Cena 278

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Natasha Romanoff

Atrasada, atrasada e atrasada. Não que seja algo novo, mas justamente hoje eu me programei para não me atrasar, e ainda assim consegui me atrasar muito. Sam, no mínimo, ia comer meu cu sem lubrificante. Rapidamente, vesti uma roupa, peguei meu celular e minha carteira; era tudo o que eu precisava. Saí da minha humilde residência em Malibu, observei rapidamente a praia no horizonte e, logo em seguida, um dos meus funcionários me entregou a chave da minha Ferrari vermelha sangue. Simplesmente linda, assim como a dona.

Acelerei pra fora de casa e em poucos segundos estava na avenida pouco movimentada naquela hora, meu coração pulsando com a empolgação do dia de trabalho à frente. O sol pintava o céu com tons quentes enquanto eu admirava a paisagem encantadora da praia e das palmeiras alinhadas na calçada. A combinação do horizonte sereno com a brisa suave reforçava a sensação de que o dia prometia ser ótimo, mas provavelmente iria ser uma merda.

Logo estava estacionando rapidamente no set de gravação, desliguei o carro e o tranquei, pronta para mais um dia naquele tumulto que era aquele lugar. O burburinho característico de uma equipe cinematográfica em ação envolvia o ambiente, com pessoas indo de um lado para o outro. Os trailers dos atores e a movimentação frenética dos membros da produção davam uma atmosfera pulsante ao local.

O set estava um caos naquele dia, pressionados pela greve que assolava o mundo hollywoodiano, todos estavam correndo contra o tempo. O desafio de gravar muitas cenas importantes tornava a energia do lugar ainda mais intensa, refletindo a urgência que pairava sobre a produção.

Enquanto seguia para o meu trailer, acabei vendo Wanda parecendo discutir com alguém. Revirei os olhos; se tinha uma pessoa mais estrelinha que eu, era ela. Não sei como essas pessoas aguentavam, pois era insuportável trabalhar com nós duas juntas. Observei ela mais um pouco e como sempre, eu não podia perder a oportunidade de provocá-la. Chegando ao meu trailer, que era de frente para o dela, eu me virei:

- Bom dia, amor - provoquei, e ela me encarou com cara de tédio.

- Argh, vai se foder, Romanoff. E não me chama de amor. - me xingou, e eu ri.

- Preparada para hoje? - abri um sorriso malicioso, e ela ergueu uma sobrancelha em dúvida.

- Para quê?

- Como para quê? Pra chupar meu pau. - falei, e ela arregalou os olhos.

- O quê? Ah, não, essa cena vai mesmo existir? - questionou, começando a olhar os papéis que estavam em suas mãos, provavelmente seu roteiro.

- Claro, quero só ver o que essa boquinha faz. - pisquei para ela, e ela colocou um dedo na goela, fingindo ânsia. Me senti atacada, quem ela pensa que é.

- Nojenta, eu vou falar com o Sam, não quero fazer essa cena! - falou fechando a cara. Além de mimada, era antiprofissional.

- Fala, pelo menos não vou ter essa boca de bueiro em mim. - provoquei ainda mais, e ela fez uma feição ofendida, chegando mais perto e me encarando.

- E quem disse que eu quero esse negócio seboso na minha boca? Essa merda deve estar cheia de doença, já passou pela Califórnia inteira. - apontou para mim com um olhar enojado, e eu abri um sorrisinho irônico.

- Tá sabendo muito da minha vida, né, paixão. - falei, lançando um olhar irônico enquanto levantava uma sobrancelha.

- Vai pra puta que pariu, Natasha, você deveria pegar aquela lata velha vermelha e acelerar até cair no mar e morrer afogada! - respondeu, rolando os olhos e esboçando um sorriso sarcástico.

- Escuta aqui, sua vaca, você não fala do meu carro, pode me xingar à vontade, mas não xinga meu carro. - apontei, franzindo a testa e fixando um olhar desafiador, enquanto defendia o meu bebezinho.

One shot - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora