— Trabalhar na lavanderia?
Eu rio, me acomodando em minha cama enquanto ajeito o notebook para ver Bambam melhor.
— O.k., você diz isso como se fosse a pior punição que alguém pudesse ter.
Na tela, Bambam tira o cabelo dos olhos.
— É só bizarro — ele diz.
— Você consegue imaginar se meter em confusão no Pecos e eles te mandarem, tipo, lavar os uniformes de educação física? Eles nunca ouviram falar em detenção na Escócia?
— Não é tão ruim, eu acho — digo a ele, e fico surpresa ao perceber que isso é verdade.
Não é que eu tenha amado botar a roupa de todo mundo para lavar durante as últimas semanas, mas ficar esse tempo com a Freen tem sido surpreendentemente não terrível. Seja o que for que derreteu entre a gente lá em cima das colinas permaneceu descongelado e, mesmo que eu ainda pense em Freen como uma Agente do Caos Elegante, tem sido até legal passar o tempo juntas, só nós duas.
— Hum, que cara é essa?
Pisco distraída para a tela.
— Quê?
— Você acabou de fazer uma cara — Bambam diz, sorrindo. — Uma cara sonhadora. Pegou um highlander, Becca?
— Cala a boca — digo, revirando os olhos, mas Bambam apenas ri de novo, sacudindo a cabeça.
— Não, eu conheço bem a cara de Rebecca Armstrong quando tem um crush e você fez essa cara. Eu já vi isso antes, eu conheço esse seu coração misterioso.
— Não fiz. E, não, você não conhece — respondo, mas meu coração está batendo um pouco mais rápido, e agora estou ficando corada, vermelha igual um tomate.
Consigo ver isso no pequeno retângulo no canto inferior da tela.
A porta se abre e Freen entra saltitando, seu rabo de cavalo dourado balançando.
— Ai, graças a Deus! — ela diz com entusiasmo, caindo em sua cama com uma distinta falta de graça real e, no meu notebook, Bambam começa a berrar:
— Quem é? É a sua colega de quarto? Quero ver ela!
— Tá bom, tenho que ir, te amo, te amo, tchau! — digo apressada antes de fechar o notebook num gesto brusco.
Eu não falei de Freen para o Bambam ou, melhor dizendo, não contei a ele que minha colega de quarto é também uma princesa, e algo me diz que, assim que ele a vir, ele vai saber.
Não que exista algo para saber, porque não tem. Eu não tenho um crush.
— Com quem você estava falando? — ela me pergunta, apoiando o queixo na mão e segurando um envelope pesado entre os dedos.
— Meu pai — minto, e então aponto para o envelope.
— O que é isso? — pergunto a ela, observando enquanto ela desliza um dedo pela aba e em seguida ouço o som do papel grosso rasgando.
— Isso, queridíssima Armstrong, é a liberdade — ela diz, e tento ignorar aquele "queridíssima" e como meu peito fica agitado ao ouvir isso.
É apenas o Idioma Freen. Todo mundo é "querido", "amado", "meu amor". Às vezes acho que é porque ela não consegue se lembrar do nome da maioria das pessoas.
— Olha — ela diz, jogando o cartão pesado que veio no envelope para mim.
O cartão tem tantos selos e brasões em relevo e a caligrafia é tão intrincada que eu mal consigo ler, então seguro o cartão a distância, espremendo os olhos.
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SUA ALTEZA REAL - Freenbecky
Fiksi RemajaRebecca Armstrong está vivendo o que parece um sonho com a garota por quem é apaixonada, até que ela dá um pé na sua bunda e volta com o ex, deixando Becky à deriva em meio às emoções. Eis que ela decide aproveitar sua chance de ouro e se inscreve p...