39- pov: Liz Carter.

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Dezembro chegou e com ele a amostra do frio. Incomum pra primeira semana do último mês do ano.
A terça amanheceu com o céu feio, nublado, na rua, todos já usavam casaco e luvas.
Agradeci quando adentrei a delegacia, lá estava mais quente.

— Preciso que vocês façam uma visita a este endereço. — Foi a primeira frase de Olívia quando viu que eu havia chegado.

— O que tem lá? — Perguntei pegando o papel da mão dela. Logo Jacob se aproximou de nós duas.

— Teve um assalto. — Olívia respondeu.

— Sair nesse frio. Que ótimo. — Jacob resmungou nos fazendo olhar estranho pra ele — Desculpem, eu odeio frio. — Ele falou juntando seus braços.

— Você jura? — Ele fez careta ao ouvir meu comentário.

Olívia caminhou até sua sala quando alguém a chamou e eu acompanhei Jacob até a caixa metálica.

— Esse seu colar é novo? — Jacob falou enquanto esperávamos o elevador. Ele apontou com a cabeça pra correntinha que eu estava usando. O pingente era duplo, o de baixo com a letra L e o de cima um coração.

Eu usava uma blusa de gola alta e manga comprida de cor branca, por cima jaqueta de couro e calça jeans preta. Jacob vestia jeans escuro, camisa social, casaco estilo moletom e o casaco da polícia, realmente o homem estava com frio. O distintivo dele estava pendurado no pescoço enquanto o meu estava preso na cintura.

— Sim, senhor observador. Comprei enquanto você não conseguia escolher entre dois anéis idênticos. — Ri— Então, já entregou pra ela? — Perguntei

— Não. Não deu pra gente se ver. Vou esperar o final de semana.

— Pra que esperar? — Balancei a cabeça em negação.

— Quero que seja perfeito. — Ele sorriu.

— Meloso. — Revirei os olhos rindo.

Descemos juntos até a garagem do prédio, Jacob dirigiu até o endereço. Logo chegamos ao local pedido. Caminhamos um pouco até chegar à loja de roupas.

Ao chegarmos na loja, registramos a queixa, colhemos depoimentos, imagens da câmera, e todos outros procedimentos padrão.

Voltamos pra delegacia, depois de preparar papelada, entramos em reunião, discutimos novos procedimentos de segurança. No resto de saímos em patrulha. Durante o percurso, observei atentamente pela janela cada detalhe daquelas pessoas que caminhavam, corriam, passeavam, indo para suas casas, seus trabalhos. O momento de reflexão foi atrapalhando pelo meu parceiro.

— Hot dogs! — Ele gritou no carro me fazer do assustar.

— Que? — O olhei, confusa.

— Vamos comer hot dog. — Ele disse animado, enquanto procurando lugar para estacionar.

— Por que? — Fiz careta.

— Porque eu quero. — Ele deu de ombros. — Porque eu estou com fome e provavelmente você também.

Droga ele estava certo! Não sei se era o ideal pra comer aquela hora, quase 3 da tarde mas não me importei. Não tinha almoçado, como sempre.

— Você é muito estranho, já te disseram isso?

— É, às vezes me falam isso. — Ele fez cara de deboche. Descemos do carro, e caminhamos até um trailer do outro lado da rua. Mais uma vez vi ele reclamar do frio.

Entre o distintivo e o coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora