Freen cumpre o que prometeu e vem até meu quarto após uns vinte minutos, vestindo roupas completamente diferentes. Ainda estou com minha calça preta e o suéter que usei na viagem para cá, mas cheguei a passar um pouco de rímel e uma fina camada de gloss, e Freen percebe imediatamente.
— Olha só pra você, Armstrong — ela diz, provocando, enquanto me puxa porta a fora até o corredor.
— Achei que deveria usar, já que eu vou socializar com lordes e tudo mais — digo a ela. — Mas ainda não faço ideia do que vou vestir para o jantar hoje à noite.
Freen faz um gesto com as mãos.
— Eu te disse, vou cuidar disso.
— É isso que me assusta — murmuro, e ela me dá um sorriso malicioso.
— Você duvida do meu gosto?
— Não duvido, tenho é medo — digo, e ela solta uma risada.
Andamos pelo corredor, passando por retratos e pequenas alcovas com estátuas de mármore e, no caminho para as escadas, eu pergunto:
— Por que seu quarto se chama "Quarto Ponche de Frutas"?
Sem responder, Freen vai até uma porta mais à frente no corredor e a abre, gesticulando para que eu me aproxime.
Olho para dentro e então dou um passo para trás quase que imediatamente.
— Uau.
As paredes do quarto são tão vermelhas que quase machucam meus olhos, e a roupa de cama é coberta por uma estampa de árvores frutíferas e cachos de uvas.
— Faz sentido agora — digo, e ela acena com a cabeça.
— Quando lorde Henry se tornou Lorde das Ilhas, os antigos proprietários dessa casa tiveram que entregá-la a ele. Pelo que dizem, eles estavam tão enfurecidos por causa disso que tentaram redecorar todos os cômodos antes de ele chegar aqui. Mas só conseguiram fazer isso com esse quarto, deixando-o o mais pavoroso possível. Lorde Henry achou engraçado, então ele manteve desse jeito.
— Design de interiores como vingança — comento. — Gostei.
Sorrindo, Freen fecha a porta e continuamos nosso caminho pelo corredor e descemos as escadas até o salão principal de novo. Sherbet não está lá, mas tem um homem em pé vestido num terno de tweed, com uma bengala na mão, batendo impaciente no chão de mármore.
— Tio Henry — Freen chama, e o homem se vira para ela, seu rosto enrugado se abrindo num sorriso ao vê-la.
— Ah, lá vem confusão — ele diz com afeto, e Freen termina de descer a escada e vai abraçá-lo.
Lorde Henry está na casa dos setenta e poucos anos, mas se move e se comporta como um homem muito mais novo, com os ombros para trás, o cabelo espesso e branco. E, quando ele olha para Freen, seus olhos brilham.
— Não sabia se você viria mesmo — ele diz, se curvando para beijá-la na bochecha, e Freen aperta os ombros dele antes de se afastar.
— Eu não perderia um dos seus jantares por nada, tio Henry — ela diz e então acena para mim.
— E eu trouxe minha colega de quarto, Rebecca.
Ela abaixa o tom de voz para um sussurro falso.
— Ela é americana.
— Ah! — Lorde Henry pega minha mão e beija o dorso. — Assim como alguns de meus netos, então eu tenho muito carinho por seus compatriotas.
— A filha do lorde Henry, Maggie, se casou com um banqueiro de investimentos de Nova York.
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SUA ALTEZA REAL - Freenbecky
Novela JuvenilRebecca Armstrong está vivendo o que parece um sonho com a garota por quem é apaixonada, até que ela dá um pé na sua bunda e volta com o ex, deixando Becky à deriva em meio às emoções. Eis que ela decide aproveitar sua chance de ouro e se inscreve p...