CAP 09

275 44 163
                                    

Chiquitita
⇄ ◃◃ ⅠⅠ ▹▹ ↻

Você chegou em um momento delicado
Bem agora, estou preso no passado
Ainda em processo de cura
Desculpa, amor
A culpa não é sua
◃◃ ⅠⅠ ▹▹

Niall levantou-se do sofá para observar o movimento lá fora. “Ainda tem uns três caras no fim da rua”.

Louis mordia o cantinho da unha, perdido em pensamentos. Desejei que ele não machucasse a si mesmo daquela forma, eu sabia que doía quando a ansiedade passava.

Parei de balançar de um lado para o outro na cadeira de rodinhas do diretor e fui até ele. Segurei uma de suas mãos, fazendo-o perceber minha presença.
 
Desde a hora que Louis voltou avisando que os seus seguranças e os policiais dariam um jeito nos paparazzis, nenhum de nós trocou uma palavra. Niall, por saber a sensibilidade do assunto. Eu por ainda tentar digerir o que havia acontecido. Louis... eu não sabia. 

— Abacatinho — Ele murmurou um “hum?”. — Eu sinto muito — Abaixei minha cabeça até estar olhando para nossas mãos juntas. Passei, quase sem tocar de fato, os dedos em volta da ferida aberta sobre seus dedos trêmulos. — Eu não queria que isso tivesse acontecido. Eu fui rude e joguei a culpa em você. Mas eu não me arrependo de algumas coisas que disse, porque são verdade. Essa briga não é sua.
  
Nenhuma palavra.

— Diga alguma coisa.

Seus olhos opacos passaram a também encarar o leve carinho que eu fazia em sua mão machucada. 

— Podemos falar depois? — Ele pediu com a voz mansa. Use um apelido, implorei mentalmente. Me chame até de fanboy se quiser

Nada. 

◃◃ ⅠⅠ ▹▹

O dia hoje havia sido incrível. Às seis da manhã eu já estava abrindo com minha própria chave a Nora’s House. Era segunda, as segundas eram sempre cheias.

Mudei a plaquinha de “Fechado” para “Aberto” e acendi todas as luzes. Entrei na cozinha e Nono e Niall já estavam dispostos, arrumando os doces nas grandes bandejas de alumínio que seriam organizadas nos expositores.
  
— Bom dia, docinhos — E todo aquele ritual de beijos e abraços aconteceu. Incrível como eu nunca cansava de demonstrar meu amor por eles.

Mad apareceu meia hora depois. Ela tinha aula somente á tarde. A ruiva gostava de passar sua manhã migrando da Nora’s House até o Clarice, onde sempre ganhava um capuccino de graça do Seu Chico. Garota esperta.

Eu estava começando a desconfiar que Liam ameaçava Zayn de alguma forma, porque não era possível. Todas as tardes ele ia buscar os brigadeiros – que Nono já deixava separado para ele –, sem falta.

Hoje, em especial, ele trouxe uma carta de Louis para mim, mais uma. 

Nós nos vimos na sexta à noite, mas parecia já fazer uma eternidade. Me peguei sentindo falta da sua risada repetitiva, da sua voz de abacate e o jeito que me irritava com suas piadinhas de duplo sentido. Lembrei da forma sedenta que eu estava no palco. Como se a qualquer momento eu fosse agarrar ele na frente de todos e mostrar que ele era meu em segredo, mesmo não sendo.

— Nossa, Zayn, que decepção — Encarei o homem bonito do outro lado do balcão. Ele sorriu, confuso. — Você se atrasou cinco minutos hoje, imagine como Liam vai ficar devastado.
 
— Se fode, Harry — Exibiu de forma pejorativa o seu dedo do meio e eu lhe lancei um beijo no ar. Peguei os brigadeiros bem embalados em uma caixinha com os dizeres Nora’s House e entreguei em suas mãos. — O motivo do atraso foi o gado menor. 

Até Que A Música Nos Separe • LSOnde histórias criam vida. Descubra agora