Wrong Service-Hyunlix

16-Arte

-Felix! Cheguei! -Hyunjin avisou fechando a porta da entrada com os pés.

Fazia dois dias que Felix estava no apartamento, amanhã era segunda por isso hoje tinha que voltar para casa inevitavelmente.

Nestes dias, a muito custo e a pedido do maior deixou-se ser cuidado, mandado só uma mensagem a Timóteo que ia passar o fim de semana fora para começar a resolver as trapalhadas da vida, não que fosse preciso uma justificação, mas mais valia só dar uma.

Foram dias em que o loiro viu uma nova faceta do mais alto. A sua amabilidade e disponibilidade, os cuidados redobrados nas trocas de pensos, até para ajudar a tomar banho se ofereceu, nunca mudando a sua rota para um lado mais pervertido.

Tinha saído esta manhã para ir às compras, voltando o mais rápido que podia, não querendo deixar Felix sozinho por muito tempo.

Descalçou os sapatos na entrada e levou as compras até à cozinha, deixando as sacas em cima da ilha.

Não via o outro na sala, onde estava antes de sair por isso supôs que provavelmente estava na casa de banho.

Começou a arrumar as coisas quando ouviu o chão de madeira ranjer com o deslocar do peso de Felix.

-Trouxe-te aquelas batatinhas de sabor a camarão que tanto gostas. Só havia desta marca por isso não te prometo nada.

O chão parou de ranger, mas nem por isso Hyunjin olhou, continuando a sua fiscalização de onde arrumar o quê.

-Hyunjin. -o loiro chamou, esperando a atenção do mais velho se virar para ele.

-Diz. -virou o rosto lateralmente deparando-se com o corpo branco e esguio parado na frente da entrada da cozinha, ainda no meio do corredor.

Vestido trazia uma saia acastanhada curta, combinando um blazer da mesma cor que vinha do closet de Hyunjin, uma peça de roupa que já não via a luz do dia à muito.

Entre as fendas da roupa a sua pele imaculada brilhava, um breve gesto e o blazer abria expondo todo aquele peito.

Estava tão básico, sem qualquer brilho estonteante, mas aos olhos de Hyunjin era o necessário.

A cabeça embebedada pela imagem, os olhos retendo cada aspeto daquele momento, assemelhava-se a como quando paramos um filme só para digerir a situação e apreciá-la melhor.

Felix era a série completa e Hyunjin era o expectador que não se importava de a repetir vezes sem conta, memorizando cada cena, fala e gesto.

-Descobri que o teu armário tem mais cores do que preto. -gozou, cruzando os braços, a confiança de segundos esgueirara-se, dando lugar a uma timidez pequena.

-Uhm. Já nem me lembrava que existiam.

Desencontou-se do balcão e caminhou muito alinhado na direção do mais novo que ansioso remexeu-se no lugar, esfregando as mãos contra o tecido e passando o peso do seu corpo de uma perna para a outra.

As mãos grandes de Hyunjin pousaram na cintura fina e com apreço agarrou-a, cravando os dedos contra a pele.

Uma aproximação fugaz deu-se, o nariz de Hyunjin inspirando o cheiro doce do mais baixo, com as mãos fundindo-se no corpo estruturado.

-Felix... quem é te tornou um jogador de primeira linha? -perguntou retoricamente, o nariz acariciando a pele do pescoço levemente, arrepiando o outro.

-Eu mesmo. -respondeu sussurrando no ouvido do mais alto, ao mesmo tempo que prendia a madeixa de cabelo solto do ponytail do maior, atrás da orelha.

Pendurou as mão nos ombros a cima de si, alisando o tecido caro e sem voltas beijou os lábios vermelhos, sentido as mãos grandes na sua cintura fecharem atrás das costas.

Guiado, Felix caminhou para trás, parando quando as costas embateram contra a parede.

Cuidadosamente adentrou o blazer, tocando no peito do outro, exercendo força na pele de modo a mão subir até ao pescoço.

-Mal dito seja o teu corpo e as roupas que lhe assentam tão bem. -falou entre dentes, ofegante.

Impulsionou o corpo, agora o loiro estava agarrado ao outro, erguido e preso entre a parede e o corpo de fato.

Queria romper aquelas roupas de linhas perfeitas, feitas à medida e sentir Hyunjin na totalidade, por isso com a pressa os seus dedinhos desapertavam os botões da camisa engomada.

O peito estruturado saltando que Felix agarrou, puxando a camisa para fora do corpo em conjunto com o blazer preto.

Entre as pernas e todo aquele pano  chegou ao cinto das calças e desapertou desesperado, dando um incentivo para elas descaírem para o chão.

-Felix! Por favor diz-me que usas algo por debaixo da saia? -Hyunjin pergunta atordoado, sentia a intimidade do outro de forma bastante bem para não haver nada no meio a impedir.

-Vem descobrir. -riu-se, a mão enrolando o pulso do maior para o encaminhar para a grande descoberta.

-Seu... filha de uma... eu vou foder-te tanto meu doce.

Sentiu uma onda de eletricidade atravessar-lhe o corpo com as duas últimas palavras.

"Meu doce".

Gostava do entoar das palavras e de alguma forma queria que elas fossem verdade o que em parte já eram.

Hyunjin já o tinha não só pelas questões de Felix depender do seu dinheiro, mas mesmo por sentimentos, uma afecção que começara a nascer desde aquele dia no bar em que foi "salvo" até que levaram a algo mais e maior.

Ambas as mãos, agarrando ou neste caso sentando Felix contra a parede empoleirado o peso.

-Tira-me os boxers! -ordenou. -Hoje é só para te foder.

As ordens foram seguidas rapidamente, com Felix a encaminhar o pau para a sua entrada, uma tarefa complicada devido à posição, mas que na mesma foi cumprida.

-Ah...awnh. -engasgou-se com a sua própria saliva sentindo o seu corpo a ser preenchido.

Uma mão saiu de baixo do seu corpo, apoiando-se na parede e o outro braço de Hyunjin segurou-o pela cintura.

As idas e vindas suprimiam o loiro contra a parede, soltando-o de seguida, instantes em que as peles dos troncos se colavam pelo suor, separando-se para dar lugar a uma respiração apressada.

-Muda de posição. -pediu ao fim de uns segundos, não gostava da sensação que aquilo lhe proporcionava.

No momento foi respeitado, parando tudo, Hyunjin esperou por instruções do mais novo, que se limitou a virar de costas, posicionando as suas mãos grandes nas coxas.

As mãos brancas e pequenas do mais novo espalhadas contra a parede e o rabo empinado.

-Felix... -sussurrou, todo o seu ser tocando o mais baixo. -Tu és a minha ruína total.

Sorriu orgulhoso e por momentos deixou as ideias escaparem, ditando-as. Aquilo que à muito queria, mas suprimia por questões de ética.

-Marca-me. Pinta a tua tão amada tela branca. -disse sôfrego por qual seriam os efeitos das suas palavras.

-Os teus pedidos são ordens. -sorriu agradado

Sem hesitação adentrou o outro de novo, brincando com a sua tela pincelada de leves cores, dando-lhe agora formas e texto.

Os dentes marcando a pele, acabando com a marca de honra na clavícula, feita entre dentes e sugares.

"-A minha arte mais bela"