CAP 13 - P1

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Adore You
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Com roupas quentinhas e mãos dadas, saímos do carro de Louis direto para as ruas estilo faroeste que tinha o Condado de Mariposa.

Diferente da grande e imponente cidade dos anjos, não fomos pegos por flashs de câmera ou parados para que Louis desse um autógrafo ou respondesse algo sobre nós dois. Obviamente algumas pessoas o identificavam de longe, mas pareciam o tipo recatado demais para "incomodar".

Antes de ir ao restaurante, resolvemos andar um pouco pelo Condado. Visitamos o Mariposa Museum & History Center com artefatos da antiga Corrida de Ouro no oeste americano.

Era um lugar pequeno e aconchegante. Daquele tipo que tem uma bagunça organizada. O mais puro vintage, tendo como predominante a cor marrom para todos os lados.

O que mais me chamou atenção foram as botas em exposição. Tão antigas quanto o próprio museu. Eu me dei o luxo de comprar uma na pequena lojinha ao lado. Uma outra coisa que gostei sobre o lugar, é que era possível levar um pouco do museu consigo. Obviamente não eram os sapatos da época, mas eram uma perfeita imitação dos que estavam em exposição.

Nos encantamos por cada esquina que visitamos. Era como uma realidade alternativa, como viver nos anos 60.

Os turistas costumavam passar aqui apenas para dar uma "olhadinha", interessados no pote de ouro no fim do arco-íris, o Yosemita, um pouco mais adiante.

— Estou tentando não deixar meus pensamentos intrusivos tomarem conta de mim, mas está quase impossível — murmurei.

— O que eles dizem?

— Dizem que devemos entrar em uma loja e nos vestir no estilo da época, como xerifes ou bandidos. Ou camponeses, ou senhores donos de terra. O que acha? É loucura, não é? Às vezes eu viajo na minha própria mente e...

— Senhores donos de terra me parece ótimo — Louis me interrompeu, no momento exato em que me deixei ficar nervoso pela proposta. — Acho que passamos por uma loja de trajes de época.

E assim, como se não fosse nada, Louis me tem mais um pouco para si.

Dentro da loja, observamos os ternos bonitos e bem-feitos. Listrados, cores únicas, cinzas, pretos e marrons. Eu adorava ternos, mas no momento eles me pareciam tão sem graça. Depois dos anos 70, tudo que não é pomposo, se tornou modesto demais.

Louis apontou um terno cinza escuro com listas pretas e um chapéu Panamá em um manequim.

— O que acha, meu bem? Estou querendo aquele ali.

— Você vai ficar deslumbrante, Loulou. Um verdadeiro senhor.

— E quanto a você, não gostou de nada?

Olhei para o manequim ao lado do que Louis havia me mostrado.

Era um vestido branco com pequenas bolinhas verdes, imediatamente me lembrei do modelo da Marilyn Monroe. Podia até sentir o vento nas pernas enquanto eu abaixava os babados, junto com o tecido leve e esvoaçante.

— Não — falei, num ímpeto.

Memórias que não eram bem-vindas me invadiram, de forma inusitada.

"Vestidos combinam comigo" falei, com um sorriso grande no rosto, me olhando no espelho da loja.

Ryan estava impaciente desde o momento que saímos de casa. Culpei o calor da primavera e o sol escaldante nas nossas cabeças.

Vestidos eram leves e descontraídos. Eu precisava deles para viver a primavera do jeito certo. Carregar flores em cestas de piquenique enquanto o vento batia nos meus cabelos e levava um pouco do tecido consigo. Esse era o meu plano.

Até Que A Música Nos Separe • LSOnde histórias criam vida. Descubra agora