar minha própria mente, mas isso se tornou impossível de fazer por conta do choro assustado de Simon e Mia, que não tem culpa alguma do que acabara de acontecer.

A porta do quarto foi aberta com brutalidade e Luke passou por ela como um furacão de ódio. Ao perceber que os gêmeos choravam, ele partiu para cima de Pietro.

O chefe alemão arrancou a arma do italiano e o agarrou pelo colarinho do sobretudo, dando-lhe deu um soco com toda força e fazendo-o cambalear para trás.

Ainda sentindo meus músculos dormentes, recuei alguns passos, sem nem fazer ideia de onde estava, apenas andei até me chocar contra a parede e observar enquanto Luke ainda batia em Pietro.

– Você ficou maluco, seu desgraçado?! Eu avisei para não fazer meus filhos chorarem, inferno! – grunhiu Luke, possesso de raiva. – Eu avisei para não ser um imbecil!

Também às pressas e parecendo desesperada, Elisa entrou no quarto, e ao perceber que seu marido ainda estava em cima de Pietro, correu para afastá-lo do italiano antes que ele o matasse.

Coloquei a mão sobre o peito e senti meu coração ficar mais acelerado ainda.

Agora não, nesse momento não. Falei para minha própria mente, me forçando a manter a calma.

Com dificuldade, Elisa puxou seu marido para longe de Pietro, que cuspiu sangue no chão e puxou o ar com força, tentando se recompor. Luke ainda exalava ódio, mas estava sendo segurado por sua esposa, que agora também examinava sua mão vermelha pela quantidade de socos que ele desferiu.

– Vá embora, Moretti, antes que eu termine o que meu marido começou. – Ordenou Elisa, olhando para Pietro com desgosto.

O italiano levantou-se do chão com dificuldade, mas não contestou a ordem de Elisa e não disse uma palavra enquanto seguia para fora do quarto.

Saindo do meu próprio transe, fui até um dos berços e peguei a pequena Mia no colo, tentando acalmá-la. Bebês tem ouvidos sensíveis, e com certeza não tinham que ter escutado todos esses gritos e pancadaria.

Elisa foi até o outro berço e pegou Simon, que parecia menos agitado que sua irmã. Ficamos com ambos nos colos por vários minutos até que finalmente se acalmassem.

– Eu avisei que essa era uma péssima ideia. – Constatei, falando com irritação e voltando minha atenção para Luke. – Você deveria ter me escutado.

– Pensei que ele teria algum senso de humanidade estando perto de Simon e Mia. Confiei que ele iria se comportar – disse o chefe alemão, ainda sério e parecendo muito arrependido, mas um pouco mais calmo.

– Sinto muito, não queria envolver vocês nisso. – Me desculpei.

– A culpa não é sua, Kate. Pietro é um verdadeiro idiota. – Afirmou Elisa. – Um idiota que se chegar perto dos meus filhos outra vez vai levar um tiro nas bolas.

– Aquele babaca vai acabar morrendo por ser tão estupido. – falou Luke.

– Ele... apenas precisa de ajuda. – Argumentei, sem nem mesmo entender o porquê de ter feito isso.

– Nós ouvimos cada palavra dita aqui, Kate, e antes do seu avião pousar, Oliver nos avisou de como o primo dele poderia ser um idiota e que quando ele saísse de controle poderíamos intervir da nossa forma. E pode ter certeza, Pietro não precisa de ajuda, precisa de alguém que jogue todas as verdades na cara dele.

Assassinos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora