Wanda Maximoff
Eu caminhava tranquilamente pelos corredores da Romanoff Corporation, segurando meu bom e velho copo de café em uma mão e, debaixo do braço, uma pasta preta. Estava calma hoje, apesar de estar meia hora atrasada. Porém hoje, isso não faria diferença.
Por quê? Bom, porque sou assistente da Natasha "Galinha" Romanoff, e ontem, enquanto me preparava para dormir, vi seus stories com sua melhor amiga Carol, cercada de piranhas em uma balada em plena quarta-feira.
Ou seja, ela só acordaria depois das dez, com ressaca, tomaria um banho de cinquenta minutos, seguido de um café de mais trinta, e só então viria para a empresa. Isso me dava tempo para me organizar e cuidar das coisas dela. Mas, sem Natasha, essa empresa parece um caos.
"Ah, Wanda, mas não há uma co-gerente?"
Claro que há, mas ela provavelmente está na mesma situação que Natasha. Para garantir, decidi conferir. Fui até o final do corredor do último andar, onde ficavam as salas de Carol e de sua assistente, Valquiria .
— Oi, Wands. — Valquiria me cumprimentou com um sorriso leve, inclinando a cabeça e ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Oi, Valk. Carol está aí? — perguntei, inclinando-me sutilmente para tentar espiar a sala por cima do ombro dela, o que a fez rir.
— Você não viu os stories da chefe? — Ela cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha, um olhar de falsa surpresa em seu rosto. — Essas duas só devem chegar à tarde, e olhe lá.
Assenti, suspirando profundamente. — Eu vi. Infelizmente, vi. — Bufo de leve, a irritação começando a borbulhar no meu peito. Essas coisas sempre acabam com o meu dia, e eu nem sei bem o porquê.
— Ai, amiga, não fica assim. — Valquiria balançou meu ombro gentilmente, tentando me animar, mas seu gesto só me deixou mais confusa.
— Assim? — questionei, estreitando os olhos enquanto tentava decifrar o que ela queria dizer.
— Triste, uai. Todo mundo sabe que você gosta da chefe. — Ela soltou a frase com um sorriso travesso, mas seus olhos estavam sérios, me observando atentamente.
Eu a encarei por um momento, tentando processar o que ela acabara de dizer.
— Eu? Isso é um absurdo. Gostar da Romanoff é como enfiar uma faca no próprio coração. — Dramatizei, colocando a mão no peito como se estivesse prestes a desmaiar. Mas, no fundo, sabia que não estava exagerando tanto assim. Natasha estava nas redes sociais todos os dias com uma mulher diferente; ou ela era realmente incrível na cama, ou era só pelo dinheiro.
— Que exagero, Wands. Não é para tanto. — Valquiria revirou os olhos, descruzando os braços com um suspiro. — Ela só está curtindo a vida dela.
Fiz uma careta de nojo ao imaginar Natasha "curtindo a vida".
— Bom... então eu digo o mesmo sobre você e a Carol. — Retruquei, observando com satisfação enquanto o sorriso de Valquiria desaparecia.
— Não, uma coisa não tem nada a ver com a outra. — Ela se defendeu rapidamente, sacudindo a cabeça com veemência. — Até porque eu e ela não temos nada a ver e não vai rolar nunca. Quando ela não está na cama da metade da cidade, está com a modelo dela.
— Você viu que ela saiu na capa da Vogue? — Peguei a revista que estava na mesa ao lado e virei-a para Valquiria. — Belíssima. Ela consegue ser bonita, alta e magra, linda. Mas aí vem a questão, né? Será que Carol aguenta tudo isso? — Comentei, enquanto meus olhos examinavam a imagem de Diana Prince na capa, uma modelo deslumbrante que, aparentemente, tinha conquistado o coração de Carol. Mas eu ainda suspeitava que a loira tinha uma queda pela minha amiga Valquiria.
