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Billie

Durante a madrugada, acordei sentindo minha esposa puxando meu braço. Fiquei quieta, curiosa para ver onde ela queria chegar. Ela ergueu meu braço e me empurrou um pouquinho para o lado. Com um pouco de dificuldade, foi se encaixando à minha frente. Em seguida, passou meu braço sobre sua cintura e foi se acomodando mais para trás, praticamente ficando debaixo de mim.

Sorri no escuro, sentindo a familiaridade e o conforto do gesto. Beijei suavemente a nuca dela, puxando-a mais para perto.

-- Não conseguia dormir, amor? -- sussurrei, com a voz rouca de sono.

-- Só queria sentir você mais perto -- S/n murmurou de volta, sua voz baixa e sonolenta.

Abracei-a mais apertado, sentindo seu corpo relaxar contra o meu.

-- Eu te amo, minha linda -- sussurrei, fechando os olhos novamente.

-- Eu também te amo -- ela respondeu, sua voz quase um suspiro.

Com ela assim tão próxima, me permiti voltar a dormir, sentindo uma paz profunda. A sensação de tê-la tão perto, de protegê-la e ser protegida por ela, me envolveu em um sono tranquilo e reconfortante. A noite estava calma, e o mundo parecia perfeito com minha esposa aninhada em meus braços.

(...)

Já de manhã, eu estava com um pequeno probleminha.

-- Mas eu não quero! -- S/n diz, e posso ver seus olhinhos marejarem.

-- Mas eu preciso ir, amor! Não posso simplesmente fugir do meu trabalho -- Digo, tentando manter a calma. Ela nega, escondendo o rosto em meu pescoço.

-- Bebê... Eu tenho que ir -- Ela nega mais uma vez, me apertando mais forte em seus braços.

-- Eu volto cedo, eu juro -- Tento tranquilizá-la, acariciando seus cabelos.

S/n suspira profundamente, mas finalmente relaxa um pouco o aperto ao meu redor.

-- Promete? -- Sua voz soa trêmula, cheia de insegurança.

-- Prometo -- Digo com firmeza, segurando seu rosto entre minhas mãos para que ela veja a sinceridade em meus olhos. -- Eu sempre volto para você. Sempre.

Ela me olha por um momento, seus olhos buscando a confirmação de que tudo ficará bem.

-- Está bem... -- Murmura finalmente, soltando um pouco o abraço. -- Só não demore muito, tá?

-- Nunca demoro, meu amor -- Respondo, beijando sua testa suavemente. -- Vou me apressar o máximo que puder.

Dou-lhe um último abraço apertado antes de me levantar e me preparar para sair. S/n me observa com um olhar misto de preocupação e aceitação, seu amor e necessidade de proximidade tão evidentes.

-- Eu te amo -- Digo ao sair, dando um sorriso reconfortante.

-- Eu também te amo -- Ela responde, sua voz suave, mas cheia de emoção.

Ao sair pela porta, sinto uma pontada de culpa por deixá-la, mas sei que é temporário. O amor e a conexão que temos são fortes, e isso me dá a certeza de que estaremos sempre bem, mesmo com essas pequenas separações.

(...)

Eu chego em casa após um longo dia de trabalho. Ao entrar na cozinha, encontro minha esposa no local. Ela parecia irritada e, aparentemente, havia chorado.

-- O que foi, minha princesa? Que carinha é essa, hein? -- pergunto, me aproximando e abraçando seu corpo. Ela deita a cabeça em meu peito e funga baixinho.

-- Eu estava com vontade de tomar sorvete, e eu abri o app do delivery e acabou justamente o sabor que eu queria... -- Ela diz, voltando a chorar enquanto me abraçava.

-- Já procurou em outra sorveteria? -- questiono.

-- É sabor exclusivo daquela sorveteria -- diz com a voz embargada.

-- Deve ter uma filial dessa sorveteria em algum lugar. Podemos sair para procurar. No caminho, podemos procurar uma farmácia -- digo, e ela me olha um pouco confusa.

-- Para que farmácia? -- pergunta curiosa -- Você está com dor?

-- Não, não estou com dor. Mas sua menstruação está muito atrasada, você está muito manhosa, está sentindo enjôo de coisas muito específicas e agora isso do sorvete...

Ela me encara por um momento, processando minhas palavras, antes de arregalar os olhos. -- Você acha que...?

-- Acho que vale a pena verificar -- digo suavemente. -- Vamos fazer um teste e ver. E, se for isso, depois a gente comemora com qualquer sorvete que você quiser, combinado?

Ela assente, um pouco nervosa, mas também com uma pitada de esperança nos olhos.

-- Vou pegar Liz... -- digo beijando sua testa. Em seguida, me direciono ao quarto da pequenina.

Eu pego-a com cuidado para que ela não acorde, e com o mesmo cuidado deito-a em seu bebê conforto.

-- Vamos lá -- digo ao voltar para a sala, encontrando S/n sentada em um dos degraus da escada, amarrando seus sapatos.

Ela levanta a cabeça ao me ver, um pequeno sorriso de gratidão em seu rosto. Juntos, saímos de casa, prontos para enfrentar o mistério do sorvete e a possibilidade de um novo capítulo em nossas vidas. Enquanto dirigimos em direção à sorveteria, o silêncio entre nós é confortável, cheio de expectativa e esperança.

Nós passamos primeiro na farmácia, compramos o teste e voltamos para o carro.

-- Agora vamos procurar a sorveteria, levar o sorvete para casa e descobrir um novo bebê -- digo convicta.

-- Como pode ter tanta certeza que estamos esperando mais um bebê? -- pergunta curiosa, mastigando um doce que ela me pediu para comprar (na verdade, ela ficou me encarando com carinha de cachorro sem dono até eu entender o que ela queria).

-- Instinto de mãe -- dou de ombros, dando partida no carro.

Ela solta uma risadinha nervosa e eu sorrio de volta, tentando manter o clima leve. Dirigimos por alguns minutos até encontrarmos a filial da sorveteria que procurávamos. Estaciono o carro e descemos, entrando na loja e indo direto ao freezer que guarda o sabor exclusivo que S/n tanto queria.

-- Aqui está ele -- digo, pegando o pote e entregando a ela.

-- Finalmente! -- Ela sorri, seus olhos brilhando de alegria. -- Vamos pegar dois potes, só para garantir.

Pagamos os sorvetes e voltamos para o carro. A ansiedade começa a se acumular conforme nos aproximamos de casa. Chegando lá, coloco Liz no berço e deixo o sorvete no congelador.

-- Está pronta? -- pergunto, segurando a mão dela.

Ela respira fundo e assente.

Nós subimos para o banheiro, e ela entra para fazer o teste enquanto eu espero do lado de fora, tentando manter a calma. Minutos depois, ela sai do banheiro, segurando o teste com uma expressão que mistura nervosismo e expectativa.

You Are My Love (You/Billie) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora