Até Que A Música Nos Separe • LS

CAP 04

Dedicated To The One I Love
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"Do you remember?
We were so young
And it was December
You told me you biggest secret
Do you remember?
"I'm falling in love with your electric soul"
I wanted to say: kiss me you fool
My fear screamed louder than I could control
You waited for an answer and the answer never came
I swear when I heal I'll fall in love again
If i ask you nicely, would you wait for me?"

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Esse sou eu.

Que tive que ser quem não sou
Sentir o que não sinto
Viver o que deveria morrer
Eu precisei ser muitos falsos até ser real.

Demorou um tempo para que eu saísse do estado de negação e, passasse a aceitar que estava tudo bem gostar mais da minha companhia do que da sociedade. Estive em muitas boates e chorei minhas dores em ombros que não podiam ao menos se sustentar sozinhos. Era um lugar onde todos se reuniam com um único propósito: a busca por algo para se sentir inteiro. Mas, no dia seguinte, era só você por você e ninguém mais. Até mesmo as almas vazias voltavam á rotina de pertencer ao exílio.

Outro cenário.

Estrelas de plástico coladas no teto do meu quarto, pôsteres espalhados pelas paredes, livros ao meu dispor e discos antigos. Manhã de sábado, bicicleta amarela, piquenique, ler no parque. Fotografar idosos fofinhos e abraçar gatinhos e cachorros peludos. Subir até o telhado e conversar com papai.

Quando o tempo estava chuvoso, eu pedia para as nuvens levarem o recado até a constelação de Lupus. Lá existe uma estrela, chamada Rigel, mas eu sempre achei que o nome do meu pai melhor combinava.

Joseph Styles, a mais brilhante de uma constelação inteira.

— Diga ao meu pai que todos os dias eu encho potes de saudade por ele — Haviam se passado dois anos desde sua partida. Uma chuva torrencial caia, sem previsão para acabar. Eu observava tudo da janela. Não poderia ir ao telhado essa noite. — E diga que está perto, eu sinto que sim. Não serei mais o Harry, só Harry. Serei Harry Styles. Diga-o que o amo e que doze anos não foram suficientes para demonstrar, está tudo aqui ainda. Tem mais amor no meu peito do que água caindo do céu. E está chovendo bastante.

Excluindo a partida do meu pai. Eu estava bem, só eu e eu. Era uma vida boa. Eu não procurava por nada porque já estava tudo aqui. O que mais eu iria querer?

Então está decidido. Eu seria essa pessoa. A outra metade que me faz sentir inteiro.

Me afastei de pessoas que julguei não serem meus amigos de verdade e não sobrou ninguém. Me afundei em todos os romances que estavam ao meu alcance e percebi que o único que eu jamais leria, seria o real.

Foi aí que eu me senti sozinho pela primeira vez e, lembrei-me que apenas os tolos ficam satisfeitos.

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Parecia que tinha um sol destinado apenas para mim aquela manhã. Meu corpo suava. Eu estava cansado de correr, mas não podia parar. Estava quase chegando...

Chegando aonde?

Eu não sei por quantos quilômetros andei, mas não importa, porquê minha maior preocupação agora seria encontrar respostas do por que eu estar no meio de um deserto. Eu não via nada além de areia, por todos os lugares.

NADA. NINGUÉM. EM LUGAR ALGUM!

Eu jurei que já havia mirado aquela direção segundos atrás, mas lá estava, uma enorme estante abençoada de todos os livros que você possa imaginar. Era tão grande que eu não saberia dizer onde ela terminava, nem onde começava. A grande estrutura era feita de troncos de árvores e detalhes a ouro. Era fincada ao chão, como se houvesse nascido ali mesmo. Por todo o seu comprimento havia ramos de Hera e pequenas e delicadas margaridas. Á princípio, achei que eram luzes flutuantes, mas os pequenos pontos brilhantes sobrevoando a estante eram vagalumes. A lua iluminava graciosamente o espaço, mas sem ofuscar a luz das pequenas lanterninhas.