Capítulo trinta e três.

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Wednesday finalmente chegou à costa da Britânia, seu reino natal, após uma longa jornada. O ar fresco do mar invadia seus pulmões, trazendo consigo uma sensação reconfortante de pertencimento. Ela desembarcou do navio com passos firmes, ansiosa para reencontrar sua terra e seu povo.

Ao pisar em terra firme, Wednesday foi recebida por Jefferson, o mesmo empregado que a havia acompanhado ao porto quando ela partiu para Nevermore. Seu rosto iluminou-se com um sorriso ao vê-la.

-Bem-vinda de volta, minha senhorita_disse Jefferson, inclinando-se respeitosamente._A carruagem está pronta para levá-la ao castelo.

-É um prazer te ver novamente, Jefferson._ Respondeu Wednesday retribuindo o sorriso e a saudação, sentindo-se grata pela presença familiar de Jefferson. Ela seguia atrás dele em direção à carruagem, observando a agitação do porto ao seu redor. Os marinheiros descarregavam mercadorias, os comerciantes negociavam, e os pescadores traziam seus barcos de volta à costa.

Enquanto subia na carruagem, Wednesday sentiu a familiaridade da madeira entalhada e dos estofados macios sob suas mãos. Era reconfortante estar de volta àquele ambiente, cercada pela história e tradição de seu reino.

Jefferson assumiu as rédeas e conduziu a carruagem pelas ruas movimentadas da cidade portuária. Wednesday observava atentamente cada rua, cada rosto conhecido que passava por ela. Ela sentia uma mistura de emoções - excitação, nostalgia e uma pitada de ansiedade pelo que encontraria no castelo, principalmente por sua avó estar a esperando, o que definitivamente não era um bom sinal.

Wednesday sentia um misto de ansiedade e medo enquanto se aproximava do imponente castelo da Britânia. Sua avó, uma mulher rígida e rancorosa, sempre deixava claro suas expectativas e não hesitava em expressar sua desaprovação. O pensamento de encarar a bronca que provavelmente receberia fazia seu estômago se contorcer de apreensão.

Após um longo trajeto, a carruagem chegou aos portões imponentes do castelo da Britânia. Os guardas, reconhecendo Wednesday, abriram caminho para ela passar. Ela desceu da carruagem com elegância e Ao adentrar o castelo, Wednesday foi recebida por uma cena que a surpreendeu. Sua família estava reunida, esperando por ela. Seu pai, Gomez, o rei, exibia um sorriso orgulhoso. Sua mãe, Morticia, estava ao seu lado, com uma barriga proeminente, indicando que um novo irmão ou irmã logo chegaria. Pugsley, seu irmão de dez anos, corria em sua direção, ansioso para abraçá-la.

Em um impulso surpreendente, Wednesday estendeu os braços e retribuiu os abraços calorosos. Seus olhos lacrimejaram, e um sorriso genuíno se formou em seus lábios. Ela sentiu o calor daquele abraço, necessidade, amor.

Wednesday nunca tinha retribuído um abraço, mas teve "boas aulas" sobre o amor, e queria demonstrar o que sentia, de verdade.

Enquanto todos celebravam o reencontro, Wednesday percebeu a figura de sua avó, Margaret, observando de longe com os braços cruzados e um olhar amargo. Ela sabia que a mulher não compartilhava da mesma alegria e aprovação, mas, naquele momento, Wednesday decidiu que não deixaria a amargura de sua avó afetar sua felicidade.

Ela aproveitou aquele momento precioso ao lado de sua família, saboreando a sensação de pertencimento e amor.

Após Wednesday colocar sua bagagem no quarto, o almoço foi servido no grande salão do castelo, com longas mesas repletas de iguarias e alegria. A família real se acomodou ao redor da mesa principal, com Gomez, Mortícia, Wednesday e Pugsley ocupando os lugares de destaque. A avó Margaret preferiu sentar-se em uma mesa separada, mantendo sua postura imponente e distante, sem ao menos dizer um "olá" à neta.

Gomez, com um sorriso radiante, dirigiu-se a Wednesday:

-Minha querida filha, como foi a sua viagem de volta?_

O sangue em minhas mãos - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora