DONA

18

QUE ÓDIO, esses dias que tem passado, essa garota tá me irritando tanto, já tô cansada de brigar com o Raphael por causa dela, ele nunca entende, é sempre por causa dela, por isso eu resolvi me afastar eu, hein.

— Tá indo aonde?—ele entra no quarto e me vê arrumada.
— Não te interessa.—eu falo bolada com ele.
— Vai apanhar.—ele fala de graça e bate na minha bunda.
— Vai ficar com a sua amiguinha lá.—eu resmungo.
— Você cismou com ela né?
— Claro, garota insuportável.—eu respondo ele.
— Porra, você estão me deixando com dores de cabeça.
— Vocês dois também estão me deixando com dores de cabeça.
— Cadê a pretinha?—ele muda de assunto.
— Saiu com a sua mãe.
— E você vai pra onde?
— Para de ser chato Raphael, vou no mercado.
— Chato nada, só quero saber.—ele me rouba um selinho.
— Pra que você quer saber, vai lá ficar com a sua mulher.
— Minha mulher tá aqui, minha mulher é você. Alguma vez eu já te trai?
— Não.
— Então para de falar besteira.
— Me leva lá, de moto.
— Ué, pra quem tava com raiva de mim.
— Ainda tô, se eu pudesse eu te ignorava pela semana inteira.
— Vamos logo então—ele olha pra minha blusa do flamengo e fala.
— Essa blusa é minha hein.
— Não é nada.
— Claro que é.—ele me vira e vê o nome dele na blusa.
— Sai, agora é minha.
— Vai vendo.—eu subo na garupa da moto e ele acelera até o supermercado.
— Vai comprar o que?
— As coisa da Sophia.
— Que coisas?
— Higiene.
— Ah, tá.—ele pega um carrinho e sai me seguindo pelo mercado.
— Nossa, a fralda tá cara.—eu pego um pacote e coloco dentro do carrinho.
— Mas ela nem usa fralda.
— No frio ela usa.—eu vou enchendo o carrinho.
— Vou dormir lá hoje.
— A garota não vai ficar ligando pra você não?
— Não, fica sussa, ela não é nada minha.
— Tá bom.