— Voltamos à Escócia?
Meu pai está perto do fogão com uma expressão confusa no rosto, espátula na mão – oba, Terça das Panquecas – e eu balanço um maço de papéis para ele ver.
— Não apenas à Escócia, mas a um colégio na Escócia — digo.
— Você é professor, pai. A Dara é orientadora. A gente vive e respira educação.
Antes que ele possa responder, eu folheio os papéis impressos. Nos últimos dias, desde o incidente Sana e minha epifania na casa da tia Hyu, eu virei uma máquina de pesquisa sobre assistência financeira.
Ao achar o papel que queria, o puxo do maço, exibindo-o.
— Gregorstoun oferece todos os tipos de bolsas. E é um dos melhores colégios do mundo, pai. Gregorstoun "já educou reis, príncipes e primeiros-ministros" e este é o primeiro ano em que eles admitem mulheres. Eu seria parte da primeira classe de mulheres, o que significa que tecnicamente eu faria história. Minha foto provavelmente estaria nos livros de história.
— Nos livros de história escoceses — meu pai retruca, e eu concordo.
— Melhor ainda. Você já leu sobre a história escocesa? É uma loucura.
Seremos eu e Coração Valente, lado a lado.
Aquilo fez meu pai sorrir, como suspeitei que faria, mas, quando ele se vira para o fogão, está sacudindo a cabeça.
— Eu só achei que isso estivesse fora de questão, filha. Duas semanas atrás, você parecia tão decidida a não ir.
Ele só me chama de "filha" quando está se sentindo meio por fora de suas capacidades parentais.
O que não acontece com frequência. Embora eu, às vezes, me pergunte que tipo de pai ele seria se minha mãe ainda estivesse entre nós. Mas pensar nisso parece injusto com ele, falta de lealdade, ou algo assim. Como se eu não o achasse suficiente.
Colocando os papéis na mesa, me aproximo dele e ponho as mãos em seus ombros.
— Eu só... mudei de ideia — digo. — Quanto mais pensei sobre isso, mais parecia que eu tinha desistido muito cedo. Eu me assustei com a distância tão longa, mas não posso deixar que o medo me impeça de fazer algo incrível.
Chegando mais perto, completo:
— E, repito, é um colégio, pai. Não é como se eu estivesse pedindo pra ir atrás de uma banda em turnê pela Europa por um ano.
Ele ri num tom de zombaria, virando-se um pouco para me olhar.
— Sinceramente, acho que eu saberia lidar melhor se fosse esse o caso. Isso eu consigo entender.
Sorrindo, dou um tapinha nos seus ombros com as duas mãos e me afasto.
— Talvez seja esse meu modo de me rebelar. Uma garota tragicamente chata que é filha de pais muito legais.
— Eu acho que você é muito legal — meu pai retruca, lealmente, virando uma panqueca. — Tão legal, na verdade, que eu estava pensando que poderíamos acampar nesse fim de semana. Só você e eu, como costumávamos fazer. Também vi um anúncio sobre um evento de pedras preciosas e minerais em Houston na próxima semana que pode ser divertido. Já faz tempo que não vamos em um desses.
Olho para ele.
— Pai, você está tentando me subornar com ciência?
— Um pouco — ele admite e acena com a cabeça para Richie, meu irmão mais novo, que está sentado no cadeirão e batendo a colher de plástico na bandeja alegremente.
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SUA ALTEZA REAL - Freenbecky
Teen FictionRebecca Armstrong está vivendo o que parece um sonho com a garota por quem é apaixonada, até que ela dá um pé na sua bunda e volta com o ex, deixando Becky à deriva em meio às emoções. Eis que ela decide aproveitar sua chance de ouro e se inscreve p...