O sangue em minhas mãos - Wenclair

Capítulo onze.

Enid voava pelos céus, cruzando o vasto horizonte entre a Nevermore, a academia onde observava os humanos, e o ninho dos dragões encantados. Sua forma de dragão deslizava suavemente pelas correntes de ar, enquanto o vento soprava em suas escamas, transmitindo uma sensação de liberdade e poder.

Ao chegar ao ninho, Enid pousou com graça e se transformou em sua forma humana. Suas asas e escamas se dissiparam, dando lugar a uma jovem de curtos cabelos loiros e olhos azuis penetrantes. Ela sabia que estava cercada por suas responsabilidades como sucessora de Heavenly, a matriarca dos dragões encantados.

Enid adentrou com cautela o ninho dos dragões encantados, sentindo a intensidade do ambiente mágico e imponente que o cercava. A vegetação alta balançava ao ritmo dos ventos fortes que varriam a área, enquanto os penhascos íngremes revelavam uma paisagem majestosa.

À medida que Enid avançava, ela notava a presença das sentinelas aladas, que pairavam no céu como guardiões vigilantes do ninho. Eram criaturas imponentes, com olhos atentos e asas poderosas que cortavam o ar. Elas mantinham uma postura de proteção, deixando claro que a entrada no ninho não seria fácil para qualquer intruso.

Enid chegou a um ponto onde as rochas formavam uma entrada esculpida nas montanhas, revelando o caminho para o interior do ninho. As paredes rochosas eram cobertas por desenhos intricados, representando a história e a sabedoria dos dragões encantados ao longo dos tempos.

Enquanto adentrava o covil dos dragões encantados, Enid sentia a atmosfera se tornar densa e carregada com a energia mágica que permeava o lugar. A luz suave e mágica iluminava a caverna central, onde a imponente "Fonte" se erguia com sua beleza ancestral.

A árvore emitia um brilho suave, como se estivesse impregnada de estrelas, e o ar estava impregnado com sua energia vital. Enid sentiu-se envolvida por essa energia, nutrindo sua própria conexão com a natureza e com a linhagem dos dragões encantados.

Ao redor da "Fonte", outros dragões encantados estavam reunidos, cada um com sua presença majestosa e única. Enid sentia-se honrada em estar entre eles, como uma líder em ascensão, e sabia que cada um desses dragões carregava uma sabedoria e experiência valiosas.

Enid caminhou pelo ninho, saudando os dragões encantados com um sorriso e gestos de respeito. Eles reconheciam sua posição como líder em potencial e a tratavam com deferência, mas também compartilhavam um vínculo de camaradagem e igualdade. A hierarquia rígida não existia entre os dragões encantados; todos eram valorizados por suas habilidades e contribuições únicas.

Enquanto apresentava os dragões encantados, Enid sentia a energia pulsante da "Fonte" permeando o ninho. Ela sabia que sua missão era proteger esse tesouro sagrado e assegurar que a harmonia entre os dragões encantados e a natureza fosse mantida. E enigmaticamente a matriarca ainda não havia chegado a fonte, ou estava em outro local na ilha.

No entanto, algo estava inquietando Enid. Em sua última visita à Nevermore, ela havia avistado uma jovem humana que despertou sua curiosidade. A princesa Wednesday da Britânia parecia diferente dos outros humanos. Enid sentia uma conexão inexplicável com ela, mas também temia os perigos que a humanidade poderia trazer para a paz dos dragões encantados.

Enid caminhou até o mirante do ninho, onde uma vista deslumbrante se estendia diante dela. Ela olhou para o horizonte, onde Nevermore se encontrava. Seus pensamentos estavam cheios de incertezas sobre a princesa Wednesday e sua relação com os dragões encantados.

Após longos minutos de admiração e dúvida, Enid ouviu o rugir da matriarca, um rugir tão alto que poderia ser ouvido do outro lado do pacífico anunciando sua chegada.

Enid caminhou em direção ao centro da grande caverna onde a imponente Heavenly, a líder dos dragões encantados, repousava. O interior da caverna era iluminado por uma suave luz mágica, que emanava da Fonte. Os murmúrios tranquilos da natureza ecoavam pelas paredes, criando uma atmosfera de serenidade.