Passo pela porta e sou surpreendido por uma de bolinha e pelos babona. Meus pais têm um filhote de cocker spaniel, Sky. Faço carinho em sua cabeça pequena enquanto ela me morde e tenta morder meu rosto. Amo animais. Eles são puros e inocentes.
— Oi, filho — Mimi aparece junto de Will.
— Oi, Mimi — a abraço com cuidado, deixando um beijo em sua cabeça e em sua barriga grande. Faço um toque de mão com o pestinha que agora brinca com a Sky.
Will é a cara de Mimi, cabelos pretos arrepiados que vieram do nosso pai e olhos castanhos claros assim como o dele.
Me pareço com minha mãe, pelo pouco que me lembro. O cabelo loiro, olhos azuis e acho que meu país não gosta muito de mim por isso. Depois de alguns anos, nós dois fomos nos desentendendo às vezes. Hoje seria uma dessas.
— Papai viajou? — Meu pai queria viajar para fechar negócios em sua empresa, mas não permiti. Mimi está grávida de oito meses, que tipo de pai e marido faz isso? Bom, meu pai tentou fazer.
— Estou bem aqui, Dom — ele aparece nas escadas.
Posso me desentender com ele, mas nunca o faltei com respeito. O cumprimento e ele para ao lado da esposa.
— Então, como estão as coisas? — Ele pergunta.
— Já parou de fazer show e assumiu seu namoro com a Lindy Linda? — Will se intrometeu e eu lhe dei um peteleco na cabeça.
— Primeiramente, sim tudo bem — mentira eu estava ficando doido. — Segundamente, nós não namoramos e não a chame assim.
— Por que? Está com Ciúmes? — Ameaço correr atrás dele e ele fugiu para o jardim com a Sky. Amo meu irmão.
— Queria ter visto sua apresentação ao vivo — Mimi comenta. — Pela gravação, foi lindo.
— Obrigado — sorri.
Almocei com eles e coloquei o papo em dia. Leo está saudável e se mexe muito, lembro quando ela estava grávida do Will, ele era mais quietinho e hoje é serelepe. Descobri que uma das vizinhas traiu o marido com o namorado da filha e fui atordoado com milhões de perguntas sobre Lindsay.
Estava tentando esquecer ela um pouco, mas não conseguia, ainda mais com eles me lembrando a cada segundo. E isso me irritava muito.
Lindsay nunca me deu bola, ela me odeia e eu odeio que ela me odeie. Quando adolescente, quase pensei em falar para ela que eu gostava dela, mas no mesmo dia ela apareceu namorando um merdinha. Terminaram três dias depois.
E talvez seja por minha culpa, mas isso não vem ao caso agora.
Um tempo depois, fiz como ela fazia comigo. Me ignorava ou provocava. E então as competições entre nós começaram, na verdade acho que antes disso. Ela sempre foi meio competitiva.
Às vezes, queria voltar ao passado e entender o que fiz de errado para não gostar de mim ou porque minha mãe foi embora sem mais nem menos. Será que ela sabia sobre minha carreira como patinador? Será que sabia alguma coisa de mim?
— Cinco, seis, sete e oito — a ruiva rabugenta diz e fazemos a sequência de passos. Laurie e Mary um pouco mais afastadas de nós. — Lindsay, postura, levante a cabeça. Laurence, segure a mão de sua parceira direito, transmita confiança à ela.
Refizemos os passos e na metade, Lindy perdeu o equilíbrio e quase caiu, a segurei pela cintura, próxima a mim. Se ela não tivesse quebrado nosso contato visual, ficaríamos nos olhando por mais tempo.
— Acho que preciso trocar de parceiro — ela diz e fico imóvel.
— O que? — consigo sussurrar.
— Laurie, — ela patina até o cara — treina comigo? — antes que ele pudesse responder, ela segura na mão dele.
Encaro os treinadores que também parecem surpresos com a cena.
— Isso pode ser bom — o treinador da outra dupla comenta. — Maryane, por favor, junte-se a Dominick.
A garota patina até parar do meu lado, um pouco tímida, ela sorri. Observamos os dois fazerem os movimentos que saíram robotizados, sem alma. Faço a mesma coisa com Maryane e sinto que o que sai foi péssimo.
Me acostumei a patinar, dançar com a Simba lindinha e isso, patinar com Mary, era diferente, não me trazia felicidade. Era como dançar com minhas outras parceiras, era sem vida.
— Não está funcionando para mim — reclamo.
— Vocês têm que treinar juntos, trocando de parceiros também. E se você ou Lindy não conseguirem comparecer na hora? Os quatro devem ter confiança mútua.
O restante do treino foi assim. Ela com Laurence e Maryane comigo. Fiz todos os passos perfeitamente e fazia questão de encarar as orbes castanhas de Lindsay para ela errar alguns passos e assim ela fazia.
— Te espero no carro — saio do vestiário e a encontro conversando com Mary.
— Na verdade, não precisa, Mary quer comer lá e vai me levar, obrigada.
— Eu levo as duas, também estou com fome.
— Realmente não precisa — Mary diz. Ela é incrivelmente parecida com Lindsay.
— Faço questão. Além do mais, é caminho.
— Não é não, você mora para o outro lado — a Simba diz.
— Eu me comprometi com você, vou seguir até o fim.
Ela ficou tensa e então me encarou com raiva.
— Não preciso mais das suas caronas. Obrigada por esses dias, mas não quero nem preciso mais — ela diz rude e bate os pés quando vai embora.
Só consigo pensar em duas coisas:
1: fofa.
2: como assim ela não precisa e não quer mais minha companhia?
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So This Is -Love- Hate
RomansaLindsay é uma incrível patinadora artística, mas se vê encurralada quando precisa de um par para as próximas competições. Se o desejo de ganhar não fosse tão grande, talvez ela teria recusado a parceria com seu maior rival, o talentoso, mimado e Cin...