Sonho: O sonho é uma experiência que possui significados distintos se for ampliado em um debate que envolva religião,
ciência e cultura. Para a ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Para Freud (psicólogo e neurologista austríaco), os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo reprimido. Em diversas tradições culturais e religiosas, o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência.
Wanda não era religiosa mas ela acreditava no poder de seus sonhos. Ela acordou com gotículas de suor na testa e os batimentos cardíacos acelerados em níveis preocupantes. Se sentou em sua cama respirando fundo algumas vezes até está totalmente calma, porém aquele aperto em seu peito indicando que algo estava errado não saia por nada e ela só sentia isso quando se tratava de uma coisa, ou melhor, de uma pessoa.
A morena arrastou sua mão até em baixo do travesseiro e retirou seu celular. Desbloqueou o mesmo e foi até a agenda telefônica, procurou o número e logo estava ligando. Ninguém atendeu, isso a deixou mais aflita, mas tentou pensar positivo. Era manhã ainda e a garota acordava tarde na maioria das vezes. Procurou outro número em sua agenda e ligou, dessa vez a pessoa atendeu.
- Bruxa, me ligando essa hora, alguém morreu?
- Agatha, quais as chances da Natasha está me traindo? - Wanda perguntou a amiga esperando uma resposta positiva. Agatha era a centrada da relação de amizade, ela que deixava Wanda menos paranóica em relação ao seu atual relacionamento.
- Amiga, ela te ama. Acho que não faria isso.
- Amor não segura ninguém, eu sonhei Agatha, eu sonhei que ela me traia com uma loira da faculdade dela. Agatha eu estou surtando e ela não atende a porra do celular. E você sabe que ela sempre gostou de loiras, tudo se encaixa amiga. - Wanda falava chorosa. A risada alta de Agatha surgiu na chamada, ela se diverdia com os sonhos de Wanda, pois a maioria eram inacreditáveis.
- Você é muito louca cara, por isso sou sua amiga. Mas amiga, pensa pelo lado bom, não é só porque ela traiu todas as namoradas que ela vai trair você.
- Nossa, ajudou muito. Obrigada viu. - Wanda resmungou e suas desconfianças apenas aumentaram com o que Agatha falou, obrigando ela a lembrar do passado obscuro de Natasha. - Sabe às vezes eu acho que ela está comigo só pra mostrar que finalmente conseguiu me ter. Aonde Natasha iria se interessar por uma pessoa como eu? - Wanda andava pelo quarto nervosa.
- Amiga que isso? Você é linda, divertida, carismática, gostosa e muitas outras coisas. A Natasha tem que agradecer por ter você na vida dela. Se ela estiver te traíndo você brota naquela faculdade e quebra tudo, eu vou até com você se quiser. - Agatha a apoiou. - Mas vendo de fora, eu acho que não, ela não iria jogar tudo fora por conta de momento.
- Você tem razão, eu só tenho minhas dúvidas. - Wanda diz de maneira insegura.
- Se acalma, toma um banho, um café da manhã e vai na faculdade dela, você já está aí perto mesmo. Tira sua dúvida logo, antes que fique maluca. Mas fica tranquila, tenho certeza que ela não fez nada. - A amiga falou e ela assentiu sozinha.
- Tudo bem, obrigada amiga.
- De nada, me conta tudo depois. Beijos amiga, fica bem.
- Beijos amiga, você também.
Wanda desligou a chamada e passou as mãos em seus fios capilares castanhos escuros e suspirou negando com a cabeça. Tentou ligar pra Natasha novamente mas sempre chamava e ninguém atendia. Desligou o celular desistindo e o jogou na cama. Caminhou até seu banheiro e retirou seu pijama de seda jogando no cesto do banheiro. Entrou em seu chuveiro e abriu o mesmo deixando a água gelada entrar em contato com sua pele, ao menos se arrepiou pois gostava da água naquela temperatura. Molhou seus cabelos longos e começou seu banho. Após alguns minutos ela desliga o chuveiro e sai do mesmo já se enrolando na toalha branca e seguindo de volta ao quarto.
