meu gatinho

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Edmundo estava saindo da sua sala em direção ao balcão para poder se despedir e enfim ir embora, o último animal ao qual ele examinou foi uma pequena gatinho preta que estava grávida. Mas ao chegar na sala de espera o Pevensie se deparou com um menino de mais ou menos sete anos sentado em uma das cadeiras, ele tinha cabelos pretos e olhos azuis brilhantes que o lembravam um pouco sua irmã, esse garotinho balançava as perninhas curtas para frente e para trás já que seus pés não chegavam ao chão devido ao seu tamanho e nas suas mãos estava um cachorrinho pequeno com o pelo dourado.

- Hã, Shasta - Chamou o garoto que estava sentado na recepção acompanhado de uma careta tediosa.

- Ele está te esperando a horas, falei que você não ia atender mais hoje mas ele insistiu falando que era urgente - O outro respondeu - Não pude fazer nada senão esperar, sinto muito.

Edmundo assentiu e puxou o ar para os pulmões respirando fundo. O garotinho estava sentado olhando para o chão distraído até que seus olhos se levantaram e ele os arregalou, o coitado do garoto quase caiu ao chão quando tentou se levantar da cadeira.

- Senhor médico - Ele chamou com uma voz chorosa e desesperada e correu até Edmundo, o mais velho precisou se abaixar para ficar no tamanho do garoto - Ajuda - Ele não precisou falar muito, apenas pegou o cachorrinho nas mãos e as elevou para que Edmundo pudesse olhar.

- O que aconteceu? - Edmundo tentou entrar na conversa.

- Ele se chama Aslam e acho que ele está doente - Contou ele em desespero.

- Ah, ok, o que Aslam tem? - Edmundo pegou o cachorrinho em seus braços e o acomodou próximo ao seu peito para acaricia-lo.

- Ele não para de latir e parece estar com dor.

Edmundo se virou para trás trocando um olhar com Shasta, esse que deu de ombros e os ignorou, ótimo, deveria ser demitido só pela falta de educação.

- Tudo bem, primeiro, qual o seu nome? - Ele perguntou olhando diretamente para o garoto.

- Rilian.

- E onde estão os seus pais?

- Eu...não sei - Ele contou ganhando um tom vermelho nas bochechas - Eu estava com a minha babá e então fugi com Aslam, ela disse que aqui é um hospital para animais e trouxe ele para ficar melhor, uma vez eu estava doente e meu papai me levou ao hospital só que não era de animais, eu levei uma vacina e doeu muito mas depois eu melhorei, papai estava assustado e ele me abraçou e me deu o Aslam de presente e por isso eu gostei tanto mesmo que ficar doente é ruim, o senhor já ficou doente? Aslam também vai tomar vacina? Talvez médicos também fiquem doentes mas você é médico de animais e_

- Tudo bem Rilian - Edmundo cortou sua fala tendo a ideia de que o garoto iria falar pela tarde toda se deixar - Eu não posso te ajudar sem um pai ou responsável.

- Mas...eu sou o responsável dele - Apontou para o cachorrinho.

- Sim mas vocês precisam de um adulto - Edmundo falou, Rilian apertou os lábios e seus olhos azuis ficaram marejados.

E é exatamente por isso que Edmundo não entrou para a área da saúde infantil, animais sempre foram mais simples do que seres humanos. O garotinho o encarava com tanta tristeza que o fez se sentir um monstro por negar um simples atendimento.

- Mas você não pode só ajudar ele? É isso que médicos deveriam fazer - Rilian bateu o pé no chão, seu tom de voz saindo rouca denunciando que a qualquer momento ele iria chorar - Ele é meu melhor amigo, por favor, não quero que ele morra.

- Ninguém vai morrer aqui tudo bem? - Edmundo suspirou - Eu só posso dar uma olhada mas você pode ao menos me dizer o nome do seu pai, mãe ou babá? Algum adulto que possa estar aqui com você?

Casmund one-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora