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<Billie>

A mãe de S/n veio ao quarto um tempo depois. Minha namorada dormia serenamente, ela ainda se segurava a mim, como se tivesse medo que eu fosse embora

-- obrigada, acalmar ela é uma tarefa bem difícil... Ainda mais quando se trata de Anne. Mas você fez parecer a coisa mais fácil do mundo -- a mulher ri fraco, se aproximando

-- não acho tão difícil acalma-la. Acho que a parte mais difícil é tentar migrar a atenção dela, realmente ela é beeem insiste em uma unica coisa -- falo e faço carinho nos cabelos de S/n, que resmunga e se aperta mais a mim

-- Anne é minha irmã mais velha. Ela sempre me ajudou bastante com S/n, e quando descobrimos o autismo foi bem difícil. S/n sempre se apresentou um pouco diferente das outras crianças... Anne foi a única que esteve por perto quando o pai de S/n se foi. Ela cuidou de S/n como se fosse uma das filhas dela -- fala calmamente, olhando para a filha -- mas ela não sabia muito bem como lidar com S/n. Confesso que na época, nem eu sabia muito bem. S/n tinha apenas seis anos quando teve o diagnóstico, não é um grau alto, mas ja era bem confuso para nós em como lidar com isso...

-- entendo... Deve ter sido difícil -- ela concorda minimamente

-- acho que o fato de não sabermos como lidar com ela, a tornou um pouco agressiva quando pequena. Ela passava a maior parte do tempo isolada, ou chorando e gritando. Ela nunca chegou a agredir ninguem, mas ela não deixava que encostassem nela, era muito difícil acalma-la, ainda mais porque nao sabiamos como. Eu a levava ao psiquiatra e ao psicólogo com bastante frequência, mas não estava me ajudando a entender minha filha... Até um dia que consegui um trabalho em evento mais formal. Eu tive que levar S/n, ela não poderia ficar em casa sozinha -- ela sorri de lado ao se lembrar de algo -- la tinha um colega meu, ele é terapeuta e assim que viu o comportamento de minha filha, ele já entendeu, S/n estava agitada naquele dia. Ela tinha oito anos... Ele percebeu meu desespero, então veio me ajudar, ele apresentou o violino para ela. No mesmo instante ela pareceu se apaixonar pelo instrumento, ele tocava com bastante sentimento e S/n se manteve atenta e calma. Ela passou o resto da noite quieta. A musica clássica pairava no local, e ai eu entendi uma das formas que a deixava calma e entretida

-- ela realmente tem uma paixao muito grande por musica clássica -- falo e ela concorda

-- esse meu amigo, Ethan, deu um violino de presente para S/n. Eu contratei um professor de música, e ela aprendeu tão rápido que foi até assustador. Ela não queria mais o professor quando ela completou dez anos. Ela passou a querer aprender sozinha, e eu respeitei sua decisão. Acabei trocando-a de psicólogo e psiquiatra e isso pareceu ajudar bastante. Ela passou a falar mais o que queria, ao invés de gritar e chorar, ela se expressava bem melhor. Até o dia que uma das filhas de Anne quebrou o arco de seu violino... Esse foi um dos dias mais difíceis para S/n... Eu nunca havia visto ela tão irritada. Quando cheguei, Isabel, prima de S/n, estava com o lábio cortado e chorava bastante, já S/n estava sentada no canto do quarto, olhando fixamente para o arco quebrado à sua frente. Anne chegou em seguida e foi extremamente rude com S/n. Falou coisas que realmente deixaram S/n magoada, e a mim também. Depois disso, S/n não queria mais ver, falar ou pensar em Anne e em Isabel. Ela realmente não gosta da presença da tia, pois sua mente associa Anne ao dia do arco quebrado e as palavras que ela disse... -- explica calmamente -- Isabel assumiu a culpa uma semana depois, ela explicou que ela quebrou o arco e que ela incitou a raiva de S/n. Minha filha teve uma crise, e Isabel nao soube muito bem como parar aquilo, S/n acabou a acertando sem querer e ficou com medo ao ver Isabel machucada, por isso ela estava no canto chorando... Anne nunca se desculpou com S/n, ela é orgulhosa de mais para o fazer

You Are My Love (You/Billie) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora