11-Corpo

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"Uma sex shop... só pode estar no gozo?" -Felix julgou Hyunjin com a mente inspirando profundamente.

Entraram, o loiro incomodado com o local e tudo no que nele era englobado  tendo no outro extremo Hyunjin que deambulava pelos corredores, nem um pouco importunado com a situação.

-Sr.Hwang, temos tudo o que mandou separar à sua espera num provador privado como ordenou. -uma mulher ruiva juntava-se aos dois homens  tentando mater o passo apressado para acompanhar Hyunjin.

Não diz nada, simplesmente agita afirmativamente a cabeça, fazendo a mulher separar caminhos como antes.

-Provador privado para quê? É suposto ficar preocupado? -Felix perguntou hesitante.

Os possíveis cenários a rolarem na cabeça, dando uma pontada de esperança ao loiro que queria a concretização dos mesmos, mas se reprimia logo a seguir, afinal isto era um luxo não muito belo de se querer.

-Não sou capaz de te dar uma resposta cem por cento fiel à futura realidade, vai depender muito de ti essa preocupação. -ignorou as questões, respondendo o que lhe dava jeito.

Engoliu a seco com a metáfora, receoso pelo que estava para vir, afinal ele mesmo não queria ser a causa da sua destruição.

Seguia o outro, levemente incomodado pelo adaptação que Hyunjin tem com o local, não gostava do facto de talvez não ser o primeiro a ter sido levado àquele sítio, de alguma forma desejava ser o único que alguma vez foi levado lá para intenções impróprias.

-Alguma vez trouxeste outras pessoas aqui? Para te fazerem companhia? -questionou esperando uma alteração no comportamento do outro que simplesmente lhe respondeu com naturalidade.

-Já.

Engoliu a recente informação como se fosse uma pedra. Uma pedra azeda que lhe pesou no estômago toneladas, não intendia como, mas aquela palavra tinha sido a causa de uma alteração brusca de sentimentos.

Chegaram à sala, dividida a meio por uma cortina preta, as paredes eram pretas com detalhes dourados, um padrão que se repetia vezes sem contas, no meio um sofá em forma de meia-lua, este branco com almofadas pretas, um tapete redondo felpudo dourado por baixo do sofá e à frente uma mesinha de centro de vidro com uns chocolatinhos.

"Mas isto é um provador ou uma esplanada privada?" -Felix questionou-se mentalmente, a paciência esgotando-se por milhares de fatores que não lhe agradavam.

-Podes entrar, já tens tudo à tua espera. -o de cabelos negros colocava-se à vontade despindo o seu blazer, pousando-o no braço do sofá com delicadeza.

O loiro seguiu as instruções, passou a cortina, espantando-se por o espaço ter um mini sofá à frente do espelho e num canto, cabides e uma mesa cheia de roupa, desde tangas até minis-saias, roupas que sabia algumas serem da secção feminina.

No meio de tudo aquilo, olhou-se no espelho e avaliou-se. 

Estava tão mudado e só faziam uns dias.

 Se à uma semana atrás lhe tivessem dito que dentro de tão pouco espaço de tempo ele iria estar numa sex shop com um homem pronto a fodê-lo a qualquer instante e que ele iria ter que experimentar roupas das mais despidas possíveis, ter-se-ia rido à cara podre enojando-se só com a imagem de tal coisa absurda.

Mas hoje... depois de um dia de ordens, desobediência da sua opinião e a constante presença de Hyunjin, não parecia tão irrealista a necessidade do mais baixo querer experimentar aquelas peças e apreciar o seu corpo, pois talvez, no meio de toda aquela barafunda, o luxo que o mais velho lhe proporcionava agradava uma parte imoral suprimida do mais novo.

Sem mais entraves começou a despedir a sua roupa, deixando-se completamente nu em frente do espelho, de seguida pegou num conjunto composto por duas peças e vestiu-as.

Uma tanga de renda preta e uma bandelete preta com orelhinhas de gato no topo, ainda um pouco desconfortável com a sua imagem, vestiu uma mini-saia de padrão axadrezado branco e preto.

Sentou-se na poltrona sobre as pernas, a saia agora cobrindo-lhe a coxa na parte da frente, mas deixando todo o seu rabo exposto atrás.

Encarou fixamente a sua imagem, percorrendo cada linha do seu corpo.

Sentia-se inferiorizado com aquilo vestido, mas ao mesmo tempo gostava das suas curvas e as formas como aquelas peças as deixavam sobressair

Era uma divisão tão grande perante o seu reflexo, mas logo deixava a sua parte moralmente correta ser consumida pelo luxo, pois no final do dia todos nós temos um escape feito de perversidade, simplesmente existem pessoas que o sabem aceitar e esconder melhor do que outras.

-Felix! Eu... -o de cabelos negros tinha invadido o espaço, desviando as cortinas e travando na mesma altura com a miragem à sua frente.

Foi como se os olhos negros do mais velho tivessem agarrado mãos e agora elas deslizavam pela pele branca. Cada centímetro daquela pele reluzia para chamar a atenção de Hyunjin que mais focado naquela estrutura física era impossível.

Era como se se o mais velho desviasse o olhar o mundo iria desmoronar. Ele precisava daquele olhar preso, o mundo precisava daquele olhar escuro preso na pele pálido, senão tudo colidiria.

Os sapatos de couro ressoaram pelo chão de cimento, parando atrás do sofá com a figura sentada.

Pousou as mãos nos ombros do outro e por um momento, distorcendo a realidade, aquele reflexo no espelho podia ser pintado como um quadro de casal da época, cada um assumindo um papel numa família inexistente e um amor que se reduzia ao vazio.

 Dobrou-se lentamente sobre o rapaz sentado à sua frente, as costas estalando pela constante postura reta e com um acariciar frágil, desceu a sua mão pelo peito, travando no abdómen, a outra mão albergando o lado esquerdo do pescoço que descaia na inocência para permitir mais área de contacto com a mão fina e grande.

Sentiu uma leve pressão na pele quando os lábios suaves e, dos quais ele sabia serem doces, premiram a sua pele por toda a extensão do pescoço.

Um arrepio inundou aquela área, tendo por consequência um fechar de olhos abrupto e o cair da cabeça contra o rosto e o ombro do homem atrás de si.

A mão subia, sabia até parar no seu pescoço, pois apesar de não entender o porquê parecia algo que Hyunjin apreciava.

Uma preparação de afixação, ou simplesmente podemos chamá-lo de um agarrar de pescoço. Sempre que tiveram sexo aquela mão forte englobava o seu pescoço, sentindo tudo a partir daquele ponto.

Desesperado, atirou os seus braços para trás agarrando o blazer muito bem arranjado e puxou-o sem um motivo aparente.

Um sistema criou-se, desde puxar o tecido até voltar a agarrá-lo de novo para o puxar outra vez, precisava das suas mãos ocupadas e cheias.

-Hyunjin-aaah! Mais!

As mãos escorregando pelas linhas de fora da cintura, tocando o pedacinho de tecido que mantinha tudo discreto, mas logo adentraram sem hesitação, apalpando toda aquela área.

Os suspiros exaltavam-se. 

Era tão pouco, mas o necessário para cada célula do seu corpo cair na necessidade de mais, muito mais que aqueles meros toques de pinicar.

-Felix! -a voz de Hyunjin despertou-o do transe.

Wrong Service-HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora