Apaixonada.

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Acho que eu tinha me esquecido da sensação de estar completamente apaixonada por alguém.

Com Sana, existia aquela bagagem esquisita de sermos amigas há tanto tempo, de manter um tipo de segredo, de ainda tentar entender o que tudo aquilo significava. Com Freen, é apenas...

Bom, tem momentos como este em que estamos fazendo nossas corridas ao redor de Gregorstoun, e ela olha para mim com um sorriso iluminado, as bochechas rosadas, os cabelos grudando no rosto mesmo com esse frio congelante, e meu coração parece tão grande dentro do peito que eu mal posso contê-lo.

— Você vai cantar dessa vez, Armstrong? — Freen provoca, virando-se para correr de costas, e aceno com a cabeça para ela.

— Talvez. Se você cair de bunda, eu definitivamente vou cantar uma canção sobre isso e os perigos da arrogância. Que nem um Oompa- Loompa.

— Qual é o seu problema com todas essas referências de Willy Wonka? — ela pergunta se virando para correr como uma pessoa normal, eu diminuo o passo um pouco e Freen chega ao mesmo ritmo que eu.

— Talvez "Veruca Salt" possa ser nosso "sempre" — brinco, e ela ri.

Então, quando passamos por uma subida no caminho, ela se aproxima e segura minha mão, me puxando para atrás de uma formação rochosa para me dar um rápido, mas intenso beijo na boca e, sim.

Talvez eu não tenha esquecido como é essa sensação, porque não sei se eu já senti algo sequer parecido com isso.

Afastando-se, ela observa meu rosto por um longo momento, então acaricia meu lábio inferior com o polegar, acionando uma cascata de arrepios pelo meu corpo.

Então me aproximo para beijá-la e, dessa vez, não há nada de rápido nisso.

Penso que nós estamos sendo muito discretas sobre nossa nova situação, mas percebo que estou errada quando, na hora do almoço, Nam e Troye se sentam cada um de um lado meu, quase que ao mesmo tempo. Eles são bons nisso, tão bons que às vezes imagino se eles treinam com frequência.

— Conta tuuudooo — Nam cantarola, abrindo sua garrafa de água mineral enquanto Troye se inclina sobre mim para roubar um pão da bandeja de Nam.

— Ou não — ele me diz, olhando feio para Nam —, porque não é da nossa conta.

Nam revira os olhos.

— Francamente, Troye, não aja como uma senhorinha puritana. Becky é nossa amiga e nós apoiamos a felicidade dela, o que significa que precisamos saber tudo o que está acontecendo. Então. Conta tudo.

Corando, eu mexo os ombros e continuo empurrando os feijões no prato.

— Não tem muito o que contar — digo, e Nam solta um suspiro profundo, levando a mão aos cabelos.

— Não tem muito o que contar? Rebecca...Você está namorando uma princesa. — Saks continua falando como se eu nem tivesse dito nada, gesticulando com uma mão na frente do rosto, e fico surpresa em como ouvir essas palavras me atinge como um soco no estômago.

— Não — digo, sacudindo a cabeça. — Não é isso que...

— É absolutamente isso que está acontecendo — Nam afirma, e até Troye acena com a cabeça, com a boca cheia de pão.

— É mesmo, Becky— ele diz, e eu olho alternadamente para os dois.

— Eu gosto da Freen — digo num tom de voz baixo. — E ela gosta de mim. Mas o que isso significa ainda é... algo que estamos descobrindo.

Nam torce o nariz um pouco.

— Ô, querida — ela diz. — Não funciona assim. Não com essa gente.

SUA ALTEZA REAL - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora