30 - bônus

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Fecho a porta de nosso apartamento assim que a festa de inauguração acaba e a última pessoa convidada sai, suspiro pesado cansada pela noite e volto pra sala sorrindo encontrando Stephanie sentada terminando a taça de vinho que segura enquanto seu cabelo castanho escuro se encontrava bagunçado pela noite caótica. Me sento ao seu lado e abraço sua cintura apoiando meu rosto em seu ombro enquanto encaro seu rosto, ela apoia a taça na mesinha ao lado do sofá e me olha também.

Ela era perfeita. Maravilhosa. E, eu nem posso acreditar ainda que ela está comigo depois de tudo que passamos.

- O que foi? - Ela dá uma risadinha sem graça e suas bochechas ficam levemente vermelhas, desviando o olhar do meu rosto como ela tipicamente fazia sempre que mantinha contato visual comigo por mais de 5 segundos. Eu sorrio com seu jeitinho.

- Estava só pensando no quão linda você é. - Falo com um tom de voz paquerador e ela solta uma risada, empurrando meu ombro e levantando do sofá segurando a taça em que antes ela bebia.

- Nem vem com seus elogios, sei bem o que você quer. - Ela sorri e sai andando em direção à cozinha, eu levanto também e vou atrás dela.

Tudo aconteceu muito rápido depois daquele reencontro na reunião da escola, a convidei para jantar comigo no mesmo dia e, pra minha surpresa, ela aceitou. O jantar foi agradável, mesmo que existisse aquela tensão estranha no ar que nenhuma das duas tinha coragem de citar.
Bem, acabou que aquela tensão foi dissipada assim que ela se ofereceu pra me levar em casa, eu a convidei pra entrar e em questão de segundos já estávamos se beijando com pressa e ansiosas enquanto meus fios de cabelo eram maltratados por suas mãos e minhas costas sempre chocadas contra paredes.

Quando a sigo até a cozinha, a vejo lavando a taça. Ando até ela e abraço por trás enquanto apoio meu rosto em seu ombro, observando enquanto ela coloca o detergente na esponja. Ela murmurava uma música baixinho e eu sorria fraco sentindo seu cheirinho que tanto me agradava.

- Você está carente hoje, amor? - Ela pergunta deixando a taça pra secar, eu a solto e ela se vira secando as mãos com um pano de prato enquanto me olha.

- Um pouquinho. - Eu falo rindo e ela sorri, largando o pano em qualquer lugar antes de colocar suas mãos geladinhas em minhas bochechas me puxando pra um beijo calmo e lento que não importa quantas vezes aconteça, sempre vai me fazer ficar toda molinha e querendo mais.

Ela se afasta com alguns selinhos e encara meus olhos acariciando minha bochecha.

- Vou tomar banho e depois ficamos de grude, tá bom? - Ela diz e eu assinto, roubando mais um selinho dela. Ela ri antes de se afastar e seguir em direção ao banheiro.

Eu ando até o sofá e deito nele, observando a bagunça na sala que teríamos que arrumar amanhã cedinho antes que nosso querido, novo e caro apartamento fique podre e igual a um chiqueiro.

Bom, como eu disse, tudo aconteceu muito rápido. Claro que depois daquela noite, tivemos que conversar sobre nós. E admito que foi constrangedor encarar Stephanie depois de tudo que fizemos naquela madrugada, e tudo que eu disse porque eu nunca aprendo a calar a boca. Mas, tudo se resolveu. Eu disse tudo que sentia e ela fez o mesmo, pro meu alívio, era o mesmo. Claro que no momento não pude pular de alegria porque ainda tínhamos muito o que esclarecer.
E sim, eu perguntei dos pais dela e ela me disse que eles pegaram pena de 4 anos por todos os danos provocados que, sendo bem sincera, ainda achei pouco. E durante todo esse tempo ela morou com a tia sem manter qualquer contato com os progenitores.

Pedi inúmeras desculpas por isso novamente, mesmo ela dizendo que não me culpava mais por tais acontecimentos e que entendia meu lado, creio que eu tenha gerado muitos incômodos pra ela. Depois daquela conversa, eu esperava que ela somente se despediria e sairia do meu apartamento sem fazer qualquer menção de uma possível reconciliação e uma segunda tentativa pra nossa relação. Como vocês já imaginam, foi o total contrário. Ela disse que estava cansada de perder tempo para ir embora novamente.

E aqui estamos nós.

- Quer ver filme? Eu não estou tão cansada ainda. - Ela aparece vestida com um pijama dos looney toones brega, que descobri que ela amava. Nunca imaginaria uma futura estilista usando uma roupa assim. Eu levanto um pouquinho as pernas pra ela puxar a cama embutida no sofá, me ajeito no mesmo e ela se deita ao meu lado segurando o controle.

- Pode ser. O quê quer ver? - Eu respondo passando o braço por seu pescoço.

- Sabe, a netflix adicionou barbie no catálogo... - Eu reviro os olhos soltando uma risada.

- Tudo bem, veremos barbie. Só não escolha um filme da geração atual! - Eu peço e ela me encara ofendida.

- Que tipo de ser humano você acha que sou? - Ela pergunta com um tom de voz irritado e eu dou um beijo em sua bochecha, desfazendo sua pose - Chata.

Ela diz com um sorrisinho bobo no rosto.

- Ei. - Eu a chamo e ela me encara novamente, seguro seu rosto e me aproximo deixando um beijo lento em seus lábios e ela retribuiu sem demora.

Não prolongo muito o momento, a olhando nos olhos.

- Eu tô muito feliz por estar aqui com você. Não a nada que eu faria de diferente só pra eu poder estar aqui agora, olhando você.

Ela sorri e suas bochechas ficam vermelhas, suas mãos estavam em meu rosto e ela fazia um carinho no mesmo.

- Eu amo você, Cecília.

Ela declara e eu sorrio, aproximando-me de seu rosto novamente beijando sua testa, depois a pontinha de seu nariz e no final seus lábios. Ela desliga a televisão assim que enlaço meus braços em sua cintura e a puxo pra meu colo, deixando ela mais perto de mim.
Nunca mais eu deixaria que alguém nos separasse, e nem mesmo isso poderia resolver todo o amor e devoção que sinto por essa mulher.

Eu odeio amar você.Onde histórias criam vida. Descubra agora